Tireoide e fertilidade: qual a relação? - Art Medicina Reprodutiva
Art Medicina | WhatsApp
Clínica Art Medicina Reprodutiva
Pré-agendar consulta
Tireoide e fertilidade: qual a relação?

Tireoide e fertilidade: qual a relação?

O sistema endócrino é formado por estruturas que chamamos glândulas – como a tireoide –, cuja principal função é produzir e armazenar os hormônios: moléculas que induzem transformações celulares e a produção de substâncias em praticamente todas as estruturas do corpo.

A hipófise e o hipotálamo, localizados no cérebro, são uma espécie de ponte entre os sistemas nervoso e endócrino, orquestrando o funcionamento das glândulas periféricas que são determinantes para aspectos essenciais da vida, como o metabolismo e a fertilidade.

Mesmo desempenhando papéis diversos, é comum que os hormônios hipotalâmicos e hipofisários também interajam entre si (além de atuar nas estruturas periféricas), fazendo com que suas funções sejam, muitas vezes, interligadas e interdependentes.

A fertilidade, por exemplo, é controlada principalmente pelo GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) hipotalâmico e pelas gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), produzidas pela hipófise, que atuam especificamente nos ovários e testículos.

No entanto, a produção desses hormônios pode sofrer interferência de outros hormônios externos aos sistemas reprodutivos de homens e mulheres, como aqueles produzidos pela tireoide.

A relação entre a tireoide e a fertilidade humana é o assunto principal deste texto.

Ficou interessada? Então continue conosco e aproveite a leitura!

A tireoide controla boa parte do metabolismo corporal

A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, próxima à traqueia e à laringe. Formada por dois lobos, a principal função da tireoide é produzir os hormônios que controlam praticamente todos os aspectos do metabolismo corporal, incluindo o crescimento e desenvolvimento do corpo em crianças.

Nos homens e mulheres adultos, a tireoide é essencial para as seguintes funções:

Além desses aspectos, a tireoide também contribui indiretamente para outros processos, como a fertilidade – como falaremos em breve.

Conheça os principais hormônios produzidos pela tireoide

Assim como acontece com os ovários e testículos, que também são glândulas periféricas como a tireoide, o funcionamento desta glândula é controlado por um hormônio hipofisário, o TSH (hormônio estimulante da tireoide), que estimula tanto a síntese como a secreção dos hormônios da tireoide.

A produção e liberação do TSH, por sua vez, é controlada por dois hormônios hipotalâmicos específicos, o TRH (hormônio estimulante da tirotrofina), que estimula a produção de TSH, e a somatostatina, que inibe a secreção deste hormônio.

Sob estímulo do TSH, a tireoide produz três hormônios principais, que atuam para aumentar o metabolismo do corpo: triiodotironina (T3), tiroxina (T4) e calcitonina. Esses hormônios são lançados na corrente sanguínea, encontrando receptores em diversos tecidos, de praticamente todos os sistemas do corpo.

Como o funcionamento da tireoide pode afetar a fertilidade?

A relação entre a tireoide e a fertilidade não é tão direta quanto a relação entre os ovários e testículos e a capacidade reprodutiva de homens e mulheres, mas os hormônios hipofisários que atuam nestas três glândulas são quimicamente semelhantes e interagem entre si.

Vamos compreender por que isso acontece.

O TSH é um hormônio formado por duas subunidades, alfa e beta, sendo que a subunidade alfa é compartilhada pelas gonadotrofinas FSH e LH, também produzidas pela hipófise, e pelo hCG (gonadotrofina coriônica humana), hormônio embrionário essencial para a manutenção da gravidez no primeiro trimestre.

Além de ser controlado pelo TRH e pela somatostatina, a produção de TSH é inibida quando os hormônios da tireoide alcançam uma concentração maior na corrente sanguínea, em um processo que chamamos feedback negativo.

Em função da semelhança química entre TSH, gonadotrofinas e hCG, o efeito inibidor que os hormônios da tireoide exercem sobre o TSH se repete também na regulação dos hormônios da fertilidade.

Sabendo que as gonadotrofinas estimulam a produção e o amadurecimento das células reprodutivas (óvulos e espermatozoides), além de induzir a produção dos hormônios sexuais (estrogênios, testosterona e progesterona), podemos compreender como a tireoide está envolvida nessas funções.

Hipotireoidismo e infertilidade

O hipotireoidismo é uma das disfunções da tireoide mais comuns entre homens e mulheres em idade reprodutiva, e ocorre quando a função da tireoide se encontra rebaixada, em relação à normalidade.

Além dos sintomas gerais do hipertireoidismo – como diminuição da frequência cardíaca e da atividade intestinal, cansaço anormal, depressão e aumento de peso –, a condição pode favorecer também a irregularidade dos ciclos menstruais e à hiperprolactinemia, ambos fatores de risco para infertilidade.

A irregularidade dos ciclos menstruais no hipotireoidismo está associada à anovulação (quando a ovulação não acontece) e à oligovulação (quando os ciclos ovulatórios diminuem, ocorrendo esporadicamente), ao passo que o excesso de prolactina também inibe a produção das gonadotrofinas impedindo a ovulação.

Hipertireoidismo e infertilidade

Diferente do hipotireoidismo, o hipertireoidismo é a condição em que a pessoa apresenta um funcionamento aumentado da tireoide, que acelera o metabolismo do corpo.

Os sintomas, por isso, também são opostos: taquicardia, aumento da pressão sanguínea, agitação, ansiedade, insônia, perda de peso e apetite. Os ciclos menstruais também podem se tornar irregulares nestes casos, associando também o hipertireoidismo à infertilidade.

Além disso, a mulher com hipertireoidismo que consegue engravidar pode, porém, encontrar problemas para manter a gestação no primeiro trimestre e, por isso, a condição está também associada a perdas gestacionais e aborto de repetição.

Diagnóstico e tratamento das alterações na tireoide

O diagnóstico das alterações da tireoide é feito pela dosagem dos hormônios T3 e T4, com amostras de sangue e pode ser complementado por exames laboratoriais que avaliam também as concentrações dos hormônios sexuais.

Dependendo das especificidades de cada caso, o tratamento pode variar entre o simples monitoramento do quadro geral – como nos casos de tireoidite pós-parto – até a abordagem medicamentosa, com suplementação hormonal.

Reprodução assistida

A infertilidade provocada pelas alterações na tireoide pode ser tratada pela medicação que equilibra a atividade hormonal desta glândula, mas também podem receber indicação para reprodução assistida.

Dependendo do diagnóstico, podem ser indicadas técnicas de baixa complexidade como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), ou de alta complexidade, como a FIV (fertilização in vitro).

Leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.

Agradecemos a sua leitura, aproveite e compartilhe
com seus amigos esse texto:
Ficou com dúvidas ou gostou do conteúdo?
Deixe o seu comentário abaixo:

© 2024 ART MEDICINA S.A CNPJ: 17.109.145/0001-28. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela equipe da Clínica Art Medicina e as informações aqui contidas tem caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. Todas imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor Técnico: Marcelo Giacobbe - CRM 62588