Os folículos ovarianos são complexos formados pelo óvulo, que é a célula reprodutiva feminina propriamente dita, e as células foliculares, que formam uma espécie de capa ao redor do gameta.
A reserva ovariana é um estoque limitado e compreende o conjunto de todos os folículos ovarianos. Na medida em que os ciclos reprodutivos acontecem, essa reserva é consumida pelos processos de recrutamento e amadurecimento folicular, e pela liberação do ovulação, na ovulação, chegando ao fim aproximadamente na quinta década de vida, com a menopausa.
Isso significa que, a partir dos 35 anos, aproximadamente, já é possível observar uma diminuição acentuada da reserva ovariana, e consequentemente, no potencial de fertilidade da mulher.
Na menopausa precoce, que leva à infertilidade feminina e cujas causas normalmente são genéticas, a mulher pode apresentar uma reserva ovariana rebaixada, ainda na segunda década de vida.
Nesta doença, os folículos ovarianos têm uma tendência maior para atresia, no momento em que são recrutados, levando a um consumo muito mais intenso da reserva ovariana. Em alguns casos, a infertilidade é o único sintoma da menopausa precoce, o diagnóstico deve estar baseado nos resultados do exame de contagem dos folículos antrais.
Objetivo desse texto é mostrar o que é e qual a importância do exame de contagem de folículos antrais, no contexto da avaliação da reserva ovariana para investigação de infertilidade feminina.
A foliculogênese tem início ainda no período embrionário, por volta da 18ª semana de gestação, quando todos os folículos ovarianos simultaneamente entram em processo de formação.
Isso significa que, ao nascer, a mulher já possui todas as células reprodutivas com as quais poderá contar ao longo de sua vida, armazenadas no interior dos ovários. Este estoque de folículos é chamado reserva ovariana.
A foliculogênese, durante o período embrionário, resulta na formação dos folículos primordiais, que permanecem estacionados em um estágio de desenvolvimento específico até a puberdade, quando modificações na secreção das gonadotrofinas dão início à vida reprodutiva da mulher.
A partir da puberdade, a função reprodutiva feminina passa a ser organizada de forma cíclica, num processo que tem início com o recrutamento de um número específico de folículos primordiais, para que retomem seu desenvolvimento, iniciado no período embrionário.
Durante o desenvolvimento e crescimento folicular, os folículos primordiais transformam-se em folículos primários, que evoluem para folículos secundários, em seguida para os folículos pré-ovulatórios ou de Graaf.
A cada fase desse processo, a maior parte dos folículos regride seu desenvolvimento e degenera, fazendo com que apenas um folículo atinja o estágio pré-ovulatório e seja capaz de romper-se, liberando o óvulo contido em seu interior (ovulação).
A ovulação é mediada pela ação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), bem como dos hormônios sexuais testosterona, estrogênio e progesterona.
A cada ciclo reprodutivo, portanto, a reserva ovariana é progressivamente consumida, e esse processo culmina na menopausa, quando a mulher para de ovular e não existem mais folículos ovarianos no interior de seus ovários.
Especialmente nos casos de mulheres com distúrbios ovulatórios, a investigação para infertilidade feminina pode passar pelo exame de contagem dos folículos antrais, uma das ferramentas utilizadas num contexto maior da avaliação da reserva ovariana.
Este exame permite que a quantidade total de folículos disponíveis para a fecundação, em um determinado momento, seja estimada a partir da contagem dos folículos antrais presentes nos ovários, no início do ciclo reprodutivo – quando essas células são recrutadas para retomar seu amadurecimento.
A contagem de folículos antrais é realizada com auxílio de imagens dos ovários, obtidas por ultrassom transvaginal.
Durante o exame, o transdutor do ultrassom capta imagens em tempo real, transmitidas para o monitor e que podem ser observados pelo médico e pela mulher que está realizando exames.
Além de permitir a observação detalhada do sistema reprodutivo feminino ao vivo, esse procedimento também possibilita a captura de imagens estáticas das áreas em que estão localizados os folículos antrais.
A partir dessas imagens, o profissional de saúde deve contar, literalmente, a quantidade de folículos cujo diâmetro varia entre 2 e 10 mm, os folículos antrais.
Os dados obtidos pela contagem de folículos antrais devem ser cruzados com dados pessoais, como a idade da mulher e a presença de diagnósticos preexistentes para distúrbios anovulatórios, fatores que interferem diretamente na reserva ovariana.
A contagem de folículos antrais é uma das ferramentas envolvidas na avaliação da reserva ovariana, que também pode ser estimada por dosagens hormonais.
Os exames de dosagem hormonal que auxiliam na investigação da reserva ovariana medem a concentração de FSH, HAM (hormônio antimülleriano) e inibina B.
Todas as dosagens hormonais podem ser realizadas com uma amostra de sangue, obtida por punção venosa.
A constatação de que a reserva ovariana apresenta-se normal ou rebaixada deve ter como base não somente os resultados das dosagens hormonais e da contagem de folículos antrais, considerando de forma relevante também a idade da mulher.
Mulheres no período de perimenopausa, que tem início por volta dos 35 anos, podem apresentar uma baixa contagem de folículos antrais sem que isso signifique, necessariamente, o diagnóstico de doenças anovulatórias.
Ao mesmo tempo, quando a reserva ovariana se mostra rebaixada antes dessa idade, sua avaliação pode apontar para a possibilidade de doenças anovulatórias, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), ou que trata-se de um caso de menopausa precoce.
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