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Uretrite: o que é e como se desenvolve?

Uretrite: o que é e como se desenvolve?

A uretra é o canal que conduz a urina da bexiga para o exterior do corpo. Nos homens, termina no pênis e possui aproximadamente 20 cm de comprimento, enquanto nas mulheres termina na vulva (região externa do sistema genital feminino) e possui cerca de apenas 4 cm.

O canal faz parte do sistema urinário, juntamente com a bexiga, os rins e os ureteres, tubo que liga os rins à bexiga: ela possui esfíncteres voluntários, que permitem o controle consciente quando o indivíduo deseja eliminar a urina.

Nos homens, também tem função reprodutiva, permitindo a passagem do esperma durante a ejaculação. Ela é dividida em três porções distintas: porção prostática, porção membranosa e porção esponjosa, cada uma delas com funções diferentes.

A primeira, mais próxima à bexiga, é a parte em que os espermatozoides, os líquidos seminais e prostáticos se misturam para formar o sêmen. A segunda, logo após o esfíncter uretral, tem a função de secretar um fluido pré-ejaculatório para limpar a uretra dos restos de urina e de bactérias. Já a terceira parte, localizada no corpo do pênis, tem glândulas que liberam o lubrificante sexual masculino.

Nas mulheres, a uretra é menor, está posterior à sínfise púbica e termina entre o clitóris e a vagina. Não possui função reprodutiva, embora também possua glândulas que ajudem na lubrificação, chamadas de glândulas de Skene.

Uretrite, sintomas e agentes etiológicos

Uretrite é o nome que designa a inflamação da uretra, gerando vermelhidão, dor, calor, inchaço e em casos mais graves a perda da função. Ela possui diversas etiologias, como infecções bacterianas, fúngicas, virais e por protozoários, além de traumas e causas químicas.

Entretanto, quase a totalidade dos casos resultam de infecções, principalmente aquelas provocadas por agentes sexualmente transmissíveis, ou seja, as ISTs. Elas podem ser gonocócicas, quando causadas pela bactéria Neisseria gonorrhea, ou não gonocócicas, quando outros agentes levam à uretrite, principalmente a Chlamydia trachomatis, Trichomonas vaginalis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Staphylococcus sp, Candida albicans, Escherichia coli, herpes simples, HPV, entre outros.

Os sintomas podem variar de acordo com organismo infectante, porém, os mais comuns são dor ao urinar, dor ao ejacular, aumento da frequência urinária, micção frequente e secreções, que podem ter diversas características. Outros sintomas menos frequentes são febre e mal-estar.

Durante muitos anos a uretrite mais prevalente no mundo era provocada pela bactéria da gonorreia, contudo, devido a sua agressividade e à presença abundante de secreção purulenta no homem, manifestações passiveis de serem detectadas precocemente, sua prevalência diminuiu.

Hoje, a IST mais prevalente e a primeira causa de uretrite no mundo é a infecção por Clamydia trachomatis. Sua manifestação se assemelha à gonorreia, porém os sintomas são mais brandos, ao mesmo tempo que alguns pacientes são assintomáticos: as secreções são transparentes e em menor quantidade, além do período de incubação ser maior, situação que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta sua transmissibilidade.

Complicações

O trato urinário é, geralmente, estéril e resistente a contaminação por outros organismos invasores, por meio de mecanismos que dificultam a colonização, como o esvaziamento completo da bexiga durante a micção, barreiras mucosas, imunológicas etc.

Apesar disso, como visto, a uretra distal pode se infectar com germes, sendo que alguns podem atravessar esses mecanismos e avançar pelo canal, causando as infecções do trato urinário (ITUs). Quando ascendem até a bexiga, levam a cistite, considerada uma ITU inferior. No entanto, podem continuar subindo pelos ureteres até os rins, gerando a pielonefrite, uma ITU superior.

Cerca de 95% das infecções do trato urinário são decorrentes desse desenvolvimento. Nas mulheres jovens, as ITUs são mais frequentes devido ao menor tamanho da uretra em comparação a homens. Assim, essas infecções tendem a ser mais agressivas no sexo masculino.

Os micro-organismos também podem migrar e afetar o trato genital de ambos os sexos e, se não tratados, provocar infertilidade. No homem, podem invadir os testículos, os epidídimos (que armazenam os espermatozoides até se tornarem maduros e com maior motilidade) e glândulas como a próstata. Gerando, respectivamente, a orquite, epididimite e a prostatite.

Já no sexo feminino, podem colonizar o colo do útero, o útero, tubas uterinas e ovários, causando a doença inflamatória pélvica (DIP).

Se não for adequadamente tratada, a inflamação e o reparo gerado pelas células de defesa do organismo tentando combater o patógeno podem alterar estruturas anatômicas e hormonais, que dificultarão ou impedirão por completo a fecundação e a gravidez.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento varia de acordo com o tipo de agente infectante. Em caso de bactérias, utiliza-se os antibióticos, com abordagens diferentes cada caso a abordagem. Para fungos, antifúngicos e, em casos virais, são prescritos antivirais específicos para cada doença.

Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), são prescritos para tratar a dor e o desconforto na uretra, podem ser associados aos outros tratamentos, pelo menos até que eles comecem a surtir efeito.

Em alguns casos pode ser necessária correção cirúrgica, quando danos estruturais aos órgãos genitais internos ocorrem, há obstrução da uretra ou perda neurológica.

Se os prejuízos não puderem ser reparados, o casal que deseja engravidar pode procurar técnicas de reprodução assistida para auxiliar, como a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV com ICSI).

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