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SOP: veja quais são os critérios diagnósticos

SOP: veja quais são os critérios diagnósticos

Toda alteração no funcionamento normal da fisiologia humana pode resultar em prejuízos para a saúde como um todo.

As alterações que afetam a saúde podem ter origens externas, sendo por isso chamadas de doenças, ou em desequilíbrios internos sem origem definida e que causam uma série de consequências simultâneas, como é o caso das síndromes.

Em muitos casos, mais de uma doença ou síndrome pode levar ao aparecimento de sinais e sintomas semelhantes, fazendo com que o diagnóstico, para ser exato, deva ser feito de forma profunda e acurada.

Em todos os casos, incluindo aqueles abordados pela ginecologia, o diagnóstico deve contar com uma séria avaliação do histórico de saúde familiar e individual, e de exames laboratoriais e de imagem, que fornecem informações importantes sobre as condições do organismo, de forma geral e específica.

A SOP (síndrome dos ovários policísticos) é um exemplo de condição complexa, que afeta a saúde reprodutiva das mulheres, podendo levar à infertilidade, mas também provoca o aparecimento de alterações em outros sistemas e aspectos.

Entenda melhor como funcionam atualmente os critérios diagnósticos da SOP!

O que é a SOP?

A SOP (síndrome dos ovários policísticos) é uma síndrome, portanto uma condição que manifesta sinais clínicos e laboratoriais cujas origens não podem ser claramente definidas, que causa principalmente um aumento na produção e concentração da testosterona nas mulheres em idade fértil.

As diferentes fases e processos do ciclo reprodutivo nas mulheres são mediadas pela ação dos hormônios sexuais do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, que produzem picos de concentração de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), FSH (hormônio folículo-estimulante), LH (hormônio luteinizante), estrogênios, progesterona e testosterona.

Enquanto uma das principais funções do LH na ovulação acontece sobre as células da teca, que compõem o folículo ovariano, estimulando a produção de testosterona, o FSH por sua vez recruta os folículos para a maturação e estimula as células da granulosa (também foliculares) a converter a testosterona em estrogênio.

O estrogênio atua no amadurecimento e liberação do oócito, e também no espessamento do endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina e recebe o embrião em caso de fecundação.

Na SOP, a produção de FSH aparece rebaixada, enquanto a de LH alcança concentrações mais elevadas que o normal. Esse desbalanço leva a um aumento da produção de testosterona e à diminuição da sua conversão em estrogênios, o que aumenta a concentração deste androgênio.

A testosterona interage com as células do folículo ovariano, mas também o faz com as células da pele, os folículos pilosos, o tecido adiposo e hepático. Ou seja, o aumento da testosterona, além de inibir a ovulação, também produz manifestações clínicas visíveis, relacionadas ao aumento de peso e aparecimento de pelos em volume e locais atípicos.

Os níveis baixos de FSH são insuficientes para completar a ovulação, porém não deixam de promover o recrutamento folicular, fazendo com que os folículos evoluam somente até certo ponto, quando se tornam atrésicos e fibrosos, podendo permanecer nos ovários em forma de cistos.

Quais os sintomas da SOP?

Infertilidade

A infertilidade na SOP acomete aproximadamente 75% das mulheres diagnosticadas e pode provocar também alterações na saúde mental, relacionadas à expectativa de ter filhos.

Na SOP, a infertilidade é causada por anovulação, que é a ausência da ovulação. Um dos mecanismos fisiopatológicos da síndrome inclui o rebaixamento das concentrações de FSH, responsável, entre outras funções, pela conversão da testosterona em estrogênio nas células foliculares.

A diminuição da concentração de estrogênio prejudica o espessamento do endométrio e inibe a ovulação, já que o folículo não consegue completar seu processo de amadurecimento nem se romper para a liberação do oócito.

Esse processo inviabiliza a ovulação e é chamado, por isso, de anovulação – uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres.

