A laparoscopia é um dos procedimentos cirúrgicos mais bem sucedidos atualmente, e que oferece principalmente um pós-operatório mais leve e tranquilo, além de deixar menos cicatrizes.
Considerada uma cirurgia minimamente invasiva, a laparoscopia pode ser indicada para o tratamento de doenças simples e complexas, sendo, por isso, bastante abrangente.
Na ginecologia e medicina reprodutiva, a laparoscopia atua principalmente sobre as diversas estruturas da cavidade pélvica, incluindo os órgãos reprodutivos, intestinos, bexiga, musculatura e nervos, principalmente para a retirada de massas celulares anormais e correções de distorções anatômicas.
Muitas dessas doenças e condições oferecem riscos altos de infertilidade para a mulher.
Quer entender melhor a relação entre a laparoscopia e a infertilidade? então siga na leitura do texto a seguir.
Aproveite!
A laparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva, possível graças ao auxílio dos equipamentos de imagem desenvolvidos pela medicina diagnóstica nas últimas décadas, que permitem a obtenção de imagens em tempo real do interior do corpo humano, sem a necessidade de grandes cortes.
Para a laparoscopia são feitas três incisões no abdômen, uma sobre o umbigo e duas próximas às virilhas.
Em cada orifício, um tipo de instrumento é inserido: a câmera com foco de luz, que filma o procedimento e transmite a imagem para um monitor; os instrumentos para manipulação cirúrgica, como tesouras e bisturis; e um cateter que insufla dióxido de carbono em gás, para melhorar a visualização.
A laparoscopia oferece imagens de alta performance para guiar o procedimento cirúrgico, o que permite movimentos e incisões mais delicados e precisos. Isso melhora as chances de sucesso da maior parte das laparoscopias, se comparados com as cirurgias abertas.
A infertilidade feminina é uma condição que pode ser resultado de diversas alterações: permanentes e temporárias; genéticas e adquiridas; com tratamentos primários disponíveis e também casos que recebem indicação direta para reprodução assistida.
Entre os tratamentos primários mais recorrentes, nas indicações para abordagem da infertilidade feminina, está a laparoscopia ‒ tanto pelas variadas possibilidades de intervenção cirúrgica proporcionadas pela técnica, como por seu pós-operatório mais tranquilo.
A laparoscopia é recorrente porque a técnica permite a visualização ao vivo do funcionamento das estruturas pélvicas, como tubas uterinas, ovários e útero, permitindo a intervenção desde a correção de malformações congênitas ‒ como útero didelfo ‒ até a retirada de massas celulares, como nos casos de endometriose, miomas e pólipos.
Podemos dividir as aplicações da laparoscopia na medicina reprodutiva em três grupos: a retirada de massas celulares, a retirada total ou parcial de órgãos e estruturas, além da cirurgia de esterilização voluntária feminina.
A laparoscopia pode, portanto, ser indicada nos seguintes casos:
As doenças estrogênio-dependentes (miomas pólipos e endometriose) produzem massas celulares anormais, embora geralmente benignas, em diversos tecidos da cavidade pélvica.
Os tratamentos laparoscópicos para essas doenças costumam ser os mais bem sucedidos, entre as possibilidades terapêuticas ‒ especialmente para mulheres que desejam engravidar, já que o tratamento medicamentoso também é contraceptivo.
A retirada total ou parcial dos ovários, tubas e útero, também são feitas normalmente por laparoscopia, exceto casos específicos, em que a cirurgia aberta é mais vantajosa.
A laqueadura tubária e sua reversão, realizadas respectivamente pela colocação e retirada de anéis e clipes cirúrgicos para a interrupção das tubas, é feita de forma praticamente exclusiva por laparoscopia.
Embora minimamente invasiva, a laparoscopia não deixa de ser uma cirurgia que utiliza anestesia geral, então parte da preparação para a laparoscopia inclui os exames pré-anestésicos, como cardiológico e imunológico.
Normalmente, a mulher deve fazer jejum de 8h e a limpeza intestinal com laxantes na véspera da cirurgia, além de atender à medicação preventiva, se prescrita, que pode incluir antibióticos e anti-inflamatórios.
Para o procedimento a mulher recebe anestesia geral, demandando que a cirurgia aconteça em ambiente hospitalar. O procedimento pode ter durações variáveis, de acordo com o que está sendo tratado com a laparoscopia.
O pós-operatório da laparoscopia é mais simples que a maior parte das cirurgias abertas e a mulher fica ao menos 24h internada, para a recuperação da anestesia.
O tempo de recuperação e a evolução desse processo nas primeiras semanas após a laparoscopia variam também de caso para caso, podendo chegar a 30 dias de repouso moderado.
As doenças que podem ser tratadas pela laparoscopia costumam responder bem à cirurgia e a fertilidade é restaurada na maior parte dos casos, especialmente aqueles descobertos no início.
Quando isso não acontece, a mulher pode receber indicação para diferentes técnicas de reprodução assistida, dependendo das doenças por trás da infertilidade.
Nesse sentido, as técnicas de baixa complexidade ‒ RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) ‒, por contarem com a fecundação nas tubas uterinas, são indicadas para os casos leves de endometriose e SOP (síndrome dos ovários policísticos).
Destas doenças, somente a endometriose ovariana pode ser abordada, dependendo de detalhes do caso, pela laparoscopia.
Já a FIV (fertilização in vitro), técnica de alta complexidade que reproduz praticamente todos os eventos iniciais da reprodução em laboratório, costuma ser a opção mais adequada para as mulheres que passaram pela laparoscopia como tratamento inicial, mas ainda não conseguem engravidar.
Mesmo as mulheres inférteis por pólipos e miomas, que já passaram pela laparoscopia para retirada das massas tumorais ‒ ou mesmo para a retirada dos ovários e útero ‒, podem utilizar a FIV com ovodoação e cessão temporária de útero para terem filhos.
A infertilidade feminina pode ser uma condição difícil, embora nem sempre sem solução. Se este assunto te interessa, temos um texto bem interessante para você. Toque neste link e leia mais!
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