Nas gestações por vias naturais, a fecundação – ou seja, a união do material genético do espermatozoide com o material genético do óvulo – acontece nas tubas uterinas, quando o casal mantém relações sexuais, sem preservativos de barreira, durante o período fértil da mulher.
Para que seja possível alcançar o óvulo nas tubas e disputar a entrada no interior desta célula, que resulta na fecundação, o espermatozoide deve ser protegido pelo sêmen e conduzido pelo movimento de suas próprias caudas.
Para isso é preciso que o espermatozoide apresenta um formato normal, aspecto que chamamos morfologia espermática. Esta é também uma das variáveis avaliadas pelo espermograma, exame que analisa a fertilidade masculina como um todo.
Ao continuar a leitura do texto a seguir, você vai entender melhor a importância da morfologia espermática para a fertilidade masculina e como podem ser tratados os quadros de infertilidade decorrentes das alterações espermáticas mais comuns.
Boa leitura!
O espermatozoide é a célula reprodutiva masculina, produzida nos testículos e sob estímulo da testosterona. Uma das características mais únicas do espermatozoide é a quantidade de material genético carregado por esta célula: apenas metade do DNA do homem.
Na fecundação, o espermatozoide encontra o óvulo e, ao penetrar seu interior, seu corpo se desfaz, liberando o DNA espermático para buscar seus pares cromossômicos no DNA do óvulo – que também corresponde à metade do DNA da mulher. O material genético do embrião – e futuro bebê – é resultado da fusão dessas duas “metades de DNA”.
Contudo, para que isso seja possível, o espermatozoide deve contar com suprimento de energia para sua jornada, um meio ambiente favorável à sua sobrevivência, que possa protegê-los do ambiente uterino e tubário, e o bom desempenho de sua cauda, nadando em direção ao óvulo.
O sêmen é um composto que, na realidade, inclui todos os espermatozoides produzidos pelos testículos e que são expelidos na ejaculação. Além dos espermatozoides, o sêmen é formado pelos líquidos produzidos pelas glândulas anexas: próstata, glândulas bulbouretrais e vesículas seminais.
Estes líquidos são justamente a fonte de nutrientes e proteção química dos espermatozoides, além de proporcionar um meio mais favorável ao deslocamento, provocado pela vibração da cauda espermática.
Os líquidos seminais são liberados nos ductos deferentes, que recebem também os espermatozoides dos epidídimos – onde completam o desenvolvimento da morfologia espermática (iniciada nos túbulos seminíferos), com o crescimento da cauda.
A morfologia espermática é uma das variáveis observadas nos exames de espermograma e refere-se a todos os aspectos do formato do espermatozoide, em relação ao que se convencionou como normalidade.
O espermatozoide normalmente tem um formato semelhante a um girino, dividido em três partes:
As alterações sobre a morfologia espermática podem afetar a fertilidade masculina por prejudicar o bom desempenho do espermatozoide em sua movimentação até as tubas uterinas, onde pode encontrar o óvulo.
Anomalias no formato da cabeça do espermatozoide podem interferir na direção do nado espermático, tornando essa célula errante no ambiente do sêmen, ao passo que problemas morfológicos na cauda espermática podem também atrapalhar e até mesmo impedir a movimentação do espermatozoide.
Nessas duas situações – chamadas teratozoospermia e astenozoospermia, respectivamente –, a maior parte dos espermatozoides possui alterações relativas à morfologia espermática e não chegam ao óvulo para a fecundação.
A origem dessas alterações normalmente é genética, mas fatores ambientais, como má alimentação, estresse e sedentarismo também podem contribuir para um aumento nos problemas associados à morfologia espermática.
Algumas das técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente – mais especificamente a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) – podem ser indicadas para o tratamento das alterações associadas à morfologia espermática.
Nesses procedimentos, o sêmen é coletado por masturbação ou recuperação espermática e pode ser manipulado em laboratório por procedimentos como o preparo seminal, que seleciona amostras de sêmen contendo uma quantidade razoável de espermatozoides saudáveis.
No preparo seminal, a amostra de sêmen (nos casos de coleta por masturbação) ou de tecido testicular (nos casos de recuperação espermática) é submetida a um preparo especial, com auxílio de uma centrífuga que separa a amostra em estratos (subamostras).
Esse processo faz com que espermatozoides com a morfologia espermática semelhante se acumulem em estratos específicos, permitindo a escolha da subamostra com mais espermatozoides saudáveis, que deve ser utilizada na fecundação.
O preparo seminal é essencial para a escolha da melhor amostra de sêmen a ser inseminada no útero da mulher, na IA. Além disso, o preparo seminal é também a etapa que antecede a fertilização em ambiente laboratorial, no caso da FIV.
A indicação da melhor técnica de reprodução assistida deve ser precedida sempre de exames como o espermograma – que avalia os aspectos gerais da fertilidade masculina. Toque neste link e conheça todos os detalhes sobre o espermograma.
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