Hiperandrogenismo e obesidade

A diminuição na atividade de conversão da testosterona em estrogênio pelo FSH, associada à hiperatividade simultânea do LH sobre a produção deste androgênio pelas células da teca, levam a um aumento na concentração de testosterona e também do seu efeito em órgãos e estruturas-alvo fora do sistema reprodutivo.

O hiperandrogenismo é um quadro geral de alterações visíveis, como o hirsutismo, presente em até 85% das mulheres com SOP, manifesto pelo aumento do volume de pelos e seu aparecimento em locais atípicos, como rosto e ao redor dos mamilos.

Outras manifestações do hiperandrogenismo incluem acne, seborreia e alopecia, que é a calvície masculina, com queda de cabelos localizada no topo da cabeça e que afeta até 40% das mulheres sintomáticas.

O hiperandrogenismo também pode causar alterações emocionais e de auto estima.

Presença de cistos ovarianos

A dinâmica dos hormônios sexuais na SOP faz com que o recrutamento folicular para a ovulação aconteça, embora nenhum dos oócitos consiga chegar ao final do processo de amadurecimento nem os folículos consigam romper-se para a liberação dessas células.

Isso faz com que os folículos permaneçam atrésicos, aderidos ao ovário em forma de cistos, que são visíveis com auxílio de exames de imagem, em alguns casos.

Quais são os critérios diagnósticos da SOP?

Os critérios diagnósticos da SOP têm sido amplamente discutidos desde que a síndrome foi descrita pela primeira vez, em 1936 por Stein e Leventhal, referindo-se à associação entre amenorreia e a forma policística dos ovários, independentemente dos fatores que tenham causado tais alterações.

Posteriormente, observou-se que as diversas manifestações do hiperandrogenismo poderiam estar também associados a esses sintomas mais anteriormente descritos.

A incerteza quanto às origens etiológicas dos sintomas típicos da SOP e o fato de alguns deles serem também compartilhados com outras doenças dificultam a precisão do diagnóstico dessa síndrome.

Por isso, a medicina vem buscando formular consensos que estabeleçam critérios mais confiáveis para o diagnóstico da SOP, que ocorre no ano de 2003: o consenso de Roterdã.

Este critério previa que a presença de pelo menos dois dos três principais sintomas da SOP seria suficiente para diagnosticar a doença:

Hoje sabe-se que nem sempre essa sintomatologia está claramente relacionada e a mulher pode apresentar menos de dois sintomas simultâneos e que ainda assim sejam causados pela SOP.

A SOP tem também um componente genético, já que mulheres cujas famílias incluem outras mulheres com SOP têm mais chance de desenvolver a doença.

Tratamentos da SOP

O principal tratamento para SOP é medicamentoso e indicado principalmente para as mulheres sintomáticas, com objetivo de atenuar a manifestação dos sintomas visíveis, especialmente o hiperandrogenismo, e consistem em buscar equilibrar a dinâmica hormonal, diminuindo a concentração de testosterona.

Reprodução assistida

Contudo, como a medicação inclui anticoncepcionais orais combinados, é contraindicado àquelas que desejam engravidar ou buscam atendimento para cuidar da infertilidade.

Para esses casos, a reprodução assistida oferece duas técnicas que atendem às demandas das mulheres com SOP que buscam engravidar: a RSP (relação sexual programada) e a FIV (fertilização in vitro).

Em ambas, o principal benefício é a possibilidade de realizar a estimulação ovariana, que é a indução hormonal da ovulação e o monitoramento do processo por ultrassonografia transvaginal.

Enquanto na RSP o monitoramento indica o melhor momento para que a mulher tenha relações sexuais que resultem em gestação e é indicado para os casos mais leves de SOP, na FIV o protocolo de estimulação ovariana visa à produção de um número maior de folículos, para que as chances de sucesso da técnica sejam mantidas, já que a fecundação ocorre fora do corpo da mulher.

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