Folículos e óvulos: semelhanças e diferenças - Art Medicina Reprodutiva
Art Medicina | WhatsApp
Clínica Art Medicina Reprodutiva
Pré-agendar consulta
Folículos e óvulos: semelhanças e diferenças

Folículos e óvulos: semelhanças e diferenças

Uma das principais funções dos ovários – órgãos bilaterais conectados ao útero pelas tubas uterinas – é armazenar todos os óvulos e folículos da mulher. Isso faz dos ovários um dos órgãos mais importantes para a fertilidade feminina.

Além de armazenar as células reprodutivas (óvulos) e suas estruturas (folículos), os ovários também participam da dinâmica hormonal dos ciclos reprodutivos, especialmente na interação com as substâncias produzidas pela hipófise e pelo hipotálamo, estruturas do sistema nervoso central.

Neste texto você vai entender melhor o que são óvulos e folículos, suas semelhanças e diferenças, seu papel na reserva ovariana e a relação desses conceitos com a infertilidade feminina.

Boa leitura!

Entenda a reserva ovariana

O processo de formação dos ovários começa com a diferenciação de uma quantidade restrita de células embrionárias em células germinativas, que são precursoras das células reprodutivas, e sua migração para a crista gonadal, uma região específica do embrião.

A formação dos cordões sexuais acontece também durante esse período e, quando a migração das células germinativas termina, os cordões sexuais se posicionam ao redor dessas células, envolvendo-as uma a uma.

Enquanto as células germinativas passam por algumas divisões celulares que reduzem seu DNA pela metade e formam as células reprodutivas (óvulos), os cordões sexuais se diferenciam em dois tipos celulares que formam uma cápsula ao redor de cada óvulo (folículos).

Nas mulheres, o processo de formação dos óvulos e folículos só acontece durante o período embrionário, diferente dos homens, que produzem espermatozoides continuamente a cada ejaculação.

Ou seja, quando a mulher nasce, todos os óvulos e folículos com os quais poderá contar para se reproduzir em toda sua vida – o que chamamos reserva ovariana – já estão completamente formados.

O que são folículos?

Os folículos ovarianos são estruturas multicelulares que envolvem os óvulos um a um e interagem com a dinâmica hormonal dos ciclos reprodutivos, participando diretamente da ovulação e produzindo hormônios, como os estrogênios e a progesterona.

Cada folículo é formado por dois tipos celulares principais, as células foliculares da teca e as células foliculares da granulosa, que interagem respectivamente com as gonadotrofinas hipofisárias LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante).

Após a puberdade das mulheres, o início de cada ciclo reprodutivo é marcado pela interação entre FSH e as células foliculares da granulosa, orquestrando o recrutamento de um grande número de folículos imaturos para a ovulação. Destes, apenas um folículo (chamado folículo dominante) conclui o processo de desenvolvimento e participa realmente da ovulação.

Enquanto isso, o LH interage com as células da teca, produzindo testosterona, hormônio convertido em estrogênio pela atividade também do FSH. Além do LH e do FSH, os estrogênios também são fundamentais para o desenvolvimento dos folículos – e consequentemente do óvulo no interior de cada folículo – e para a ovulação.

Quando esses hormônios atingem sua concentração máxima simultaneamente, o folículo dominante se rompe e o óvulo maduro contido em seu interior é liberado em direção às tubas, onde a fecundação pode acontecer.

As células que antes formavam o folículo dominante respondem ao LH após a ovulação formando o corpo lúteo, que produz progesterona – um hormônio fundamental para o preparo endometrial, como os estrogênios, e para o controle das gonadotrofinas FSH e LH, inibindo sua produção.

Se a fecundação não acontece, o corpo lúteo regride e os níveis de estrogênios e progesterona caem gradualmente, até atingir seus patamares mínimos, provocando a descamação do útero e a saída do sangue menstrual. Quando há fecundação, o corpo lúteo é mantido pela interação entre as células embrionárias e o endométrio até que a placenta esteja formada.

