Tanto na reprodução assistida como naturalmente, engravidar é um processo complexo. Cada etapa, da fertilização ao parto, é decisiva para o nascimento de um bebê saudável e a realização do planejamento familiar do casal.
Para que isso aconteça, cada órgão e estrutura do sistema reprodutivo de homens e mulheres deve desempenhar suas funções adequadamente, sobretudo no corpo feminino, já que praticamente toda a gestação se passa no útero.
Os ovários, assim como os testículos masculinos, são responsáveis pela produção de células reprodutivas – óvulos e espermatozoides, respectivamente –, que precisam se encontrar para que a gestação possa acontecer.
Nesse sentido, a fertilização é um dos primeiros eventos essenciais da gravidez, marcando o surgimento do embrião e que acontece em locais diferentes nas gestações naturais e naquelas auxiliadas pela reprodução assistida.
Para entender melhor o que é a fertilização e como ela acontece no contexto dos eventos iniciais de uma gestação, continue conosco e aproveite a leitura do texto a seguir.
A fertilização – ou fecundação – acontece com encontro entre o óvulo e o espermatozoide que consegue interagir com a zona pelúcida ovular e entrar no interior da célula reprodutiva feminina.
Pouco tempo após a entrada do espermatozoide, o corpo do gameta masculino se desfaz e o DNA espermático encontra o DNA do óvulo para formar o material genético completo do zigoto – como chamamos a primeira célula do embrião. Este é um dos acontecimentos mais importantes da fertilização.
Nas gestações que acontecem naturalmente – ou seja, sem auxílio da reprodução assistida – a fertilização somente pode acontecer se o casal mantém relações sexuais, sem preservativos e anticoncepcionais, durante o período fértil da mulher.
O período fértil acontece, nos ciclos menstruais regulares, aproximadamente entre o 11º e o 16º dias do ciclo, considerando principalmente a ovulação: quando o folículo dominante se rompe, em um dos ovários, liberando o óvulo em direção às tubas, onde a fertilização pode acontecer.
Ou seja, embora a maior parte da gestação aconteça de fato no útero, é no interior das tubas uterinas que o desenvolvimento do embrião tem início, com a fertilização e a formação do zigoto.
Após a fertilização, o embrião leva ainda cerca de 5 dias para ser conduzido, também com ajuda das tubas, ao útero, onde deve buscar o melhor local para realizar a nidação – que marca o início da gravidez propriamente dita. Durante esse tempo, o zigoto passa por algumas divisões celulares conservativas (clivagens), que formam gradualmente todas as células do embrião.
Assim, nas gestações por vias naturais, além da fertilização, também as primeiras fases do desenvolvimento embrionário acontecem ainda nas tubas, principalmente o estágio de mórula e o estágio de blástula ou blastocisto, alcançado pouco antes da chegada do embrião na cavidade uterina.
Atualmente, a reprodução assistida conta com três técnicas principais: a FIV (fertilização in vitro), de alta complexidade, e as técnicas de baixa complexidade RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial).
E um dos principais critérios para a classificação das técnicas de reprodução assistida segundo sua complexidade é justamente o local em que se espera que a fertilização aconteça.
Na RSP, de baixa complexidade, a mulher passa pela estimulação ovariana e indução da ovulação para tornar o cálculo do período fértil mais preciso, quando o casal é aconselhado a manter relações sexuais nesse período.
Neste caso, espera-se que a fertilização aconteça de forma semelhante ao que se observa nas gestações por vias naturais, ou seja, nas tubas uterinas e após a relação sexual.
A IA é também uma técnica de baixa complexidade e as etapas iniciais do tratamento são semelhantes à RSP: estimulação ovariana e indução da ovulação para encontrar o período fértil com exatidão – mas, neste caso, o sêmen é coletado, por masturbação ou recuperação espermática, e depositado no útero durante o período fértil.
No entanto, assim como na RSP, espera-se que a fertilização ainda aconteça nas tubas, mas neste caso após a inseminação do sêmen, já preparado, diretamente na cavidade uterina – o que permite classificar essas duas técnicas como de baixa complexidade.
A FIV é considerada uma técnica mais complexa desde suas etapas iniciais, quando a estimulação ovariana e a indução da ovulação são utilizadas para coletar os óvulos para a fertilização. O sêmen também é coletado na FIV e a fertilização acontece em laboratório, por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
Além da fertilização, as primeiras fases do desenvolvimento embrionário na FIV também acontecem em laboratório, durante o cultivo embrionário. Ou seja, o embrião atinge o estágio de blastocisto, mas fora do corpo da mulher. Neste momento, os mais aptos são selecionados e transferidos diretamente para o útero – mais uma vez, dispensando o papel das tubas uterinas na gravidez.
Dois fatores principais podem impossibilitar a fertilização nas tubas: problemas que inibem a ovulação (anovulação e oligovulação) e obstruções tubárias, que impedem o encontro entre o óvulo e os espermatozoides do sêmen, nas tubas.
Enquanto a SOP (síndrome dos ovários policísticos) e a endometriose ovariana (endometrioma) são as duas causas mais recorrentes de distúrbios ovulatórios, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) estão por trás da maior parte dos casos de obstrução tubária.
As ISTs podem ser tratadas por medicação antibiótica e antiviral, que buscam erradicar os agentes agressores, mas em algumas situações a infecção pode deixar cicatrizes no interior das tubas, formando aderências e mantendo as tubas obstruídas.
Os distúrbios ovulatórios também podem contar com tratamentos primários, que normalmente utilizam o anticoncepcional para estabilizar a dinâmica hormonal da ovulação – e controlar os demais sintomas –, mas em alguns casos a infertilidade também pode ser permanente.
Como vimos, mulheres com infertilidade por anovulação e obstrução tubária podem recorrer à reprodução assistida para o tratamento da infertilidade. Entre os procedimentos que comentamos, a FIV é o tratamento mais abrangente e por isso pode ser indicado para praticamente qualquer demanda reprodutiva.
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