A síndrome de Asherman é uma condição uterina relativamente rara, mas que merece atenção e cuidados médicos adequados, não somente por seus sintomas, mas também pelas consequências sobre a saúde do endométrio.
Seus impactos na fertilidade podem ser significativos, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível contornar a síndrome de Asherman, restaurando a saúde uterina e, em alguns casos, permitindo uma gestação natural bem-sucedida.
Ainda assim, a reprodução assistida apresenta-se como uma esperança para casais que enfrentam desafios reprodutivos relacionados à síndrome de Asherman, oferecendo a possibilidade de realizar o sonho de ter um filho.
Neste texto, abordaremos detalhadamente a síndrome de Asherman, suas causas, fatores de risco e relação com sinequias, além de explorar opções de diagnóstico e tratamento, incluindo a reprodução assistida.
Como comentamos, a síndrome de Asherman é uma condição caracterizada pela formação anormal de aderências ou cicatrizes dentro da cavidade uterina. Essas aderências são formadas principalmente por tecido fibroso, que pode unir as paredes uterinas, levando à obstrução parcial ou total do órgão.
As aderências resultantes da síndrome de Asherman podem ter diversas origens, sendo as mais comuns associadas a lesões uterinas decorrentes de procedimentos médicos anteriores
É importante destacar que a formação de aderências dentro da cavidade uterina interfere significativamente no funcionamento normal do útero, podendo alterar sua anatomia, comprometendo a sua capacidade de expansão e contração durante o ciclo menstrual, gestação e parto.
Como resultado, mulheres afetadas pela síndrome de Asherman podem experimentar não somente sintomas dolorosos e alterações menstruais, mas também dificuldade para engravidar e manter a gestação.
Uma das principais causas da síndrome de Asherman está relacionada a lesões uterinas decorrentes de procedimentos médicos, como curetagens realizadas após abortos espontâneos ou complicações pós-parto. Nestas situações, a manipulação do útero pode lesionar o endométrio, desencadeando a formação de cicatrizes e aderências.
Além disso, infecções uterinas graves também representam uma causa significativa da síndrome de Asherman, por motivos semelhantes.
Quando ocorre uma infecção no útero (endometrite), o endométrio pode ser danificado tanto pelas lesões infecciosas, como pelo processo inflamatório disparado por elas. Como resposta, o organismo forma tecido fibroso durante o processo de cicatrização, que pode resultar na adesão entre as paredes do útero.
Vale destacar que certos fatores de risco podem aumentar a probabilidade de uma mulher desenvolver a síndrome de Asherman, como histórico prévio de intervenções cirúrgicas uterinas e de infecções uterinas recorrentes, além também da própria gestação e parto, que podem lesionar o endométrio.
Uma gravidez múltipla, por exemplo, pode causar uma distensão excessiva do útero, aumentando a probabilidade de trauma no tecido uterino durante o parto – e, consequentemente, da formação de cicatrizes que favorecem a síndrome de Asherman.
As aderências intrauterinas, também conhecidas como sinequias, têm uma relação direta com a síndrome de Asherman, justamente porque são formadas por tecido cicatricial, decorrente de lesões prévias no revestimento da cavidade uterina.
Uma grande quantidade de sinequias pode provocar a formação de conexões entre as paredes do útero, resultando em uma cavidade uterina irregular e comprometida – o que caracteriza também a síndrome de Asherman. Essas aderências podem variar em extensão e gravidade, podendo obstruir parcial ou totalmente o útero.
Nestes casos, os distúrbios menstruais são frequentes, podendo levar a menstruações escassas, irregulares ou mesmo ausentes. A presença de sinequias também pode causar dor pélvica, especialmente durante o período menstrual.
As sinequias uterinas e a síndrome de Asherman podem desempenhar um papel significativo na infertilidade feminina. Isso porque a obstrução da cavidade uterina dificulta a fixação do embrião no útero, tornando a concepção mais desafiadora e aumentando o risco de abortos espontâneos.
O diagnóstico da síndrome de Asherman é geralmente realizado por exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica e a histeroscopia, que permitem a visualização direta da cavidade uterina, possibilitando a identificação das aderências que possam estar obstruindo o útero.
Quanto ao tratamento, a abordagem da síndrome de Asherman pode variar de acordo com a gravidade das aderências encontradas durante o diagnóstico. Em casos mais leves, a histeroscopia pode ser utilizada para remover as sinequias e restaurar a anatomia da cavidade uterina.
Contudo, nos casos mais complexos, quando as aderências são extensas ou profundas, pode ser necessário recorrer a cirurgias mais complexas, como a videolaparoscopia.
Como comentamos, mulheres que apresentam aderências intrauterinas decorrentes da síndrome de Asherman enfrentam desafios significativos para conceber de forma espontânea.
Nesse contexto, a reprodução assistida pode ser uma opção viável e promissora para casais com síndrome de Asherman que desejam ter filhos.
Uma das principais técnicas utilizadas é a FIV (fertilização in vitro), em que os óvulos são coletados do ovário da mulher e, em laboratório, são fertilizados com os espermatozoides do parceiro ou doador. Os embriões formados são então selecionados e transferidos para o útero – devidamente preparado – da mulher.
Na FIV, os embriões podem inclusive ser criopreservados para que a transferência só ocorra em um ciclo mais promissor, com acompanhamento especial do preparo endometrial e da receptividade do útero para o embrião – aumentando as chances de sucesso do tratamento.
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