A menopausa precoce é uma manifestação que atinge cerca de 1 a cada 250 mulheres por volta dos 35 anos. Aos 40 anos, esse número cresce para 1 a cada 100. Apesar de ser um termo muito popular, ele não é muito preciso. Por isso, os médicos preferem utilizar o conceito de falência ovariana prematura.
Geralmente é espontânea, ou seja, não é provocada por algum tratamento com o objetivo de interromper a menstruação, de reduzir a função ovariana ou de retirar os ovários. Para encontrar a causa, uma investigação profunda deve ser feita a partir da avaliação médica e de exames complementares. Quer entender melhor? Acompanhe!
A menopausa precoce é definida clinicamente como a interrupção da menstruação por mais de um ano em mulheres com menos de 40 anos. No entanto, o termo vem sendo abandonado na literatura científica para evitar que as pacientes a confundam com a condição natural e irreversível, a menopausa.
Por esse motivo, o termo falência ovariana prematura é preferido, visto que a mulher pode voltar a apresentar menstruação espontaneamente ou com tratamento médico, em alguns casos. Ou seja, há situações em que a depleção dos óvulos não é completa, o que abre espaço para técnicas de reprodução assistida com a coleta dos próprios gametas da mulher após a avaliação da reserva ovariana.
Além da infertilidade, os seguintes sintomas podem surgir, principalmente nos casos em que a FOP é acompanhada de baixos níveis de estradiol:
A função ovariana depende de uma regulação muito complexa, além de os ovários serem órgãos relativamente sensíveis a desenvolverem complicações. Nesse sentido, o diagnóstico das disfunções ovarianas é muito desafiador, ainda mais que a falência ovariana prematura pode ser multifatorial. Conforme veremos mais à frente, o diagnóstico pode envolver a realização de diversos exames de laboratório, imagem e anatomopatologia.
Em uma classificação mais geral, porém, podemos dividi-las em duas categorias:
Redução da produção ou da atividade dos esteroides: os hormônios sexuais são também conhecidos como esteroides sexuais. Algumas doenças podem levar a respostas alteradas ou à produção insuficiente desses hormônios mesmo que a reserva ovariana esteja relativamente preservada para a idade da mulher. Para investigá-la, fazemos uma análise extensa da regulação hormonal, como veremos mais à frente.
Aceleração da depleção dos folículos: em outras palavras, há um aumento anormal da perda de folículos viáveis. Nos estágios finais, isso terá como consequência a infertilidade ou a cessação do fluxo menstrual, levando à investigação da reserva ovariana.
Algumas causas da aceleração da dos folículos são:
Há também condições não relacionadas a alterações genéticas, genômicas ou cromossômicas, como:
A investigação é sempre individualizada caso a caso, mas há exames que são requisitados na maioria das vezes.
Um dos exames mais requisitados para avaliar a reserva ovariana é a ultrassonografia transvaginal, pois é um exame simples, acessível e de baixo custo. Nela, o ultrassonografista contará os folículos antrais, isto é, aqueles em estágio mais avançado de desenvolvimento. Em equipamentos mais modernos, com alta resolução, é possível também contar folículos em estágios intermediários de desenvolvimento, melhorando a precisão do exame.
Outra vantagem da técnica é a sua versatilidade, pois, no mesmo exame, outros parâmetros de fertilidade podem ser avaliados, como a espessura do endométrio. Assim, obtemos uma investigação inicial mais ampla para decidir os próximos passos. Em complemento ou em substituição à ultrassonografia, outros tipos de exame podem ser requisitados na avaliação da menopausa precoce.
Esse hormônio é produzido intensamente por folículos em estágios intermediários ou avançados de maturação, apesar de poder ser identificado em todas as fases. Por sua dosagem, podemos estimar a reserva ovariana.
O FSH é o hormônio responsável pelo recrutamento dos folículos, sendo liberado em diferentes quantidades a cada ciclo de acordo com níveis de outros hormônios, como a inibina-B e o estradiol. Por esse motivo, a avaliação geralmente os inclui também.
O estradiol e o FSH apresentam mecanismos de feedback entre si:
Quando os níveis de estradiol estão elevados, os níveis de FSH se reduzem a fim de parar a estimulação dos folículos (feedback negativo);
No entanto, à medida que os folículos se deterioram no fim de um ciclo menstrual, a produção de estradiol cai e o FSH entra em ação para estimular novos folículos.
Então, uma paciente com menopausa precoce pode apresentar níveis elevados de FSH e baixos níveis de estradiol. No entanto, isso não é uma regra. Algumas condições podem levar a uma resposta ovariana ruim com estradiol elevado e FSH normais, por exemplo.
Em casos mais complicados ou específicos, a biópsia ovariana pode ser feita para a análise da histologia do tecido.
Por tudo isso, a investigação da menopausa precoce e da reserva ovariana é muito complexa, envolvendo várias etapas e exames. Caso a mulher seja diagnosticada com a FOP, ela poderá contar com técnicas de reprodução assistida, como a estimulação ovariana, a doação de óvulos e a fertilização in vitro, para ter a gestação que tanto sonha.
Quer saber mais sobre esse assunto? Confira outro texto que aborda a avaliação da reserva ovariana!
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