Encontrar dificuldades para engravidar pode ser mais comum do que se imagina, mesmo para um casal sexualmente ativo, em idade reprodutiva e que não apresenta outros sintomas, além do quadro de infertilidade conjugal.
Apesar de os fatores masculinos serem ligeiramente mais prevalentes que os femininos, a infertilidade feminina é mais complexa, pois além de ser causada por problemas que impedem a fecundação – como a infertilidade masculina – também aspectos envolvidos com o bom andamento de toda a gestação influenciam na função reprodutiva das mulheres.
Dentre as principais doenças e condições – genéticas ou adquiridas – com potencial para afetar a função reprodutiva das mulheres, algumas merecem destaque, como estas:
O objetivo deste texto é apresentar as principais formas de infertilidade feminina e os tratamentos disponíveis atualmente para esta condição.
O que é infertilidade conjugal?
A definição de infertilidade é dada pela Organização Mundial da Saúde: doença que impede um casal em idade fértil de conseguir uma gestação e levá-la a termo durante o período de um ano – quando a mulher tem mais de 35 anos, esse período é de seis meses.
O que pode causar infertilidade feminina?
A idade e a reserva ovariana
Diferentemente da gametogênese masculina, todas as células reprodutivas das mulheres são formadas durante o período embrionário e consumidas sistematicamente ao longo de sua vida, formando por isso um estoque limitado, tecnicamente chamado de reserva ovariana.
Quando a mulher entra na puberdade, sua reserva ovariana é de aproximadamente 300 mil a 500 mil folículos. A cada ciclo reprodutivo, a dinâmica hormonal promove o recrutamento de aproximadamente 1000 folículos, dos quais apenas um completa o processo de amadurecimento e participa da ovulação.
É a partir desse processo que a reserva ovariana vai diminuindo de forma natural, até que, na menopausa, além da diminuição na secreção dos hormônios sexuais, também a função reprodutiva da mulher chega ao fim – por isso a idade da mulher é um dos fatores mais preponderantes para avaliação da fertilidade feminina.
As alterações uterinas e a receptividade endometrial
Para que a gestação tenha início, é imprescindível que o endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina – esteja pronto para auxiliar o embrião no processo de implantação embrionária. Essa função uterina é chamada de receptividade endometrial.
A maior parte das doenças que afetam a função do útero, e principalmente do endométrio, podem oferecer riscos à fertilidade feminina, provocando falhas na receptividade endometrial e abortamentos de repetição.
As falhas na receptividade endometrial estão relacionadas, de forma mais recorrente, aos miomas uterinos submucosos e pólipos endometriais, em que se observa o aparecimento de tumores benignos no endométrio.
Os miomas uterinos e os pólipos endometriais são doenças estrogênio-dependentes, e as duas principais diferenças entre elas são a média de idade das mulheres e a composição celular das massas tumorais formandas.
A adenomiose também é uma doença uterina envolvida com aumento nas chances de abortamento de repetição e parto prematuro, pois os focos de tecido endometrial no miométrio afetam a capacidade de elasticidade e contratilidade desse tecido, trazendo complicações para a gestação.
As alterações tubárias e os fatores obstrutivos
As tubas uterinas são estruturas bilaterais que conectam os ovários ao útero, e cujas principais funções são receber o oócito após a ovulação e sediar o encontro entre essa célula e o espermatozoide, sendo por isso o local em que ocorre a fecundação.
Por isso, a fertilidade das mulheres depende da integridade das tubas uterinas, que podem se mostrar obstruídas nos casos de endometriose tubária e também de salpingite e hidrossalpinge causadas por ISTs, além da laqueadura tubária.
Os casos de salpingite e hidrossalpinge, na maior parte das vezes, são causados pela infecção por clamídia ou pela atenção de diversos microrganismos responsáveis por infecções no trato reprodutivo inferior, como acontece nos casos de DIP (doença inflamatória pélvica).
Principalmente quando a mulher não procura atendimento médico a tempo, essas infecções podem deixar cicatrizes no interior das tubas uterinas, mesmo após o tratamento, o que diminui o diâmetro dessas estruturas e consequentemente afeta a fertilidade das mulheres.
As alterações ovarianas e a anovulação
A ovulação é um dos principais eventos do ciclo reprodutivo feminino, e é coordenado pela dinâmica dos hormônios sexuais, envolvendo principalmente as gonadotrofinas LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), e os principais hormônios ovarianos: estrogênio, testosterona e progesterona.
As principais doenças e condições ovarianas que oferecem risco à fertilidade das mulheres são desencadeadas por desequilíbrios hormonais que provocam quadros de oligovulação – poucos ciclos ovulatórios em um ano – e de anovulação – ausência completa de ciclos ovulatórios.
A SOP e a endometriose ovariana são as duas doenças mais frequentes por trás do diagnóstico de infertilidade anovulatória, ambas provocadas por alterações na secreção das gonadotrofinas.
Essas alterações resultam em um aumento da concentração de testosterona, nos casos de SOP, e uma disfunção estrogênica que induz o crescimento e desenvolvimento de cistos ovarianos, os endometriomas da endometriose ovariana.
Tratamentos oncológicos
A maior parte dos tratamentos para o câncer é realizada com quimioterapia e radioterapia, terapêuticas com grande potencial de danificar a saúde das células reprodutivas em homens e mulheres, levando à infertilidade após o tratamento.
Por isso, é importante que as mulheres em tratamentos oncológicos conheçam a possibilidade de preservação oncológica da fertilidade, realizada a partir do congelamento de gametas e embriões.
A infertilidade feminina tem tratamento?
Os tratamentos para infertilidade feminina podem ser feitos por terapêuticas medicamentosas – utilizando hormônios para reequilibrar a dinâmica hormonal e antibióticos para combater as infecções mencionadas –, intervenções cirúrgicas – normalmente utilizadas para retirada de massas tumorais, além de reconstruções uterinas e tubárias – e reprodução assistida.
As principais técnicas de reprodução assistida são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro). Todas podem ser ferramentas úteis no combate à infertilidade feminina, se as indicações forem feitas de forma adequada e específica para cada tipo de infertilidade.
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