Antes de falar sobre embriões excedentes, é importante entendermos como um embrião é formado: um processo complexo e fascinante que ocorre quando um espermatozoide fertiliza um óvulo e que marca o início do desenvolvimento de um novo ser humano.
A partir da fertilização, o embrião começa a se dividir e a se multiplicar, formando diversas células que darão origem a todos os órgãos e tecidos do corpo humano. Assim, durante as primeiras semanas de gestação, o embrião passa por diferentes fases de desenvolvimento, até se tornar um feto – que cresce e se desenvolve até o parto.
Por sua metodologia, a FIV (fertilização in vitro) – técnica de reprodução assistida de alta complexidade – produz normalmente mais embriões do que os que são necessários para a implantação no útero, em um ciclo de tratamento.
Esses embriões extras são chamados de embriões excedentes e seu destino é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), como iremos explorar mais a fundo neste texto – que aborda não somente a questão dos embriões excedentes, mas também apresenta a própria reprodução assistida, discutindo as implicações desse tema tão complexo e importante.
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A formação de um embrião é um processo complexo que ocorre naturalmente no início da gestação, desde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide até a nidação no útero. Na FIV, esse processo ocorre de forma idêntica às gestações naturais, mas em laboratório, até a transferência do embrião para o útero.
Para isso, a primeira etapa consiste em uma estimulação ovariana mais robusta, que tem como objetivo aumentar o número de óvulos produzidos pela mulher, em um mesmo ciclo menstrual.
A ovulação é estimulada por medicamentos hormonais que induzem o amadurecimento de uma quantidade maior de folículos ovarianos, fornecendo uma quantidade maior de óvulos e com isso permitindo a criação de mais de um embrião, em laboratório.
Após a coleta dos óvulos, por aspiração folicular, a fertilização é realizada com espermatozoides também coletados previamente – por masturbação ou por recuperação espermática.
A partir daí, o embrião começa a se desenvolver em laboratório, passando pelas mesmas fases de desenvolvimento que um embrião concebido naturalmente, até atingir o estágio de blastocisto.
É interessante saber que durante esse período é possível realizar o PGT (teste genético pré-implantacional), para análise do material genético do embrião, detectando possíveis anomalias cromossômicas ou genéticas. Essa técnica favorece a seleção dos embriões mais saudáveis para a transferência, aumentando as chances de uma gestação bem-sucedida.
Por fim, os embriões selecionados são transferidos para o útero, por meio de um pequeno tubo.
Nesse contexto, nem todos os embriões produzidos são utilizados na transferência embrionário de um mesmo ciclo de tratamento, sendo obrigatoriamente criopreservados para uso futuro – e estes são os chamados embriões excedentes.
Como comentamos inicialmente, a reprodução assistida no Brasil é regulamentada pelo CFM, que emite resoluções periódicas visando a segurança e a ética nos procedimentos realizados.
Segundo o órgão, todos os embriões excedentes produzidos na FIV devem ser criopreservados – por vitrificação em nitrogênio líquido – e são de responsabilidade dos pais. Essa medida visa garantir a segurança dos embriões e ao mesmo tempo evita que os tratamentos produzam gestações múltiplas.
Os embriões excedentes criopreservados podem ser doados para pesquisa e para outros casais inférteis, além de estarem disponíveis para que o casal tente engravidar novamente – o que é interessante tanto em caso de falha no ciclo de tratamento, como para ter outros filhos com a FIV.
A vitrificação é utilizada por ser uma técnica avançada e segura de criopreservação, adequada para conservar material biológico e evitar a formação de cristais de gelo no interior das células – o que melhora a integridade dos embriões.
Nesse processo, os embriões são expostos a uma solução crioprotetora e rapidamente congelados em nitrogênio líquido, a uma temperatura extremamente baixa, permanecendo armazenados dessa forma.
Caso os pais decidam ter outro filho utilizando embriões excedentes de um tratamento anterior de FIV, o processo começa com a avaliação da qualidade e quantidade dos embriões criopreservados.
Em seguida, a mulher passa por um preparo endometrial, que consiste em um tratamento hormonal para preparar o revestimento do útero para a recepção do embrião, que pode incluir o uso de medicamentos com estrogênios e progesterona.
Após o preparo endometrial, os embriões são descongelados e um ou mais embriões – dependendo das especificidades de cada caso – são transferidos para o útero por um cateter guiado por ultrassom.
O casal pode constatar o sucesso da FIV com embriões excedentes criopreservados por exame de gravidez, cerca de duas semanas após a transferência embrionária.
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