O que são óvulos?

No interior de cada folículo imaturo, armazenado no córtex dos ovários, existe uma célula única reprodutiva feminina, que chamamos tecnicamente de oócito e popularmente de óvulo. A reserva ovariana, como comentamos, é o conjunto de todos os óvulos (envoltos pelos folículos) disponíveis para que a mulher tenha filhos ao longo de toda sua vida.

Após a puberdade da mulher, a cada ciclo reprodutivo, o desenvolvimento e crescimento do óvulo contido pelo folículo dominante é resultado direto da interação hormonal entre as células dos folículos ovarianos recrutados naquele ciclo e o sistema nervoso central – como comentamos.

Cada óvulo é composto por um pronúcleo, contendo metade do DNA da mulher, organelas que permitem a sobrevivência da célula, uma membrana plasmática e a zona pelúcida, que controla a entrada de espermatozoides na fecundação.

Na formação dos óvulos, durante o desenvolvimento embrionário, as células germinativas passam por duas divisões celulares específicas, uma conservativa – que mantém a quantidade de DNA nas células resultantes – e outra não conservativa – em que as células resultantes têm metade do DNA original, cada uma.

Ao final desse processo, cada folículo envolve um óvulo, cuja principal característica é conter apenas metade do DNA da mulher, no interior de seu pronúcleo.

Na fecundação, ao romper a zona pelúcida e penetrar o óvulo, o espermatozoide se desfaz permitindo a fusão entre o pronúcleo espermático – que também contém apenas metade do DNA do homem – e o pronúcleo do óvulo.

Esse processo forma o zigoto, primeira célula do desenvolvimento embrionário, que possui um DNA completo, resultado do pareamento do material genético do espermatozoide e do óvulo.

Reserva ovariana, infertilidade e reprodução assistida

Podemos dizer que a reserva ovariana é um estoque limitado de células reprodutivas, já que – como vimos neste texto – todos os óvulos e folículos são formados antes mesmo do nascimento da mulher.

Além disso, após a puberdade, com o início dos ciclos reprodutivos, a dinâmica de recrutamento e amadurecimento folicular para a ovulação consome a reserva ovariana sistematicamente. Este estoque chega naturalmente ao fim com a menopausa, quando a mulher não tem mais folículos e óvulos, deixando de ser fértil.

Além da idade, outros fatores podem contribuir para quadros de infertilidade feminina pela redução da reserva ovariana, como doenças genéticas que resultam em FOP (falência ovariana precoce), menopausa precoce e a endometriose ovariana, que leva à formação de endometriomas.

Outras doenças, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), embora não afetem a reserva ovariana diretamente, podem provocar infertilidade por oligovulação e anovulação, comprometendo o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a liberação do óvulo para fecundação.

A infertilidade feminina por fator ovariano, resultado da idade e das doenças mencionadas anteriormente, é uma condição que pode ser abordada pelas técnicas de reprodução assistida em diversos aspectos.

Embora usem metodologias próprias, todas as técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – potencializam a ovulação e rastreiam o período fértil, seja para coletar gametas (FIV) ou melhorar as chances de que uma gravidez ocorra (IA e RSP).

O período fértil também pode ser calculado por mulheres que não estão em tratamentos com reprodução assistida, para aumentar as chances de engravidar naturalmente. Quer aprender a calcular seu período fértil? Então toque neste link e acesse nosso conteúdo sobre o assunto.

Agradecemos a sua leitura, aproveite e compartilhe
com seus amigos esse texto:
Ficou com dúvidas ou gostou do conteúdo?
Deixe o seu comentário abaixo:

© 2024 ART MEDICINA S.A CNPJ: 17.109.145/0001-28. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela equipe da Clínica Art Medicina e as informações aqui contidas tem caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. Todas imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor Técnico: Marcelo Giacobbe - CRM 62588