A perda de uma gestação em andamento pode significar um momento bastante delicado na vida do casal que está tentando ter filhos. Sentimentos como frustração e angústia são comuns, especialmente sobre as possibilidades de uma nova gestação e a desconfiança da infertilidade conjugal.
O aborto de repetição é uma das principais causas de infertilidade feminina, e a ausência de cuidados específicos durante o processo de abortamento pode oferecer riscos graves, incluindo infecção generalizada e morte.
O termo abortamento se refere ao próprio processo de perda gestacional, enquanto aborto é o material biológico expelido durante o abortamento, embora o uso desse termo em referência ao processo seja também aceitável.
Entre as principais causas do aborto de repetição estão anomalias genéticas do próprio embrião, problemas na interação dele com o endométrio e falhas na receptividade endometrial, que prejudicam a implantação embrionária.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor como isso acontece.
É chamado abortamento todo processo de perda gestacional que acontece antes da 22ª semana de gestação, com comprovação clínica – por exames laboratoriais e de imagem – da gravidez.
Quando esse evento se repete por duas ou mais vezes sequenciais, considera-se aborto de repetição: quanto mais perdas, maiores as chances de o problema acontecer em gestações futuras.
Os principais sinais indicadores de abortamento são a presença de sangramento vaginal, muitas vezes com coágulos, acompanhado de dores pélvicas intensas, além do fim dos sintomas da gravidez.
Na presença de qualquer um desses sinais, a mulher deve buscar atendimento médico o mais rápido possível.
Entre as principais causas do aborto de repetição, destacamos:
As alterações genéticas nas células embrionárias, sejam elas hereditárias e resultantes de problemas na gametogênese – processo de formação de óvulos e espermatozoides –, ou não hereditárias, causadas por problemas nas clivagens iniciais das células embrionárias, são a principal causa de perdas gestacionais por aborto de repetição.
Além de influenciar a qualidade genética dos embriões, a idade da mulher também pode provocar um espessamento da zona pelúcida, e o embrião encontra dificuldades para rompe-la durante a implantação. Quando a zona pelúcida não se rompe, o embrião não consegue se fixar no endométrio e é expelido muitas vezes sem que a mulher tome conhecimento da gestação.
O aborto de repetição também pode acontecer por problemas decorrentes de alterações uterinas, especialmente endometriais, que modificam a composição celular e bioquímica desse tecido.
Miomas, pólipos, endometriose e infecções locais, comumente causadas por ISTs, que provocam endometrite, são exemplos de doenças que podem levar a um quadro de aborto de repetição.
Alterações metabólicas também podem provocar aborto de repetição, assim como a trombofilia, distúrbio genético em que a mulher manifesta alterações nos processos de coagulação do corpo como um todo.
Para essas mulheres, além do abortamento, a gestação em si também pode representar aumento no risco de problemas cardiovasculares.
O problema também pode ser causado por doenças cujas alterações hormonais interferem no ciclo menstrual, como hipertireoidismo e diabetes, relacionadas à ação dos hormônios tireoidianos e aos fatores reguladores da insulina, respectivamente.
Quando a mulher chega ao atendimento médico em processo de abortamento, o acolhimento deve ser o mais delicado possível, já que além dos aspectos físicos, a perda gestacional representa um fator de sofrimento emocional. Por isso, em alguns casos é necessário acompanhamento psicológico.
A mulher pode receber medicação para dor e deve ser realizado exame de ultrassonografia pélvica para avaliar as condições do útero e confirmar a perda gestacional.
O material biológico que resta no útero deve ser, então, retirado, para evitar infecções. Esse processo pode ser feito por curetagem – uma técnica antiga hoje pouco usada – ou por AMIU (aspiração manual intrauterina).
A AMIU é um procedimento mais recente e menos invasivo, oferecendo pouco risco de lesão no endométrio e uma recuperação mais tranquila, ao contrário da curetagem.
Nos dias que seguem ao abortamento, a mulher deve realizar repouso e retornar ao médico para avaliar novamente a saúde e a recuperação dos tecidos uterinos.
Na maior parte dos casos o tempo de recuperação do endométrio, após a curetagem ou AMIU, e a ocasião de um novo ciclo reprodutivo são suficientes para que a mulher possa voltar a tentar engravidar.
Contudo, cada caso deve sempre ser analisado de forma individual, pois as causas do aborto podem ser diversas, especialmente quando esse acontecimento se repete e os motivos do quadro de aborto de repetição ainda não foram identificados.
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