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Progesterona e receptividade endometrial

Progesterona e receptividade endometrial

No contexto da fertilidade feminina, os eventos que culminam na ovulação e na preparação do endométrio para receber um possível embrião são extremamente importantes para que a gestação propriamente dita aconteça.

Nesse sentido, a progesterona é um dos hormônios do ciclo menstrual que mais atua sobre a camada de revestimento da cavidade uterina, o endométrio, sendo por isso fundamental para a receptividade endometrial

Neste texto vamos falar mais sobre a relação entre a progesterona e a receptividade endometrial inclusive nos tratamentos com reprodução assistida – nos acompanhe na leitura e aproveite!

A importância da progesterona na fertilidade

A progesterona é um hormônio do ciclo menstrual, produzido pelo corpo lúteo durante a fase lútea, como chamamos o período entre a ovulação e a menstruação do ciclo menstrual seguinte. A maior parte da produção de progesterona acontece na primeira metade da fase lútea, quando o LH (hormônio luteinizante) ainda é produzido pela hipófise.

Em relação à capacidade reprodutiva das mulheres, as principais funções da progesterona podem ser resumidas na lista a seguir:

  1. Inibir diretamente a atividade do hipotálamo, diminuindo gradualmente a produção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas);
  2. Inibir indiretamente a hipófise, já que o rebaixamento de GnRH leva a uma queda também gradual na secreção das gonadotrofinas LH e FSH (hormônio folículo-estimulante);
  3. Atuar em associação ao estradiol, produzido ainda na fase folicular, para tornar o endométrio – tecido que reveste a cavidade uterina – receptivo a um possível embrião;
  4. Manter o endométrio estável, inibindo os processos de descamação que resultam na menstruação.

A inibição da produção de GnRH e gonadotrofinas na fase lútea é um mecanismo importante para o equilíbrio na dinâmica dos hormônios sexuais, impedindo que novas ovulações aconteçam em um mesmo ciclo menstrual.

Além de diminuir as chances de uma gestação múltipla, que pode ser arriscada para a mulher e para o bebê, esse controle exercido pela progesterona também favorece a estabilidade do endométrio, impedindo a descamação – o que se reflete em estabilidade também para a gestação como um todo.

A progesterona não é o único hormônio que participa do ciclo menstrual

A progesterona do ciclo menstrual atua sempre em conjunto com outros hormônios, principalmente o estradiol, o tipo de estrogênio predominante no corpo da mulher que não está grávida. As células do endométrio possuem receptores para estes dois hormônios e entram em atividade mais intensa em momentos diferentes do ciclo.

O estradiol é produzido majoritariamente na fase folicular – entre a menstruação e a ovulação –, pela interação das gonadotrofinas com as células dos folículos ovarianos, e atua tanto no endométrio, estimulando a multiplicação celular e o espessamento do tecido que reveste o útero, como nos próprios ovários, participando dos processos que antecedem a ovulação.

Quando as gonadotrofinas e o estradiol atingem seu pico máximo de concentração, a ovulação acontece e as células do folículo passam então a responder mais ativamente ao LH, transformando-se no corpo lúteo – cuja principal função é produzir progesterona.

Nesse momento, que marca a fase lútea do ciclo menstrual, a concentração de estradiol começa a diminuir gradualmente e da mesma forma sua atividade sobre o endométrio. 

O tecido de revestimento da cavidade uterina passa então a responder principalmente à progesterona, tornando-se estratificado, estável e com uma rede vascular mais complexa, tornando-se receptivo a um possível embrião.

Se a fecundação não ocorre, o corpo lúteo regride e o final da fase lútea é marcado por uma redução drástica na concentração de progesterona e estradiol, provocando a descamação do endométrio e o início de um novo ciclo menstrual.

A receptividade endometrial é essencial para o início da gestação

A receptividade endometrial, como comentamos, é resultado da associação entre as atividades do estradiol, principalmente na fase folicular do ciclo, e da progesterona, na fase lútea, mas seu papel é fundamental de fato nos casos em que a fecundação ocorre.

Com a fecundação e a formação do zigoto (primeira célula do embrião), as primeiras etapas do desenvolvimento embrionário acontecem ainda nas tubas, simultaneamente à produção de progesterona que finaliza o preparo uterino.

Por volta de 5 a 7 dias após a formação do zigoto, o embrião chega ao útero e precisa encontrar o local ideal para realizar a nidação. Neste momento, a receptividade endometrial – que resulta do preparo uterino – é fundamental para a gestação porque a nidação depende diretamente da boa interação entre o embrião e o endométrio.

Ao encontrar o local adequado para a nidação, a zona pelúcida do embrião se rompe e as células embrionárias infiltram-se no endométrio, dando início à gestação propriamente dita.

A progesterona também é importante para a gestação como um todo

Com a nidação, a interação entre as células embrionárias e o endométrio produz hCG (gonadotrofina coriônica humana), um hormônio que conserva o corpo lúteo ativo, disponibilizando progesterona mesmo na ausência de LH.

Essa dinâmica se mantém durante todo o primeiro trimestre da gestação porque a progesterona é essencial para a estabilidade endometrial, um aspecto importante para a fragilidade natural do início da gravidez.

Ao final do primeiro trimestre, a placenta é finalizada e assume a produção de progesterona, conservando o endométrio estável e contribuindo para a manutenção de toda a gestação, até o parto.

Progesterona e receptividade endometrial na reprodução assistida

As técnicas de reprodução assistida são procedimentos que visam potencializar aspectos específicos da fertilidade, melhorando as chances de que um casal com demandas reprodutivas também específicas consiga engravidar. 

A receptividade endometrial, no entanto, é um dos aspectos mais difíceis de controlar.

Nesse sentido, a FIV (fertilização in vitro) é o único procedimento que permite algum grau de influência sobre a receptividade endometrial, por reproduzir a fecundação em laboratório e permitir a criopreservação dos embriões.

Com os embriões congelados, é possível interferir no preparo uterino com medicamentos hormonais, inclusive à base de progesterona, para melhorar a receptividade endometrial, aumentando as chances de sucesso do tratamento.

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