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Endometriomas: o que são?

Endometriomas: o que são?

A função reprodutiva dos seres humanos é um processo delicado, complexo e intenso. Qualquer alteração na dinâmica hormonal, órgãos e estruturas do sistema reprodutivo de homens e mulheres pode resultar em infertilidade conjugal.

Entre as principais causas de infertilidade feminina, as doenças que prejudicam o funcionamento dos ovários despontam como algumas das enfermidades mais recorrentes.

Os ovários são as glândulas sexuais das mulheres, se manifestam aos pares e estão localizadas nas extremidades das tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero. Essas glândulas desempenham funções relacionadas principalmente à dinâmica dos hormônios sexuais e com a reserva ovariana.

As doenças que afetam os ovários normalmente produzem cistos, que prejudicam a fertilidade, embora de formas diferentes e com urgências distintas.

Enquanto na SOP (síndrome dos ovários policísticos) os cistos são formados por folículos atrésicos, que permanecem do mesmo tamanho e afetam apenas a ovulação, os cistos típicos da endometriose ovariana – os endometriomas – são compostos de endométrio ectópico e sangue, aumentam de tamanho sob influência dos estrogênios e podem romper-se – configurando um quadro mais grave e urgente, que afeta a reserva ovariana, além da ovulação.

Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e compreenda melhor o que são os endometriomas e como estes cistos podem afetar o sonho da maternidade para muitas mulheres.

O que são endometriomas?

Os endometriomas são os cistos formados pela endometriose do tipo ovariana, caracterizados principalmente por sua coloração vermelho achocolatada e por responderem à ação dos hormônios sexuais, principalmente os estrogênios e a progesterona.

Num ciclo reprodutivo normal, os hormônios ovarianos – com destaque para os estrogênios e a progesterona – são produzidos em resposta aos estímulos hipofisários mediados pelas gonadotrofinas LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), e atuam principalmente nos ovários e no útero.

Nos ovários, os estrogênios participam da liberação do oócito, na ovulação, enquanto esse hormônio atua também no espessamento do endométrio, induzindo à multiplicação celular deste tecido, que aumenta de tamanho.

A progesterona é produzida nos ovários pelo corpo-lúteo – formado pelas células foliculares residuais, após a ovulação – e seu papel principal é uterino, paralisando a multiplicação celular do endométrio, induzida anteriormente pelos estrogênios, e reorganizando este tecido.

A receptividade endometrial é resultado das ações orquestradas desses dois hormônios, que preparam o útero para receber o embrião, caso a fecundação ocorra, no interior das tubas uterinas.

Se a fecundação não ocorrer, a concentração destes dois hormônios decai, provocando a descamação do endométrio, que é expelido em forma de sangue menstrual, recomeçando o ciclo reprodutivo.

Os focos endometrióticos respondem aos estímulos dos estrogênios e da progesterona de forma semelhante ao endométrio original, porém a multiplicação celular desencadeada pelos estrogênios, nestes casos, provoca o aparecimento de um processo inflamatório local, que prejudica o funcionamento das estruturas às quais estão aderidos os implantes.

Como a secreção de progesterona é sensivelmente mais baixa e menos constante que a de estrogênios, predomina a ação deste último hormônio e, consequentemente, o crescimento dos focos endometrióticos é maior que o controle da progesterona sobre eles.

A fisiologia dos endometriomas é semelhante aos demais tipos de endometriose, com a diferença de o tipo ovariano formar um tecido endometrial ectópico envolto em membranas, constituindo o cisto do qual falamos anteriormente.

Os processos inflamatórios locais, desencadeados pelos endometriomas, e o próprio crescimento dos cistos pressionam o córtex ovariano, danificando as células que compõe a reserva ovariana e também a ovulação – processos implicados na infertilidade decorrente desse tipo de endometriose.

Como saber se tenho endometriomas?

Apesar de os endometriomas raramente se manifestarem de forma isolada, sendo mais comumente acompanhados das outras formas de endometriose – superficial peritoneal e infiltrativa profunda – a infertilidade é considerada o sintoma mais central deste tipo de endometriose.

Contudo, é importante ressaltar que qualquer forma de endometriose oferece risco para o desenvolvimento de todos os sintomas típicos da doença, como estes:

De forma geral, podemos dizer que os prejuízos às funções urinária e intestinal acontecem principalmente quando os focos endometrióticos estão localizados no peritônio ou no períneo.

É importante lembrar também que a endometriose, inclusive sua forma ovariana, é uma doença crônica e progressiva. Assim, o crescimento dos endometriomas pode levar ao rompimento dos cistos, o que provoca dor pélvica aguda e demanda que a mulher procure atendimento médico imediatamente.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico dos endometriomas é realizado principalmente a partir dos resultados da ultrassonografia pélvica transvaginal com preparo intestinal, uma modalidade específica entre as ultrassonografias pélvicas, própria para os diversos tipos de endometriose.

O esvaziamento intestinal permite que a ultrassonografia forneça imagens mais claras e objetivas da cavidade pélvica, já que as ondas de ultrassom conseguem ecoar no interior dos intestinos sem que o bolo fecal interfira na formação das imagens, além de evitar que o inchaço intestinal forme imagens que podem ser interpretadas de forma incerta, após o resultado.

Os endometriomas podem ser tratados?

Atualmente, os endometriomas e a endometriose como um todo podem ser tratados por três principais abordagens, segundo algumas especificidades de cada caso: medicamentosa, cirúrgica e pela reprodução assistida.

O tratamento medicamentoso é feito com a administração de medicamentos contraceptivos orais, que combinam doses específicas de estrogênio e progesterona, e têm como principal objetivo controlar os sintomas dolorosos, embora este tratamento não seja indicado para mulheres que desejam engravidar a curto prazo.

O tratamento cirúrgico consiste na retirada dos focos endometrióticos via videolaparoscopia, contudo a indicação da cirurgia para os endometriomas deve ser feita de forma muito cuidadosa. Isso porque a intervenção cirúrgica, da mesma forma que a doença, pode afetar a reserva ovariana e com isso prejudicar ainda mais a fertilidade das mulheres com endometriomas.

Nesse sentido, a infertilidade provocada pelos endometriomas pode ser mais adequadamente tratada através das técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente.

Entre os principais procedimentos, a FIV (fertilização in vitro) é aquele que mais oferece chances de gestação para mulheres com distúrbios anovulatórios, como os desencadeados pelos endometriomas.

Essa indicação é feita porque a FIV inclui a estimulação ovariana e porque possibilita a preservação da fertilidade pelo congelamento de óvulos, antes da cirurgia para retirada dos endometriomas, caso haja essa indicação.

Na estimulação ovariana, realizada nos primeiros dias do ciclo reprodutivo, a mulher recebe doses diárias de medicamentos à base de gonadotrofinas, que induzem o recrutamento e amadurecimento dos folículos.

Após a estimulação ovariana, os gametas femininos são coletados e podem ser encaminhados imediatamente para fertilização, ou podem ser congelados para que a fecundação aconteça posteriormente.

É importante relembrar que os endometriomas raramente se manifestam de forma isolada, sendo normalmente acompanhados por outras formas de endometriose, que oferecem inclusive riscos de gestação ectópica, principalmente tubária.

Nesse sentido a FIV também funciona como uma forma de prevenir esse tipo de gestação, que além de resultar em perda gestacional, também oferece risco de morte para mulher.

Leia mais sobre endometriose tocando no nosso link.

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