Alterações hormonais podem causar diversas consequências no organismo de uma pessoa, incluindo a infertilidade. Essas alterações podem ser resultado de diferentes fatores, como hábitos de vida, medicamentos e doenças.
Uma das doenças que têm relação com a infertilidade feminina é a síndrome dos ovários policísticos, ou SOP, que pode, entre outras consequências, causar alterações na ovulação.
Para entender mais sobre o assunto e descobrir qual a relação entre a SOP e a infertilidade, continue lendo:
A síndrome dos ovários policísticos é considerada um distúrbio hormonal, e se caracteriza por uma dosagem excessiva de testosterona no corpo da mulher, resistência à insulina e presença de cistos nos ovários.
A teoria mais aceita pelos estudiosos em relação à causa da SOP é o desequilíbrio hormonal causado pelo aumento da testosterona e insulina. É importante salientar que a SOP não causa o distúrbio hormonal, e sim é causada por ele.
Entre suas principais consequências estão o hiperandrogenismo e os distúrbios ovulatórios, como a anovulação. Além das mudanças físicas, que afetam a autoestima da mulher com características consideradas masculinas, estas consequências podem causar a infertilidade.
A anovulação é um distúrbio ovulatório que se caracteriza pela ausência de ovulação. Por sua vez, a ovulação é o processo de liberação de um óvulo maduro que possa ser fecundado pelo espermatozoide no período fértil da mulher.
Para que a ovulação aconteça, é necessário que a mulher ainda tenha óvulos em sua reserva ovariana e que diversos processos do ciclo menstrual aconteçam adequadamente, de acordo com a ação dos hormônios. Se há alguma alteração hormonal, alguns desses processos são prejudicados.
Quando a mulher passa pela anovulação e não ovula, ela se torna impossibilitada de alcançar uma gestação naturalmente, já que o óvulo é fundamental para a fecundação.
A SOP está relacionada à infertilidade por ser uma das causas mais comuns da anovulação. No caso da síndrome dos ovários policísticos, o distúrbio ovulatório pode ser causado pelo desequilíbrio hormonal do excesso de testosterona e hiperandrogenismo; além da presença dos cistos que afeta o funcionamento dos ovários.
Além da anovulação, a SOP também pode causar a oligovulação — um distúrbio ovulatório que se caracteriza por ciclos menstruais muito longos. A mulher não deixa de ovular, mas seus ciclos duram mais de 35 dias. Ainda, os ciclos irregulares são comuns em pacientes diagnosticadas com a síndrome.
Apesar da oligovulação e dos ciclos irregulares não impossibilitarem uma gestação, o processo pode se tornar mais difícil.
O diagnóstico da SOP é fundamental para que seja possível realizar um tratamento adequado. A conduta vai depender das características de cada paciente, dos sintomas da doença e se há ou não o desejo de engravidar.
Para diagnosticar a síndrome, a mulher precisa apresentar no mínimo dois entre três fatores: ovários policísticos, hiperandrogenismo e problemas ovulatórios. Quando existe apenas a presença dos cistos não é considerada a SOP, e sim cistos nos ovários — que são um problema diferente da síndrome.
Exames de imagem e laboratoriais são realizados para o diagnóstico. A ultrassonografia e a ressonância são utilizadas para identificar a presença dos cistos, assim como seu tamanho, quantidade e outras características. Os exames de sangue também são muito importantes para verificar a dosagem da testosterona, da insulina e dos hormônios sexuais em geral.
O tratamento da síndrome pode ser diferente de acordo com cada paciente. O tratamento hormonal é indicado para as mulheres que não desejam engravidar em um curto prazo e que querem amenizar os sintomas e os efeitos do hiperandrogenismo.
A mudança de hábitos também é considerada um tratamento em alguns casos. A prática de atividades físicas e uma alimentação saudável e específica podem promover um equilíbrio da insulina e uma melhora da situação.
Para as mulheres que querem engravidar, há a indicação da reprodução assistida.
Existem três técnicas principais de reprodução assistida e todas estão disponíveis para pacientes diagnosticadas com SOP. A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA), de baixa complexidade, e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade.
A RSP é indicada apenas em casos de infertilidade feminina relacionada à ovulação, desde que a paciente tenha menos de 35 anos, uma boa reserva ovariana, tubas uterinas sem qualquer obstrução e seu parceiro seja considerado fértil.
A IA também pode ser realizada, apesar de ser mais indicada quando há fatores leves de infertilidade masculina. Já a FIV pode ser indicada em casos mais graves, quando a paciente não está apta para a baixa complexidade ou quando outras tentativas não dão certo.
Todas as técnicas possuem uma etapa chamada estimulação ovariana, que consiste em um tratamento hormonal com o objetivo de desenvolver e liberar um número maior de óvulos na ovulação. No caso das mulheres com anovulação, o objetivo da estimulação é obter ao menos um óvulo saudável para realizar as técnicas de reprodução assistida.
Para mais informações, continue lendo sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
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