Diversas condições podem causar alterações no funcionamento normal do sistema reprodutor feminino, provocando infertilidade, definida como a falha em engravidar após um ano de relações sexuais regulares desprotegidas e pela ocorrência de dois ou mais abortos repetidos.
Entre elas está a endometriose, uma doença crônica e inflamatória que ocorre geralmente durante o período reprodutivo. É uma das principais causas de infertilidade feminina, da mesma forma que o processo inflamatório causa diferentes sintomas que comprometem a qualidade de vida das mulheres portadoras, como, por exemplo, cólicas severas, menstruação irregular, dor durante a relação sexual, inchaço e dor abdominal.
No entanto, ainda que a endometriose seja classificada como uma doença crônica, tem tratamento na maioria dos casos: o controle dos sintomas ou a remoção do tecido ectópico aumenta as chances de sucesso gestacional.
Continue a leitura e saiba como a endometriose pode impactar a fertilidade feminina e quais são as formas de tratamento.
A endometriose tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina em órgãos próximos como ovários, ligamentos que sustentam o útero e tubas uterinas, por exemplo, embora também possa se desenvolver em outras regiões da pelve e do abdome.
O tecido pode apenas permanecer na superfície das estruturas ou penetrá-las em maior profundidade. Com a progressão da doença, como resultado do processo inflamatório provocado pelo desenvolvimento do tecido ectópico, ocorre a manifestação dos sintomas.
A infertilidade, por outro lado, está associada aos diferentes estágios de desenvolvimento da doença, definidos a partir de critérios como localização, quantidade e profundidade do tecido ectópico, além do grau de comprometimento dos órgãos: mínima, estágio I, leve II, moderada III e grave IV. Além disso, é classificada morfologicamente em três subtipos:
A endometriose afeta entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. Cerca de 50% das portadoras tendem a ter infertilidade. O risco é ainda maior para mulheres que nunca tiveram filhos, ou que foram mães após os 30 anos de idade. Menstruação precoce ou menopausa tardia, anomalias uterinas e irregularidades menstruais, também são critérios que contribuem para o desenvolvimento da doença.
A endometriose pode interferir nas diversas etapas do processo de fecundação. Além de afetar a qualidade de óvulos, espermatozoide e embriões, pode inibir a liberação do óvulo pelo ovário ou a captação dele pelas tubas uterinas, por exemplo.
Ainda que os mecanismos subjacentes à falha reprodutiva sejam sutis e permanecem controversos, principalmente nos casos em que ovários e tubas uterinas são normais, de acordo com diferentes estudos os seguintes efeitos na reprodução podem ser observados:
Por outro lado, estudos com FIV têm demonstrado diminuição da função espermática, diminuição da reserva ovariana, redução na recuperação de óvulos, diminuição na qualidade do embrião, da receptividade embrionária e das taxas de implantação.
O tratamento para endometriose é definido a partir de critérios como o desejo da mulher de engravidar no momento e a intensidade dos sintomas manifestados.
Se houver a manifestação de sintomas como dor e sangramento e a paciente não tiver a intenção de engravidar são prescritos medicamentos contraceptivos orais ou injetáveis, DIU ou anel, combinados ou somente com progesterona, com o propósito de controlar os sintomas.
A remoção do tecido endometrial ectópico por cirurgia, por outro lado, é indicada quando os sintomas manifestam de forma mais severa, ou nos casos em que a endometriose provocou problemas de fertilidade. Após a remoção as taxas de gravidez bem-sucedida são bem significativas.
As técnicas de reprodução assistida são o tratamento mais adequado quando não há sucesso na gravidez após a remoção, ou nos casos em que há infertilidade sem a manifestação de dor.
Saiba quando elas são indicadas:
As três principais técnicas de reprodução assistida são RSP (relação sexual programada) e IIU (inseminação intrauterina), ambas de baixa complexidade, e a FIV (fertilização in vitro), de alta complexidade.
Na RSP e IIU, a fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas. Por isso, são indicadas para mulheres com até 35 anos, que tenham uma boa reserva ovariana e as tubas uterinas saudáveis e endometriose ainda nos estágios iniciais.
Na RSP os espermatozoides também devem estar saudáveis, pois o tratamento prevê a programação do melhor período para intensificar a relação sexual. Enquanto a IIU também possibilita o tratamento quando há pequenas alterações na morfologia e motilidade dos espermatozoides, pois os melhores são selecionados pelo preparo seminal e depositados no útero durante o período fértil, ou mesmo quando há problemas na função sexual.
A FIV, de maior complexidade, é indicada quando a endometriose é moderada ou grave, se houver presença de endometriomas ovarianos ou nos casos em que os tratamentos anteriores não são bem-sucedidos.
Mulheres com endometriose podem obter a gravidez com todas as técnicas. As taxas de gravidez, entretanto variam de acordo com a complexidade do procedimento e idade das pacientes.
Leia o nosso conteúdo institucional e saiba mais sobre endometriose.
Agradecemos a sua leitura, aproveite e compartilhe© 2024 ART MEDICINA S.A CNPJ: 17.109.145/0001-28. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela equipe da Clínica Art Medicina e as informações aqui contidas tem caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. Todas imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor Técnico: Marcelo Giacobbe - CRM 62588