A reserva ovariana indica o potencial funcional dos ovários a partir de critérios como quantidade e qualidade dos gametas femininos. Diferentes testes podem ser realizados para avaliação da reserva ovariana. Eles são importantes para definir a capacidade reprodutiva da mulher, assim como auxiliam a definição da melhor abordagem nos tratamentos de reprodução assistida.
Diferentes fatores podem provocar alterações na reserva ovariana. Além do envelhecimento, em que naturalmente a quantidade e qualidade dos óvulos diminui, condições como a falência ovariana precoce, quando os sintomas da menopausa manifestam antes dos 40 anos, anormalidades hormonais e processos inflamatórios, por exemplo, estão entre os principais.
Este texto explica a avaliação da reserva ovariana, destacando os testes realizados e a importância dos resultados diagnósticos nos tratamentos de reprodução assistida.
O principal teste realizado para avaliar a reserva ovariana é a ultrassonografia transvaginal. A evolução tecnológica e a alta resolução proporcionada pelas imagens atuais permitem, inclusive, a detecção de folículos menores. Ao mesmo tempo, o exame avalia critérios importantes para a definição do diagnóstico, como a contagem dos folículos antrais, que armazenam o óvulo primário com capacidade para posteriormente ovular, além do volume ovariano. É um método minimamente invasivo, acessível e de baixo custo.
No entanto, outros testes também podem ser indicados como alternativa ou, em alguns casos, de forma complementar. Eles são realizados no terceiro dia do ciclo menstrual e incluem:
Dosagem sérica de FSH: o nível sérico de FSH medido no terceiro dia do ciclo aponta a quantidade de folículos no momento que o teste é realizado e é um indicador de resposta ovariana. Ou seja, os resultados sugerem como será a resposta ovariana naquele ciclo com base na quantidade de folículos detectada no momento da realização do teste. O nível de FSH é regulado por vários fatores, incluindo inibina-B e estradiol, por isso eles também devem ser avaliados.
Nível sérico de estradiol: quando o nível sérico de FSH é normal e o de estradiol elevado, geralmente há uma resposta ovariana pobre.
Níveis de inibina-B: proteína produzida pelas células dos folículos em crescimento, os níveis de inibina-B podem indicar a reserva ovariana antes mesmo que ocorra a elevação do FSH.
Hormônio antimülleriano: o hormônio antimülleriano é produzido por células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais. Está presente em todas as fases do desenvolvimento folicular, até a maturação final. Por isso, a avaliação dos níveis também é um indicativo da reserva ovariana.
Biópsia ovariana: o procedimento possibilita calcular folículos por unidade de volume de tecido ovariano, definindo a reserva ovariana, nesse caso a partir da densidade folicular. Porém, é um exame mais invasivo, realizado apenas em alguns casos.
Os resultados diagnósticos determinam a capacidade reprodutiva da mulher no momento da realização dos testes. Alterações são indicativos de infertilidade, geralmente caracterizada por distúrbios de ovulação. Considerados a causa mais comum de infertilidade feminina, eles resultam de irregularidades menstruais, causadas principalmente pelo desequilíbrio nos níveis dos hormônios envolvidos no processo de reprodução.
As técnicas de reprodução assistida são o tratamento padrão quando há problemas de ovulação. Os resultados apontados pelos testes de avaliação da reserva ovariana contribuem para definição da técnica mais indicada para cada caso e da individualização de estratégias nos tratamentos de pacientes com diminuição da reserva ovariana ou com resposta ovariana pobre após o tratamento.
Diferentes critérios foram sugeridos como facilitadores para orientação dessa estratégia. Associados aos resultados diagnósticos, eles podem aumentar as chances para que a gravidez ocorra. Os principais incluem:
A proposta surgiu em 2016 com a criação do grupo POSEIDON (Oriented strategies encopassing individualized ocyte number), ou estratégias individualizadas orientadas de acordo com o número de óvulos, formado por especialistas em medicina reprodutiva de sete diferentes países.
As pacientes incluídas no grupo de risco POSEIDON, portanto, são as que apresentam baixa reserva ovariana, com menos de 5 folículos antrais, ou com reserva ovariana normal e uma má resposta à estimulação ovariana em um ciclo anterior de tratamento.
Os resultados diagnósticos dos testes de avaliação da reserva ovariana, associados aos critérios POSEIDON, possibilitam a definição do tratamento mais adequado para cada paciente, contribuindo para aumentar as chances de gravidez, mesmo quando a diminuição da função ovariana é inevitável, independentemente da idade.
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