As técnicas de reprodução assistida, como a FIV (fertilização in vitro) são cada vez mais indicadas para casais que têm dificuldades para engravidar naturalmente.
Durante a preparação para os procedimentos, no entanto, é comum ouvirmos termos não tão conhecidos popularmente, como “embrião” e “blastocisto“.
Mas afinal, qual é a relação entre o embrião e o blastocisto? É importante entendermos essa relação para compreendermos todo o processo de reprodução assistida.
Por isso, continue lendo este texto para descobrir mais sobre esse assunto tão importante.
O embrião é a primeira fase do desenvolvimento humano após a fecundação. Ele é formado a partir da união entre o óvulo e o espermatozoide, que contêm as informações genéticas dos pais.
A fecundação ocorre no momento em que o espermatozoide penetra no óvulo, formando o zigoto.
Antes de falarmos sobre o embrião, é importante entendermos como são formadas as células reprodutivas dos pais. Tanto os homens quanto as mulheres produzem essas células por meio de processos específicos.
Nos homens, as células reprodutivas são chamadas de espermatozoides e são produzidas na espermatogênese, que somente passa a ocorrer na puberdade, mas permanece continuamente ao longo da vida do homem.
Já nas mulheres, as células reprodutivas são os óvulos, que são produzidos como reserva ovariana no período embrionário, mas disponibilizados para a fecundação a cada ovulação. Esse processo também começa na puberdade, mas continua somente até a menopausa.
No momento da fecundação, ocorre a fusão dos núcleos do óvulo e do espermatozoide, dando origem ao zigoto. É importante destacar que essa fusão dos núcleos é responsável por mesclar as informações genéticas dos pais, dando origem a um ser único e com características únicas.
Após a formação do zigoto, começa o processo de divisão celular, que dará origem ao embrião. As primeiras células do embrião são chamadas de blastômeros, e elas se dividem rapidamente formando uma bola compacta de células chamada de mórula.
A mórula é composta por cerca de 16 a 32 blastômeros. Após algum tempo, a mórula se divide novamente, formando uma cavidade no centro – que chamamos blastocele. Quando essa cavidade é preenchida por líquido, dá origem à blástula.
Ou seja, a blástula ou blastocisto é uma estrutura formada por uma camada externa de células e uma cavidade interna preenchida por líquido, chamada de blastocele. Este é considerado o estágio inicial do desenvolvimento embrionário e acontece entre o 3º e o 7º dias após a fecundação
Após a formação do blastocisto, o embrião passa ao estágio da gastrulação, quando acontecem as primeiras diferenciações celulares no embrião, dando origem a três camadas germinativas: ectoderma, mesoderma e endoderma.
Essas camadas são responsáveis por dar origem aos diversos tecidos e órgãos do corpo humano, o que acontece na última etapa do desenvolvimento embrionário, a organogênese.
O blastocisto é uma etapa decisiva no processo de gestação, pois é durante esta etapa do desenvolvimento embrionário que o embrião se fixa no útero e inicia a formação da placenta – essencial para o fornecimento de nutrientes e oxigênio ao feto durante toda a gestação, além de produzir hormônios que auxiliam na manutenção da gravidez.
Estruturalmente, o blastocisto é composto por duas partes: o embrioblasto, que dará origem ao embrião propriamente dito, e o trofoblasto, que será responsável por formar os anexos embrionários (placenta, cordão umbilical e líquido amniótico).
Na nidação, é o trofoblasto que se liga ao endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina – para iniciar a gestação, começando a formação da placenta e do cordão umbilical.
Além disso, durante a nidação, há um aumento na produção de hormônios, como hCG (gonadotrofina coriônica humana), produzido pelo trofoblasto, que mantém os níveis de progesterona – fundamental para estabilizar o endométrio durante a implantação do blastocisto.
Esses hormônios promovem o espessamento da parede uterina e a formação de glândulas que produzem um muco nutritivo, que é essencial para o embrião.
A formação do blastocisto ocorre na reprodução assistida de forma semelhante à gestação natural. A diferença está no local em que isso acontece.
Independentemente da técnica utilizada, no entanto, o blastocisto é fundamental para o sucesso da gestação.
Na IA (inseminação artificial) e na RSP (relação sexual programada), técnicas de baixa complexidade, a fecundação – e a formação do blastocisto – ocorre nas tubas uterinas, seguindo o mesmo processo da gestação natural: com o encontro entre óvulo e espermatozoide, após a ovulação, no interior dessas estruturas, e a condução do blastocisto ao útero pelas próprias tubas.
Já na FIV, mais complexa, a formação do blastocisto ocorre em laboratório, durante o cultivo embrionário, por volta de 3 dias após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide – que também acontece em laboratório.
O blastocisto é transferido para o útero no momento em que a nidação deve acontecer, ao final do cultivo embrionário, aumentando as chances de implantação e, consequentemente, de gravidez.
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