O termo mioma deve-se ao fato de que os nódulos uterinos produzidos pela doença são formados por células semelhantes às encontradas no miométrio – células musculares –, porém de aspecto mais fibroso.
De forma geral, o mioma está sempre enraizado no miométrio, mas pode se projetar em direção às demais camadas do útero, como o perimétrio (que delimita o útero em relação às demais estruturas da cavidade pélvica) e o endométrio (que reveste a cavidade uterina).
A localização do mioma é essencial para sua classificação.
O mioma submucoso, como chamamos o nódulo da doença que mantém contato com o endométrio, é o tipo mais raro, embora também o mais grave e normalmente associado à infertilidade feminina.
Continue conosco na leitura do texto a seguir e entenda melhor essa relação.
O útero é formado essencialmente pela parede uterina, composta por sua vez por três tipos de tecido diferentes, como comentamos: perimétrio, miométrio e endométrio. Destas, o endométrio e o miométrio estão diretamente associados à fertilidade da mulher.
Chamamos mioma submucoso aquele que se projeta em direção ao endométrio, mioma intramural aquele que permanece contido somente pelo miométrio e mioma subseroso o que altera a estrutura do perimétrio.
Os sintomas decorrentes de cada tipo de mioma são específicos, bem como as consequências de seu crescimento para a fertilidade e qualidade de vida da mulher.
No entanto, as mulheres com mioma podem apresentar algumas alterações em comum, independentes da localização do nódulo, como:
O tratamento para os diferentes tipos de mioma também é semelhante, indicando a abordagem medicamentosa quando os sintomas são leves e a mulher não pretende engravidar, e o procedimento cirúrgico para casos mais graves.
Embora qualquer alteração na estrutura uterina possa afetar a fertilidade como um todo, entre os tipos de mioma, somente o mioma submucoso oferece um risco real de infertilidade. Vamos entender por que isso acontece.
O endométrio é o único tecido do útero que mantém contato direto com diversos processos da gestação, desde a nidação – quando o embrião se fixa no útero, dando início à gravidez propriamente dita – até o parto.
Para que a nidação aconteça, é imprescindível que o endométrio esteja receptivo, ou seja, devidamente preparado pela atividade dos estrogênios e da progesterona para auxiliar o embrião na busca pelo local mais adequado para fixar-se no útero.
O mioma submucoso perturba esses processos por formar lesões no endométrio e por potencializar a atividade dos estrogênios neste tecido, tornando o endométrio instável e, por isso, pouco receptivo ao embrião.
Além disso, com o crescimento do mioma submucoso, o espaço uterino para o desenvolvimento do embrião e do feto podem ser menores, dificultando seu desenvolvimento, e o fato de o mioma ser fibroso também diminui a elasticidade uterina e, portanto, a capacidade de adaptação do útero à gravidez.
Na prática, a infertilidade se manifesta como dificuldade para conseguir engravidar por falha na implantação embrionária e como quadros de aborto de repetição, quando o embrião é eliminado por não conseguir se desenvolver devido ao mioma submucoso.
A identificação do mioma submucoso pode ser feita por exames de imagem, como a histerossalpingografia e a ressonância magnética, indicadas quando a ultrassonografia pélvica levantar a hipótese para a doença.
A abordagem terapêutica do mioma submucoso pode ser medicamentosa ou cirúrgica, assim como os demais tipos de mioma, embora seja importante considerar que a remoção cirúrgica do mioma submucoso seja o tratamento mais bem-sucedido para a infertilidade provocada pela doença.
A miomectomia, nestes casos, é feita por histeroscopia cirúrgica, um procedimento minimamente invasivo que extrai o mioma acessando a cavidade uterina pelo canal vaginal – sem cortes e sem incisões.
A reprodução assistida é hoje uma das formas mais seguras de ter filhos quando existem quadros de infertilidade conjugal – como a infertilidade feminina provocada pelo mioma submucoso.
Contudo, é importante que o tratamento cirúrgico para a remoção do mioma submucoso seja realizado antes do início de qualquer tratamento com reprodução assistida – já que todas as técnicas exercem pouca influência sobre a gestação após a chegada do embrião ao útero.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais indicada para mulheres com infertilidade por fator uterino, como no caso do mioma submucoso, precisamente porque permite a fecundação fora do corpo da mulher e a criopreservação dos embriões.
Assim, a transferência dos embriões ocorre somente no momento em que o útero se mostra realmente receptivo, melhorando as chances de sucesso do tratamento.
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