A suspeita pelo diagnóstico de infertilidade pode ser levantada para qualquer casal que não consegue ter filhos após 12 meses de tentativas, sem contraceptivos. Isso significa que, embora possa ser provocada por fatores masculinos e femininos, a infertilidade é um diagnóstico conjugal.
Assim como qualquer outro diagnóstico, os motivos pelos quais o casal não consegue ter filhos devem ser esclarecidos sempre com base no resultado de exames, que identificam de forma mais exata as alterações por trás das dificuldades reprodutivas.
Nesse sentido, a histerossalpingografia é um dos exames mais solicitados nos casos em que se suspeita de infertilidade feminina, principalmente por fator uterino e tubário – ou seja, quando útero e tubas uterinas apresentam alterações que dificultam ou inviabilizam uma possível gestação.
Por ser um exame que aborda exclusivamente aspectos da fertilidade das mulheres, neste texto vamos falar mais especificamente sobre a histerossalpingografia e sua relação com a infertilidade feminina.
Continue conosco na leitura e entenda também os principais tratamentos recomendados às condições que podem ser diagnosticadas pela histerossalpingografia – incluindo a reprodução assistida.
A histerossalpingografia é um exame radiológico (popularmente conhecido como raio-X), em que se produzem imagens específicas do útero e tubas uterinas, semelhantes às radiografias.
A principal diferença entre a histerossalpingografia de outros exames radiológicos é justamente o uso do contraste: um líquido à base de iodo que, ao ser depositado no interior da cavidade uterina, preenche esse espaço e o interior das tubas uterinas.
Na histerossalpingografia, o contraste reage com a radiação tornando o contorno e o preenchimento do espaço uterino e tubário mais iluminados nas imagens (radiografias), evidenciando detalhes da superfície dessas estruturas.
Embora seja um exame relativamente complexo, a histerossalpingografia dura cerca de 40 minutos e pode ser realizada sem anestesia, em ambiente ambulatorial munido de equipamento radiológico.
É importante que a mulher não esteja grávida, já que o contraste e a radiação são prejudiciais à gestação, e que a histerossalpingografia seja realizada fora do período menstrual, já que a menstruação pode afetar os resultados do exame.
O papel central da histerossalpingografia é permitir a visualização mais detalhada da superfície uterina e tubária, evidenciando qualquer alteração que possa interferir no bom funcionamento dessas estruturas.
Por isso, no contexto da suspeita por infertilidade feminina, a histerossalpingografia pode ajudar no processo diagnóstico, já que tanto o útero como as tubas uterinas são essenciais para a fertilidade da mulher:
As doenças e condições identificadas pela histerossalpingografia afetam principalmente o endométrio (camada de revestimento da cavidade uterina), o miométrio (camada muscular da parede uterina), o interior das tubas e o peritônio ao redor dessas estruturas – que frequentemente resultam em algum grau de infertilidade.
Essas condições incluem casos de malformação uterina e tubária, além de doenças que produzem massas celulares aderidas aos tecidos mencionados, normalmente associadas a processos inflamatórios.
Nesses casos, a infertilidade feminina pode se manifestar porque a fecundação está impedida pela obstrução das tubas e porque essas condições provocam problemas na receptividade do endométrio, prejudicando a nidação e a permanência do embrião no útero.
Por isso, o exame é solicitado quando existe a suspeita de que a infertilidade feminina possa estar associada aos seguintes problemas:
A histerossalpingografia também pode ser solicitada no pós-operatório de algumas cirurgias, como a laqueadura – em que as tubas são interrompidas para a esterilização voluntária da mulher – e na cirurgia de reversão da laqueadura.
Os tratamentos para as doenças e condições que causam infertilidade por fator uterino podem ser feitos por abordagens cirúrgicas e medicamentosas, dependendo dos resultados do processo diagnóstico como um todo – que pode incluir a histerossalpingografia.
Doenças como mioma, pólipo e adenomiose mais leves podem ser abordadas por tratamentos medicamentosos, que visam equilibrar a dinâmica dos hormônios sexuais e impedir o avanço dos casos menos graves.
O tratamento cirúrgico, no entanto, é também uma possibilidade, mais recomendada aos casos mais severos das doenças mencionadas, em que pode ser necessário retirar as massas celulares ou restaurar a anatomia de algumas estruturas, como no caso das malformações.
A reprodução assistida também é uma possibilidade para abordar a infertilidade por fator uterino, identificada por exames como a histerossalpingografia. Entre as técnicas de reprodução assistida da atualidade, a FIV (fertilização in vitro) é o único procedimento indicado para casos de infertilidade feminina por fator tubário e uterino.
É importante lembrar que, mesmo com a indicação para reprodução assistida, em muitos casos a mulher precisa passar pelos tratamentos primários, para que os resultados da reprodução assistida não sejam afetados pelas doenças que causam infertilidade.
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