As tubas uterinas são órgãos fundamentais para a fertilidade. Afinal, a fecundação ocorre dentro delas! Os gametas femininos, os óvulos, ficam armazenados nos ovários dentro de estruturas conhecidas como folículos ovarianos.
A cada ciclo, um folículo amadurece suficientemente a ponto de se romper e liberar um óvulo. Essa célula sobreviverá por aproximadamente 24 horas na porção intermediária das tubas uterinas, onde poderá ser fertilizada por um espermatozoide (gameta masculino) para formar um embrião.
A hidrossalpinge é uma condição em que há acúmulo de líquido nas tubas uterinas e pode comprometer a fecundação. Saiba mais aqui neste texto!
A hidrossalpinge é geralmente causada pela obstrução das fímbrias ou de outra porção das tubas uterinas. Assim, ocorre a distensão dessas estruturas devido ao acúmulo de líquido. Na maioria dos casos, essa condição é completamente assintomática.
A paciente apenas descobre a doença quando realiza exames complementares de rotina ou para a investigação de queixas inespecíficas (que podem estar relacionadas a diversas doenças).
Quando se manifesta, a hidrossalpinge pode estar relacionada a sintomas, como:
Nesse sentido, é muito comum que as pacientes descubram a hidrossalpinge quando estão investigando a queixa de dificuldade para engravidar, uma das possíveis complicações da doença.
É muito importante procurar rapidamente o médico nesses casos, pois o tratamento precoce está relacionado a um melhor prognóstico reprodutivo.
A hidrossalpinge pode ser identificada em ultrassonografias, mas esse não é o melhor exame para o seu diagnóstico. O mais utilizado é a histerossalpingografia, um exame radiográfico, que utiliza um contraste injetado através do canal do colo uterino, que progressivamente preenche a cavidade uterina e o canal das tubas. Caso haja um obstáculo ou falha de enchimento desse contraste, a hidrossalpinge pode ser um dos diagnósticos mais prováveis.
O tratamento da hidrossalpinge depende das doenças que podem causar essa complicação. Mesmo que, após uma longa investigação, não for descoberta nenhuma explicação, ainda é possível conduzir um plano terapêutico focado na queixa da paciente, como a dor pélvica ou a infertilidade.
A hidrossalpinge pode ser causada por diversas condições ginecológicas. As mais comuns são:
No caso da DIP, o tratamento se inicia com a terapia antibiótica para combater os microrganismos causadores da doença. Ao mesmo tempo, podem ser utilizados anti-inflamatórios para reduzir o edema e a vasodilatação no local. Isso pode aliviar o acúmulo de líquido no local, trazer mais funcionalidade aos tecidos e recuperar o fluxo normal da secreção tubária.
Contudo isso pode demorar algumas semanas após o início do tratamento. Nesse período, acompanhamos a evolução da cura com testes de sangue e exames de imagem para verificar se houve melhora.
Caso a dificuldade para engravidar persista, é feita uma nova investigação de potenciais outras causas de infertilidade. Depois disso, um plano terapêutico de reprodução assistida pode ser utilizado para ajudar o casal a atingir seu objetivo de ter filhos.
No caso das aderências pélvicas, o tratamento dependerá do grau em que elas se encontram. Em casos moderados a graves, elas potencialmente estão relacionadas à infertilidade e pode ser necessária a cirurgia de ablação (destruição) do tecido cicatricial em excesso. Esse procedimento geralmente é realizado pela videolaparoscopia, um tipo de cirurgia minimamente invasiva.
Caso a mulher não deseje passar por essa cirurgia (que tem alguns riscos) ou o casal não tenha recuperado a fertilidade após o procedimento, a fertilização in vitro pode ser uma alternativa com resultados promissores. Ela contorna os fatores tubários, pois a coleta de gametas femininos é feita diretamente no ovário.
O tratamento de tumores, por sua vez, depende das características. Geralmente, tumores benignos pouco numerosos podem ser retirados por procedimentos menos extensos e sem levar ao comprometimento de tecidos saudáveis. Se a mulher com queixa de infertilidade quiser evitar uma abordagem mais invasiva, ela pode também utilizar a FIV.
Em pacientes com tumores malignos, geralmente a abordagem é a retirada do tumor, a quimioterapia e/ou a radioterapia. Nesses casos, indica-se a preservação oncológica da fertilidade para mulheres que desejam engravidar, pois todos esses tratamentos podem causar a redução da reserva ovariana. Então, os óvulos são coletados antes do procedimento e a paciente poderá utilizá-los em futuros procedimentos de FIV.
Portanto, a hidrossalpinge é uma das principais manifestações de infertilidade por fatores tubários. Ela pode estar relacionada a diversas doenças de base. Em todos os casos, a reprodução assistida oferece tratamentos que podem melhorar o prognóstico reprodutivo da paciente.
Quer saber mais sobre a infertilidade feminina? Confira nosso artigo completo sobre o tema!
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