Sintomas de endometrite: veja quais são para procurar auxílio médico

Você sabia que a boa saúde do endométrio é um fator muito importante para a fertilidade feminina? Isso porque esse tecido é responsável por muitas funções desse sistema enquanto um bebê está sendo gerado no corpo da mulher.

Ele é o revestimento do interior do útero, sendo o local onde a placenta é formada e o embrião se implanta iniciando a gravidez. E é justamente o endométrio que se prepara todos os meses para receber um embrião, aumentando sua espessura devido aos hormônios ovarianos (progesterona e estrogênio).

É importante manter a saúde desse tecido, pois os problemas que o acometem podem causar sérios problemas, chegando até mesmo à infertilidade.

Nesse artigo, falaremos de um problema específico, a endometrite, abordando seus sintomas, diagnóstico e tratamento. Mas antes de tudo, vejamos o que é a endometrite.

O que é endometrite?

A endometrite é a inflamação do endométrio, que acontece devido a algum desequilíbrio na flora bacteriana do útero ou infecções na região. Alguns fatores de risco são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia e clamídia, procedimentos ginecológicos invasivos, inserção do DIU, raspagem uterina etc.

Também vale ressaltar que essa doença pode se apresentar de forma aguda ou crônica. Quando aguda, ela manifesta alguns sintomas específicos que precisam ser identificados por um especialista. Ela se torna crônica quando já não pode ser tratada normalmente, sendo assintomática em muitos casos.

Essa é uma situação mais complexa porque pode resultar em problemas como os abortos de repetição (quando há três ou mais abortos consecutivos) e infertilidade. Por isso, as mulheres que têm dificuldades para engravidar costumam fazer exames para saber se sofrem com a endometrite.

Sintomas da endometrite

Se a endometrite ainda estiver na sua fase aguda, alguns sintomas comuns podem ser percebidos. No entanto, eles são muito discretos e por isso é difícil diagnosticar a doença. Além disso, os abortos recorrentes ou a dificuldade para engravidar são os motivos mais comuns para buscar a ajuda de médicos especialistas.

Vale ressaltar que os abortos de repetição podem acontecer até mesmo na reprodução assistida e também devem ser vistos como um sinal da doença. No mais, os sintomas da endometrite aguda são:

• Mal-estar;
• Febre que pode ser alta ou baixa;
• Sangramento vaginal anormal;
• Dores durante a relação sexual;
• Corrimento vaginal com cheiro e cor;
• Evacuação desconfortável, podendo ocorrer constipação.

Enquanto isso, a endometrite crônica tem um diagnóstico ainda mais difícil porque costuma ser assintomática. Em alguns casos, as manifestações podem até mesmo ser confundidas com outras doenças. Por isso, sempre é importante ter o auxílio de um profissional especializado para identificar o problema.

Diagnóstico da endometrite

O diagnóstico da endometrite é feito pelo ginecologista a partir dos sintomas mencionados pela paciente e pelos exames que forem realizados. O primeiro deles é o exame pélvico feito ainda no consultório, onde o médico observará se a região pélvica apresenta alguma anormalidade.

Essas anormalidades podem variar, indo desde inchaços e sensibilidades uterinas até secreções vaginas que possam indicar possíveis infecções. Mas todos esses sintomas podem estar relacionados a outras doenças, então é importante verificar se são causados por alguma outra patologia.

Por isso, alguns exames laboratoriais são feitos, como o hemograma completo. Nele, verifica-se se o corpo tem alguma bactéria ou inflamação. Depois, a análise das secreções e o exame de urina identifica se há alguma doença sexualmente transmissível.

Além disso, exames de imagem também podem ser realizados, como a ressonância magnética e a ultrassonografia transvaginal para avaliar o estado de toda a região do útero. Por fim, exames de vídeo são úteis para analisar cavidades uterinas, podendo coletar parte do endométrio para facilitar o diagnóstico.

Endometrite na reprodução assistida

Como dito, a endometrite também pode causar aborto de repetição mesmo durante processos de reprodução assistida. Isso acontece porque a doença dificulta a implantação de um embrião, reduzindo as chances de gravidez. Por isso, a conduta correta é tratá-la antes de começar o procedimento.

Tratamento da endometrite

O tratamento da endometrite depende de como é o caso na paciente. Caso seja necessário eliminar bactérias que estejam causando a inflamação do endométrio, é indicado o uso de antibióticos injetáveis ou orais para estabilizar a flora microbiana.

Além disso, o parceiro também precisa fazer uso desses medicamentos se a patologia tiver sido causada por doenças sexualmente transmissíveis. Assim, o risco de reinfecção da mulher é reduzido.

Por fim, também há a possibilidade de fazer intervenções cirúrgicas caso haja aderências, abcessos ou resíduos de tecido placentário no útero. Isso geralmente acontece em casos de aborto de repetição.

Na maioria das vezes a mulher se torna fértil novamente depois de concluir o tratamento da endometrite. Mas para evitar a volta da doença, o ideal é utilizar preservativos durante as relações sexuais.

Mesmo quando a endometrite provoca maiores danos ao útero ainda é possível engravidar com o auxílio da fertilização in vitro (FIV). No entanto, a endometrite não tratada pode, da mesma forma, resultar em falhas na FIV, por isso é importante investigar a possibilidade da doença antes de iniciar o tratamento pela técnica.

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