São chamadas uretrites todas as inflamações e infecções que afetam a uretra, e podem ser causada por uma grande variedade de agentes etiológicos, desde bactérias até danos mecânicos e reações a substâncias químicas mais agressivas.
A uretra é uma estrutura do sistema urinário responsável por conduzir a urina da bexiga, em que é armazenada após a filtração renal, até o ambiente externo ao corpo, durante a micção.
A formação embrionária do sistema urinário está intimamente conectada com a do sistema reprodutivo em ambos os sexos biológicos, porém especialmente no caso dos homens a uretra também atua como condutora do sêmen durante a ejaculação, participando tanto das funções excretoras quanto das funções reprodutivas.
Quando na uretra observa-se a ocorrência de processo inflamatório, as uretrites devem ser investigadas e adequadamente tratadas para que suas sequelas não afetem a fertilidade de homens e mulheres.
Os tratamentos para uretrites variam de acordo com o agente etiológico, e incluem principalmente a terapêutica com anti-inflamatórios e antibióticos.
O esperado é que a infertilidade seja revertida após os tratamentos, embora nem sempre isso aconteça. Nesses casos, a medicina reprodutiva oferece saída com a reprodução assistida que contemplam também homens e mulheres inférteis em decorrência de uretrites e outras infecções.
Este texto tem como objetivo abordar os diferentes tipos de tratamentos para uretrite, de acordo com cada agente etiológico que provoca essa doença. Boa leitura.
Uretrites são todas as formas de inflamação ou infecção que acometem a uretra de homens e mulheres. O que diferencia as uretrites são as causas que levaram a esse quadro.
Uma das formas mais comuns de desenvolver uretrites é em decorrência da contaminação por agentes biológicos durante a relação sexual desprotegida. As ISTs que causam uretrites podem ser divididas entre gonocócicas e não gonocócicas.
Todas as infecções gonocócicas são causadas pela bactéria Neisseria gonorrhoeae (gonorreia) e as demais infecções são causadas por outras bactérias, como Chlamydia trachomatis (clamídia), e as menos frequentes Trichomonas vaginalis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Staphylococcus sp e Candida albicans.
Da mesma forma, a herpes genital e o HPV (papilomavírus humano), ambos vírus, também podem acarretar quadros de uretrite, além de outros sintomas específicos, como ulcerações genitais e infertilidade.
Choques mecânicos que afetam a região da uretra, bem como sequelas de procedimentos cirúrgicos no sistema urinário e reprodutivo podem provocar uma resposta inflamatória local que desencadeia a uretrite – nesse caso não bacteriana.
Da mesma forma, o contato com substâncias agressivas e até mesmo tóxicas, como espermicidas para contracepção, durante as relações sexuais, podem causar hipersensibilização da uretra, levando à uretrite.
A proximidade entre os aparelhos urinário e reprodutivo é grande em ambos os sexos, porém na anatomia masculina essa interação é ainda maior. A uretra é o canal condutor da urina em homens e mulheres, mas nos homens é também por onde é transportado o sêmen durante a ejaculação.
Assim, a uretrite oferece mais risco para a saúde reprodutiva masculina que a feminina, pois as alterações no ambiente químico da uretra podem prejudicar a integridade dos espermatozoides, podendo levar à azoospermia.
O não tratamento das uretrites oferece chances semelhantes de contaminação dos outros órgãos tanto do sistema urinário, quanto do reprodutivo, em homens e mulheres.
Nos homens as uretrites não tratadas podem prejudicar a fertilidade por contaminar os testículos (orquite), epidídimos (epididimite) e a próstata (prostatite), enquanto as mulheres podem apresentar endometrite e infecções tubárias, inclusive causando infertilidade por obstrução tubária.
Os principais sintomas que caracterizam as uretrites são:
Quando a inflamação na uretra não é causada por agente biológico, a conduta é a administração anti-inflamatórios que ajudem a lidar com a resposta inflamatória causada pelos danos mecânicos e químicos.
No caso de uretrites pelo contato com substâncias tóxicas, é necessário a parada imediata no uso dessas substâncias antes do tratamento anti-inflamatório.
No caso das uretrites acompanhadas de infecções bacterianas, os tratamentos são feitos à base de antibióticos.
As gonocócicas, que são causadas pela gonorreia, atualmente considera-se o uso de
azitromicina em dose única por via oral ou acompanhada também de ceftriaxona (500 mg).
As uretrites não gonocócicas, geralmente causadas pela clamídia, mas também por outros agentes biológicos, também são tratadas com antibióticos, porém aqui existe, além dos tratamentos com dose única, também as terapêuticas continuadas.
A abordagem mais recomendada inclui a dose única de azitromicina por via oral ou o tratamento por 7 dias com doxiciclina ou amoxicilina.
Especialmente no caso das uretrites masculinas, a infertilidade pode ser uma consequência indesejada mesmo após o tratamento com antibióticos. O acometimento da uretra pode gerar cicatrizes que dificultam a passagem dos espermatozoides e até mesmo o estreitamento da uretra.
A reprodução assistida, especialmente a FIV (fertilização in vitro), inclui procedimentos que permitem a punção testicular ou dos epidídimos para coletar os espermatozoides e o preparo seminal, contornando os danos que a uretrite possa causar aos espermatozoides durante a ejaculação.
A punção testicular é indicada para os casos mais graves de infertilidade, incluindo azoospermia, e é feita por tecnologias que coletam gametas masculinos diretamente dos epidídimos (MESA e PESA) ou dos túbulos seminíferos (TESE e Micro-TESE).
Já o preparo seminal seleciona os melhores espermatozoides de uma amostra obtida por masturbação e, por isso, é indicado para todos os ciclos de FIV.
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