Embora seja comum pensar que as causas da infertilidade masculina possam estar mais frequentemente ligadas à doenças adquiridas ao longo da vida, também problemas no desenvolvimento embrionário e logo após o nascimento podem prejudicar a capacidade reprodutiva no futuro – como é o caso da criptorquidia.
Por isso, identificar a criptorquidia – o que depende de um diagnóstico preciso – é fundamental para buscar o tratamento mais adequado e tomar as medidas necessárias para evitar possíveis danos à fertilidade.
Neste artigo, abordaremos o diagnóstico da criptorquidia, explorando os principais aspectos relacionados a essa condição, desde as causas até as possíveis consequências em caso de falta de diagnóstico e tratamento.
Convidamos você a continuar a leitura e aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema tão relevante para a saúde reprodutiva masculina.
O desenvolvimento dos testículos e sua descida para a bolsa escrotal são processos complexos e essenciais para o pleno funcionamento do sistema reprodutor masculino. Durante a gestação, os testículos se formam na região abdominal (próxima aos rins) e, à medida que o feto se desenvolve, ocorre um movimento descendente dessas estruturas em direção à bolsa escrotal.
Esse movimento é influenciado por fatores hormonais e estruturais, envolvendo uma série de mudanças anatômicas e migratórias, e a descida dos testículos para a bolsa escrotal é concluída até o nascimento ou logo nos primeiros meses de vida.
O processo de descida dos testículos e seu posicionamento definitivo na bolsa escrotal é fundamental para a fertilidade masculina porque somente a bolsa escrotal consegue manter as condições ambientais necessárias para a espermatogênese (processo de formação dos espermatozoides) – principalmente a temperatura, que deve ser ligeiramente mais baixa do que a média corporal.
Nos casos de criptorquidia, essa migração não ocorre de forma adequada e os testículos permanecem nesta posição anormal, submetidos a condições ambientais desfavoráveis à espermatogênese.
A criptorquidia tem consequências que variam em termos de gravidade e pode ser classificada em dois tipos principais: uni ou bilateral. No primeiro caso, apenas um testículo não desce para a bolsa escrotal, enquanto no segundo ambos os testículos permanecem na região abdominal ou na virilha.
A prematuridade e o baixo peso ao nascer são os principais fatores de risco para criptorquidia, uma vez que a descida dos testículos ocorre no final do período gestacional, mas em alguns casos, mesmo bebês que nascem no tempo previsto também podem apresentar criptorquidia, associada a fatores genéticos e hereditários (predisposição familiar para a condição) e falhas no desenvolvimento embrionário.
Nesse sentido, uma das causas de criptorquidia mais frequentemente observadas é a falta de espaço na bolsa escrotal para acomodar os testículos, o que pode ocorrer devido a alterações estruturais ou funcionais, como uma bolsa escrotal subdesenvolvida ou estreita.
Problemas hormonais também desempenham um papel significativo na criptorquidia, já que a dinâmica dos hormônios envolvidos no desenvolvimento dos testículos e na regulação do processo de migração pode estar desequilibrada, impedindo que a descida ocorra adequadamente.
É sempre fundamental estar atento a possíveis sinais e sintomas para buscar uma avaliação médica especializada e, eventualmente, o início do tratamento adequado – e isso também vale para a criptorquidia.
No entanto, na maioria dos casos, a criptorquidia não apresenta sintomas dolorosos ou alterações periféricas, mas a ausência dos testículos pode ser observada visualmente e este é o principal sintoma da condição.
Considerando que ainda durante o primeiro ano de vida do menino, a descida dos testículos possa acontecer naturalmente, sem maiores consequências para o funcionamento dessas estruturas, a ausência dos testículos deve ser identificada e acompanhada de perto.
Por isso, o diagnóstico da criptorquidia geralmente começa com o exame físico, que inclui uma avaliação cuidadosa da bolsa escrotal, em busca dos testículos ausentes ou mal posicionados. Com o paciente deitado e relaxado, o médico palpa delicadamente a região, procurando identificar a presença dos testículos. Em bebês e crianças pequenas, o exame pode ser realizado durante o banho, quando a pele está mais relaxada.
Nos casos de criptorquidia, os testículos podem estar localizados em locais não comuns, como a região abdominal ou a virilha, mas isso normalmente é identificado nas etapas finais do diagnóstico, por videolaparoscopia – um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, que permite inclusive a intervenção cirúrgica necessária ao tratamento.
Quando a criptorquidia não é diagnosticada a tempo e não ocorre a correção da posição dos testículos, podem surgir alguns problemas significativos, especialmente relacionados à fertilidade masculina.
Uma das principais preocupações é o impacto na produção de espermatozoides. Como comentamos, a bolsa escrotal proporciona uma temperatura mais baixa do que a do restante do corpo aos testículos e isso é essencial para a produção adequada de espermatozoides.
Por isso, a exposição prolongada dos testículos a temperaturas mais altas, como observado na criptorquidia, mantém um ambiente desfavorável para a espermatogênese, provocando uma redução na quantidade e qualidade dos espermatozoides produzidos, o que afeta diretamente a fertilidade masculina.
Nesse sentido, nos casos mais severos, em que a criptorquidia não é tratada, o dano testicular pode ser grave o suficiente para até mesmo resultar em infertilidade permanente.
O tratamento da criptorquidia é exclusivamente cirúrgico, realizado somente após um processo diagnóstico preciso, e com objetivo de reposicionar os testículos.
O procedimento é conhecido como orquidopexia e também pode ser indicado para outras condições, como a torção testicular, com chances de sucesso altas, ou seja, na maior parte das vezes a conduta cirúrgica precoce consegue evitar problemas de infertilidade masculina.
Quando isso não acontece, no entanto, ainda é possível contar com a reprodução assistida para ter filhos, no futuro.
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