Miomas e infertilidade: existe relação?

Normalmente encontrados em mulheres com idade reprodutiva, os miomas uterinos são tumores benignos que crescem a partir de células musculares do útero. Eles possuem uma classificação baseada no local em que são desenvolvidos, além de sua gravidade.

Esses tumores são estrogênio-dependentes e se formam a partir do miométrio, camada de revestimento intermediária do útero. Seu desenvolvimento acontece de acordo com o nível de estrogênio presente no organismo da mulher.

Muitas pessoas costumam associar os miomas uterinos ao câncer, mas não é comprovada essa relação. Por se tratar de um tumor benigno, as chances de desenvolvimento para uma malignidade são mínimas.

Alguns fatores podem estimular a presença dos miomas, como a idade, obesidade, genética e diferença racial, sendo mulheres negras mais atingidas pelo problema. Ainda assim, todas devem ficar atentas e manter a regularidade nas consultas médicas, uma vez que essa condição pode ser assintomática, dificultando o seu diagnóstico.

Os miomas podem causar algumas complicações para a saúde da mulher de acordo com o tamanho e localização do tumor. Uma das consequências dessa condição é a infertilidade feminina, que pode gerar uma dificuldade na busca pela gravidez. É possível auxiliar mulheres nesse caso por meio da reprodução assistida, que conta com técnicas muito eficientes.

A seguir, saiba mais sobre os miomas uterinos e entenda qual a sua relação com a infertilidade da mulher:

Quais os tipos de miomas?

Normalmente os miomas são classificados de acordo com a sua localização e tamanho dos tumores. A classificação é feita em três tipos:

Miomas intramurais

Os miomas intramurais são os mais comuns, localizados na parede do útero e podem ser encontrados em diversos tamanhos. Pela sua localização, possuem pouco espaço e por isso acabam crescendo até a cavidade uterina ou a cavidade abdominal. Quando são muito grandes podem distorcer o formato do útero e gerar cólicas.

Miomas subserosos

Os miomas subserosos atingem a camada externa do útero e seu desenvolvimento pode ocorrer para fora, o que acaba pressionando outros órgãos da região pélvica. Possuem mais espaço para se desenvolver e por isso acabam atingindo dimensões bem maiores.

Podem causar inchaço e, por comprimir a bexiga e intestino em alguns casos, pode levar à micção frequente ou constipação. Estes casos costumam ser assintomáticos e não apresentam relação com a infertilidade da mulher.

Miomas submucosos

Os miomas submucosos são casos menos comuns e se formam no interior da cavidade uterina, próximo ao endométrio. Costumam causar sangramento e cólicas intensas entre os períodos menstruais, o que pode aumentar as chances da mulher desenvolver anemia.

Por se localizar próximo ao endométrio, local onde o embrião se fixa para iniciar a gestação, é o tipo de mioma mais associado à infertilidade.

Qual a relação dos miomas com a infertilidade?

A relação dos miomas com a infertilidade feminina varia de acordo com a sua classificação, pois depende da localização e intensidade em que esse tumor se apresenta.

Os tipos que apresentam maior relação são os intramurais e os submucosos. Os intramurais podem interferir na fertilidade, pois em tamanhos maiores podem alterar a anatomia do útero, diminuindo as chances de gestação; causar sangramentos e abortamentos espontâneos, além de dificultar a implantação do embrião.

Já os submucosos são ainda mais frequentemente ligados a casos de infertilidade devido à proximidade do tumor com o endométrio. Essa condição pode levar a abortamentos espontâneos, falhas de implantação do embrião tanto na gestação natural quanto na reprodução assistida.

O endométrio tem papel fundamental na reprodução, pois é nele que o embrião se fixa para dar início à gestação e ao desenvolvimento embrionário. Para que esse processo seja concluído, é necessário que o tecido esteja em condições saudáveis e pronto para receber o óvulo fecundado.

Por isso, mulheres que desejam engravidar devem ficar atentas aos sinais e buscar ajuda médica para encontrar acompanhamento adequado. Antes do tratamento de infertilidade, ela passa por uma investigação que pode determinar a causa do problema e auxiliar na escolha da melhor opção. Quando ela opta pela reprodução assistida, é possível também utilizar recursos que minimizem os efeitos dos miomas em sua fertilidade.

Como avaliar se o mioma pode estar prejudicando a fertilidade da mulher?

Mulheres com este problema devem passar por uma investigação detalhada para determinar a localização e tamanho do mioma. Exames, como a ultrassonografia pélvica, podem ser realizados para avaliar a cavidade uterina e identificar os tumores.

Além disso, quando a paciente apresenta sintomas como sangramento intenso e fortes cólicas, ela pode se submeter a testes hormonais. Exames de imagem como a histerossonografia, histeroscopia e a ressonância magnética também podem ser muito úteis na avaliação dos órgãos e identificação dos miomas.

Geralmente, mulheres que buscam o tratamento para a infertilidade, passam por exames de investigação e acabam encontrando os miomas como causa do problema. A partir disso, é possível determinar a melhor técnica de reprodução assistida para alcançar a gravidez.

Qual o melhor tratamento para os miomas?

Para mulheres que desejam engravidar e não querem passar pela intervenção cirúrgica, a melhor forma de tratamento é por medicamentos hormonais, que ajudam a reduzir os miomas e os sintomas que eles provocam. Porém, esta opção pode provocar alguns efeitos e os tumores podem retornar ao tamanho anterior quando o tratamento é descontinuado.

A opção cirúrgica é indicada quando os miomas se encontram em situações mais graves e com sintomas mais severos, inclusive a infertilidade. A miomectomia é o procedimento cirúrgico utilizado para retirar os miomas intramurais e submucosos.

Quando o tumor possui mais de 3 cm, é indicada a histeroscopia cirúrgica por ser considerada mais segura, evitando danos à parede uterina. Casos em que a mulher não deseja mais engravidar, pode ser realizada a histerectomia, cirurgia que retira parcial ou totalmente o útero.

Aquelas que desejam engravidar e encontram dificuldades causadas pelos miomas, podem optar pela reprodução assistida. A principal técnica utilizada é a fertilização in vitro (FIV), que possui alta complexidade e recursos capazes de auxiliar nessas situações.

A FIV é muito eficiente por realizar a micromanipulação de gametas e a fecundação em laboratório, o que facilita em casos de comprometimento de órgãos que realizam o encontro do espermatozoide com o óvulo. Além disso, possui métodos capazes de aumentar as chances de implantação do embrião no útero, o que é muito útil em casos de miomas uterinos próximos ao endométrio.

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