Uma das principais diferenças entre a fertilidade feminina e a masculina é a frequência em que as células reprodutivas são produzidas. Enquanto os espermatozoides se formam continuamente a cada ejaculação, a fertilidade das mulheres é cíclica e apenas um óvulo, em média, fica disponível para a fecundação, a cada ciclo.
O ciclo menstrual ou reprodutivo é uma sequência de acontecimentos hormonais e celulares divididos em fases marcadas principalmente pela chegada do sangue menstrual – fronteira entre o fim de um ciclo e o começo do ciclo seguinte – e pela ovulação, que é o centro do período fértil.
A identificação do período fértil é uma ferramenta valiosa para os casais que estão tentando engravidar, já que a fecundação somente pode acontecer, por vias naturais, nesta janela de tempo.
A identificação do período fértil, porém, é mais precisa em mulheres que apresentam ciclos menstruais regulares, com duração média de 28 dias. Nos ciclos irregulares, a maior dificuldade é estabelecer com mais precisão o momento da ovulação, que pode variar de ciclo para ciclo, na mesma mulher, e também entre as mulheres.
No entanto, além da identificação das diferentes fases do ciclo reprodutivo, a mulher também pode estimar o período fértil com ajuda de exames e observando alterações mais visíveis, especialmente sobre a temperatura corporal e a variação no aspecto dos líquidos vaginais.
Quer saber como identificar o período fértil especialmente nos ciclos irregulares? Então continue conosco na leitura do texto a seguir e entenda melhor!
Para compreender o que é um ciclo irregular, vamos entender primeiro o que é um ciclo regular.
A regularidade dos ciclos menstruais é estimada pelo tempo entre uma menstruação e outra, observado ao longo de uma sequência de ciclos reprodutivos. Em média, os ciclos regulares têm duração constante e de aproximadamente 28 dias cada, podendo oscilar (ainda dentro da normalidade) de 26 a 35 dias.
São considerados ciclos irregulares aqueles mais curtos que 26 dias e maiores que 35 dias e quando há uma variação grande na duração dos ciclos, ao longo de ao menos um ano.
Em algumas situações, a mulher pode apresentar ciclos irregulares idiopáticos, ou seja, sem que qualquer anormalidade esteja causando essa oscilação ou a alteração na duração dos ciclos menstruais.
Contudo, existem doenças, condições e situações que podem afetar principalmente a ovulação e resultar em ciclos reprodutivos irregulares, caracterizados por quadros de oligovulação (menos de 9 ciclos ovulatórios em um ano), ou ausentes, provocando anovulação (quando a ovulação não acontece por longos períodos).
É comum que os quadros de oligovulação se manifestem pela diminuição nas vezes que a mulher menstrua (oligomenorreia), enquanto nos casos de anovulação normalmente a mulher não menstrua (amenorreia).
Entre as principais doenças e situações que podem levar à ocorrência de ciclos irregulares, podendo resultar em infertilidade feminina, destacamos:
Nos ciclos menstruais regulares, o período fértil é marcado principalmente pela ovulação, que ocorre na metade do período fértil. Nestes casos, estima-se que a ovulação aconteça aproximadamente no 14º dia após a chegada da menstruação, marcando o centro do período fértil.
Contudo, além da ovulação, o cálculo do período fértil depende também do tempo de sobrevivência dos espermatozoides no interior do corpo da mulher, que é de cerca de 72h, e do tempo em que o óvulo fica disponível para fecundação nas tubas uterinas, que é de aproximadamente 36h.
Isso significa que mesmo as relações sexuais que ocorrem de 2 a 3 dias antes da ovulação podem resultar em uma gravidez, assim como aquelas que ocorrem até 2 dias após a ovulação.
Assim, o período fértil em ciclos regulares corresponde à janela entre o 11º e o 17º dias após a chegada do sangue menstrual.
A mesma lógica pode ser aplicada aos ciclos irregulares, porém a precisão do cálculo do período fértil fica bastante prejudicada tanto pelas oscilações na duração de cada ciclo, como pela ocorrência frequente de ciclos anovulatórios, sendo necessário que a mulher observe também os sintomas do período fértil.
A dinâmica hormonal do ciclo menstrual que leva à ovulação também provoca outras alterações, igualmente cíclicas, no corpo da mulher – especialmente mudanças físicas e no humor – que podem ajudar a identificar o período fértil.
Entre as mudanças que ocorrem durante o período fértil, a mulher pode apresentar principalmente um aumento na libido, acompanhado de alterações físicas, como um pequeno aumento na temperatura corporal e mudanças no aspecto do muco cervical.
No período pré-ovulatório o corpo produz mais muco cervical, que costuma ser turvo, esbranquiçado e mais pegajoso. Durante a ovulação propriamente dita, este muco pode ficar mais claro, elástico e escorregadio, o que dura cerca de 3 dias.
Algumas mulheres também relatam dor durante a ovulação, semelhante a uma cólica, porém bem mais amena.
No entanto, nem todas as mulheres manifestam sintomas durante o período fértil. Nestes casos, pode ser aconselhável o acompanhamento da ovulação por testes ovulatórios, semelhantes aos testes de gravidez, que medem a concentração de alguns hormônios em amostras de urina, e que podem ser igualmente feitos em casa.
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade pode ser constatada quando o casal tenta engravidar por mais de um ano sem sucesso, mesmo mantendo relações sexuais regulares e sem o uso de qualquer forma contraceptiva.
Nesse sentido, embora não seja uma regra, comumente as mulheres com ciclos irregulares encontraram mais dificuldade para engravidar, especialmente porque o quadro pode ser resultado de alterações que provocam infertilidade feminina.
A reprodução assistida é uma possibilidade para estes casos, além dos tratamentos primários, quando existem, na busca por restabelecer a capacidade reprodutiva da mulher.
A indicação da técnica mais adequada depende principalmente dos motivos por trás da infertilidade e dos ciclos irregulares, além da presença ou não de infertilidade masculina em cada caso.
Todas as técnicas de reprodução assistida – coito programado, IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – contam com a estimulação ovariana como etapa inicial, que atua principalmente estimulando a ovulação e melhorando a precisão do cálculo do período fértil.
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