A endometriose é uma doença bastante complexa, inclusive de difícil diagnóstico devido à diversidade de sintomas que podem decorrer dela.
Pouco se sabe sobre as origens certas da endometriose, embora algumas teorias hoje tentem explicar por que os implantes endometrióticos se manifestam nos locais específicos em que eles ocorrem.
O conjunto de sintomas apresentados por cada mulher mostra que normalmente o quadro geral está associado aos processos inflamatórios desencadeados pela endometriose, associados às funções desempenhadas pelos órgãos em que os implantes estão aderidos.
Neste texto você vai encontrar informações importantes sobre os aspectos da endometriose que classificam essa doença estrogênio-dependente também como uma doença inflamatória.
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É importante saber que o processo inflamatório em si não é uma doença, mas sim uma resposta do organismo a lesões e modificações anormais no funcionamento dos órgãos e estruturas, em todo o corpo.
Nesse sentido, o objetivo biológico da inflamação é identificar essas lesões e enviar células imunológicas que possam lidar com os agentes agressores e cicatrizar as lesões.
Para que isso seja possível, o processo inflamatório inclui também alterações físicas para melhorar o aporte de células imunológicas nos locais das lesões. Entre elas, o aumento na permeabilidade dos vasos – que formam edemas – e aumento na vascularização local – que aumenta a temperatura local e a chance de sangramentos, além de provocar hipersensibilidade.
Assim, quando falamos de doença inflamatória, estamos nos referindo a algumas condições que produzem lesões e alterações com capacidade para disparar esses processos inflamatórios e suas consequências – que normalmente também estão por trás dos sintomas dessas doenças.
Frequentemente, as lesões das doenças inflamatórias têm origem no surgimento de massas celulares anormais – como é o caso da endometriose.
Como comentamos inicialmente, a endometriose é uma doença estrogênio-dependente e isso significa que a atividade dos estrogênios do próprio ciclo menstrual é a principal responsável pelo crescimento dos implantes.
Nesse momento, justamente porque a endometriose é marcada pelo surgimento dos implantes endometrióticos fora da cavidade uterina, o crescimento desses tumores sob atividade estrogênica dispara o processo inflamatório local e todas as suas consequências.
A endometriose se instala preferencialmente nas estruturas da cavidade pélvica, incluindo ovários, tubas uterinas e os ligamentos do útero, mas também o peritônio – tecido de preenchimento da cavidade uterina –, o intestino delgado e a bexiga.
Dependendo da localização e a profundidade dos implantes, a endometriose ainda pode ser classificada em três tipos:
A endometriose superficial é a forma mais difícil de ser diagnosticada, porque muitas vezes os implantes não podem ser observados pelos exames de imagem. Os sintomas da endometriose profunda, por sua vez, são os mais intensos e normalmente incluem dor, sangramentos uterinos e alterações intestinais e urinárias.
No caso da endometriose ovariana, que forma cistos avermelhados chamados endometriomas nos ovários, o principal sintoma é a infertilidade, muitas vezes acompanhada de cólicas intensas, da suspensão da menstruação e de sangramentos uterinos fora do período menstrual.
Embora o endometrioma seja a forma de endometriose mais frequentemente associada à infertilidade, a mulher que apresenta implantes no interior das tubas uterinas e no peritônio ao redor dessas estruturas também pode apresentar problemas reprodutivos.
Isso porque, ao atingir as tubas, o processo inflamatório, decorrente da endometriose, provoca o edema dessas estruturas, bloqueando a passagem no interior das tubas e prejudicando as chances de que a fecundação ocorra.
No caso da endometriose ovariana, não somente a inflamação do cisto altera o ambiente celular e hormonal dos ovários, prejudicando a ovulação – o que cria um quadro de infertilidade por anovulação –, mas também o crescimento do endometrioma traz prejuízos, principalmente à reserva ovariana.
Como a reserva ovariana é um estoque limitado de células reprodutivas femininas, os danos ovarianos causados pelo crescimento do endometrioma, que prejudicam esse estoque, podem reduzir a capacidade reprodutiva, provocando infertilidade permanente.
O principal tratamento para endometriose, especialmente no início dos sintomas e quando a mulher não tem planos de engravidar em breve, utiliza medicamentos hormonais que regulam a dinâmica dos hormônios sexuais e diminuem os sintomas provocados pela doença.
Em algumas situações, a mulher pode receber indicação para a remoção cirúrgica dos implantes, especialmente quando a endometriose afeta os intestinos, bexiga e peritônio, incluindo os ligamentos uterinos.
Nos casos em que a doença provoca infertilidade, no entanto, a mulher com endometriose que deseja engravidar pode recorrer à reprodução assistida para ter filhos.
Em geral, a FIV (fertilização in vitro) costuma ser a técnica mais indicada para infertilidade por endometriose, especialmente nos casos em que as tubas uterinas estão comprometidas, quando somente esta técnica pode lidar com esse tipo de dificuldade reprodutiva.
A mulher com endometrioma, porém, pode receber indicação também para as técnicas de baixa complexidade – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) –, já que a etapa de estimulação ovariana dessas técnicas pode ser efetiva para induzir a ovulação.
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