A síndrome de Asherman é uma condição caracterizada pela formação de tecido cicatricial dentro da cavidade uterina e do lúmen das tubas, como consequência de lesões nessas regiões. Algumas alterações na menstruação podem ser sintomas dessa condição.
Neste artigo, discutiremos o que é a síndrome de Asherman e seus fatores de risco, mas principalmente suas causas, sintomas e o diagnóstico.
Continue conosco nessa leitura e entenda também quais são as opções de tratamento, incluindo a reprodução assistida.
A síndrome de Asherman é uma condição uterina que se desenvolve principalmente como resultado de alterações no revestimento interno do útero, o endométrio.
Nesse sentido, o trauma uterino é uma das causas mais comuns da síndrome de Asherman e frequentemente está associado a procedimentos médicos anteriores que envolvem a cavidade uterina, como abortos espontâneos, curetagens e cirurgias ginecológicas, como a remoção de miomas e de pólipos uterinos.
Além do trauma, as infecções uterinas desempenham um papel significativo no desenvolvimento da síndrome de Asherman – especialmente a endometrite bacteriana, uma condição que frequentemente está associada a ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).
As infecções no útero podem causar danos ao revestimento uterino porque, quando o sistema imunológico combate as infecções, um dos resultados é a inflamação do endométrio e sua posterior cicatrização – que, ao ocorrer de forma inadequada, pode formar as aderências uterinas.
Mulheres com síndrome de Asherman podem experimentar menstruações escassas, que ocorrem porque as aderências uterinas podem afetar as células do endométrio e a elasticidade do miométrio, prejudicando a capacidade do útero de se contrair e descamar adequadamente.
Consequentemente, a menstruação pode ser leve, durar menos tempo do que o normal ou ocorrer de forma intermitente.
A síndrome de Asherman também pode causar dismenorreia, ou seja, dor durante a menstruação, já que as aderências podem interferir nas contrações naturais do útero durante o ciclo menstrual.
Consequentemente, quando o útero tenta expelir a menstruação, há resistência e isso resulta em cólicas e desconfortos intensos.
A infertilidade também é um dos sintomas significativos da síndrome de Asherman.
Quando as aderências uterinas conseguem obstruir parcial ou totalmente o útero, criam um ambiente hostil para a implantação do óvulo fertilizado, além de afetar a circulação sanguínea no útero, prejudicando ainda mais a capacidade de implantação do embrião.
Portanto, mesmo que a concepção ocorra, a gravidez pode ser interrompida precocemente devido a esse ambiente, fazendo com que a síndrome de Asherman também possa estar associada a quadros de aborto de repetição.
Durante ultrassonografia transvaginal – um exame de imagem amplamente utilizado na avaliação do sistema reprodutivo feminino –, a mulher fica em posição ginecológica e um transdutor de ultrassom é cuidadosamente inserido no canal vaginal, permitindo uma visualização detalhada das estruturas internas do útero.
Para a detecção da síndrome de Asherman, o médico observa atentamente a cavidade uterina em busca de quaisquer anormalidades, que aparecem como áreas escuras ou irregulares na imagem, indicando a presença de cicatrização anormal do revestimento uterino.
Já a histerossalpingografia é um exame mais complexo, radiológico e que busca avaliar a forma e a estrutura do útero e das tubas e pode ajudar a diagnosticar a síndrome de Asherman.
Durante o procedimento, a mulher é posicionada na mesa de exame e um cateter é inserido no colo do útero, por onde injeta-se um contraste que preenche a cavidade uterina e as tubas. Quando o contraste se espalha, as imagens radiográficas são capturadas por raio-X.
Esse contraste destaca bastante as aderências uterinas, fornecendo uma representação visual das anormalidades presentes. Ou seja, se as aderências estão presentes, o contraste pode ser desviado em uma direção anormal ou mesmo retido devido à obstrução da cavidade uterina – e isso aparece nas imagens obtidas pelo exame.
Considerada o método de diagnóstico mais preciso para a síndrome de Asherman, a histeroscopia pode ser também uma forma de tratamento.
A histeroscopia permite uma visualização direta e em tempo real do interior do útero: com ajuda de um histeroscópio – instrumento fino com uma câmera na ponta – que é delicadamente inserido no útero através do colo do útero, é possível examinar detalhadamente a cavidade uterina em busca de aderências, cicatrizes ou outras anormalidades.
Como comentamos, a histeroscopia é frequentemente a primeira linha de tratamento considerada para mulheres com síndrome de Asherman, já que o procedimento é minimamente invasivo.
Assim como o exame diagnóstico que descrevemos, o tratamento também envolve a inserção do histeroscópio para visualizar a cavidade uterina, identificar as aderências e removê-las, com auxílio de instrumentos delicados, introduzidos simultaneamente ao histeroscópio.
Em situações mais graves, no entanto, quando as aderências uterinas são extensas e o útero não pode ser adequadamente restaurado, a histerectomia pode ser considerada como último recurso.
Para muitas mulheres que enfrentam a síndrome de Asherman e desejam realizar o sonho da maternidade, a reprodução assistida, em particular a FIV (fertilização in vitro), pode ser uma solução.
Uma das vantagens da FIV é a capacidade de congelar os embriões excedentes em um processo conhecido como “freeze-all“, que permite a preservação dos embriões por congelamento, para que transferência só ocorra no momento mais propício para o útero.
Nos casos extremos em que a síndrome de Asherman causou danos irreparáveis ao útero, a FIV pode ser combinada com a opção de barriga de aluguel, também conhecida como gestação por substituição.
Nesse cenário, os embriões são fertilizados em laboratório e transferidos para o útero de uma mulher escolhida para gestar o bebê. Isso possibilita que a gestação ocorra em um útero saudável, enquanto a mãe biológica ainda está geneticamente ligada ao bebê.
Leia mais sobre a FIV tocando neste link.
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