Existem dois eventos importantes na vida reprodutiva da mulher: a menarca e a menopausa, quando começa e quando termina a possibilidade de ter filhos, respectivamente. Ao contrário dos homens, as mulheres passam pelo ciclo menstrual e elas podem engravidar em apenas uma das fases desse ciclo e a mais curta: a ovulação.
Os ovários são as glândulas sexuais femininas, como os testículos nos homens. Essas glândulas têm duas principais funções:
Da menarca à menopausa, os ovários auxiliam na regulação do ciclo menstrual, cujo objetivo é liberar, a cada ciclo, um óvulo maduro pronto para ser fertilizado durante a ovulação e preparar o revestimento interno do útero, o endométrio, para uma possível implantação.
O útero, um órgão localizado no centro da cavidade pélvica, tem 3 camadas: uma camada externa, serosa, também chamada de perimétrio; uma intermediária muscular, o miométrio; e uma mucosa interna, o endométrio, que apresenta variações cíclicas em espessura e composição em resposta a mudanças nos níveis de hormônios sexuais secretados pelo ovário.
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A camada interna do útero é chamada de endométrio. É nela que o embrião se implantará e se desenvolverá durante a gravidez. O seu funcionamento e as diversas alterações morfológicas estão intimamente ligados aos hormônios sexuais.
Portanto, esse tecido só é capaz de receber o embrião durante a vida fértil da mulher, ou seja, depois da menarca e antes da menopausa. Durante o ciclo menstrual, o endométrio se prolifera para se preparar para receber o embrião, um fenômeno que ocorre regularmente em cada ciclo. Se não houver fecundação, o endométrio é eliminado e por isso a mulher menstrua.
O endométrio, portanto, tem um papel fundamental na fertilidade. Se ele não estiver em seu funcionamento adequado, o casal pode ter dificuldades para engravidar.
Os hormônios produzidos pelos ovários, como o estrogênio e depois a progesterona (produzida pelo corpo-lúteo), regulam o desenvolvimento do endométrio, de modo a auxiliar na implantação.
O folículo rompido na ovulação dá origem ao corpo-lúteo, que libera progesterona para o preparo final do endométrio.
No final do ciclo, a ausência de gravidez leva à degeneração do corpo-lúteo, bem como à queda repentina da secreção hormonal ovariana, por isso ocorre a menstruação.
Existem algumas anormalidades ou doenças que podem afetar o endométrio:
A endometrite é uma inflamação do endométrio decorrente de uma infecção que pode ser causada por diferentes agentes patológicos. A endometrite causa uma alteração no endométrio que prejudica a receptividade endometrial, que é a condição fisiológica do endométrio de receber o embrião.
A endometrite pode causar infertilidade se o casal estiver tentando engravidar com relações sexuais e pode gerar falhas na reprodução assistida, por isso a doença precisa ser tratada antes das tentativas de engravidar de forma geral.
O sangramento uterino anormal é o sangramento irregular do útero que é mais longo ou mais intenso do que o normal: por exemplo, a mulher pode ter sangramento intenso durante os períodos. As razões para o sangramento anormal são muitas. Às vezes, é causado por alterações nos níveis hormonais, mas também pode ser causado por problemas de coagulação, por exemplo.
Os pólipos endometriais são crescimentos geralmente benignos do próprio endométrio, que se projeta para a cavidade uterina e pode ocupar parte dela.
Os pólipos endometriais podem levar à infertilidade, por isso sempre devem ser retirados quando diagnosticados.
Existe uma porcentagem muito pequena de chance do pólipo se tornar maligno, mas é importante tratar e avaliar.
O câncer endometrial é diagnosticado com mais frequência em mulheres na pós-menopausa. Acontece quando as células do endométrio crescem descontroladamente e se tornam malignas. A cirurgia é o principal tratamento para a maioria das mulheres, mas, em alguns casos, outros tipos de tratamento também podem ser indicados.
A adenomiose é uma doença que se caracteriza pela invasão de células do endométrio no miométrio, a camada muscular do útero. Pode causar menstruações intensas e dolorosas. É mais comum em mulheres na perimenopausa, embora possa ser observada ainda em mulheres entre 30 e 40 anos.
A adenomiose é uma doença diferente da endometriose. A endometriose está presente fora da cavidade uterina e tem características diferentes da adenomiose.
Dado o papel essencial da receptividade endometrial no sucesso de qualquer tratamento de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), a capacidade do endométrio de “aceitar” o embrião deve ser avaliada.
Por isso, o preparo endometrial adequado e a transferência de embriões de alta qualidade são fatores fundamentais para a obtenção de bons resultados. Na verdade, os protocolos de preparo endometrial foram desenvolvidos para simular o ciclo menstrual natural.
Transferir o melhor embrião e fazê-lo no momento ideal para o endométrio são dois fatores fundamentais que aumentam as taxas de sucesso da FIV.
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