Imagine uma doença crônica que possui sintomas que afetam a sua qualidade de vida e, apesar de atingir entre 6% a 10% da população, o seu diagnóstico demora 7 anos (em média) para ser confirmado. Essa é a realidade de muitas mulheres com endometriose, uma das principais causas de infertilidade feminina.
De caráter progressivo, ela requer uma investigação profunda e tratamento para o controle dos sintomas. A endometriose atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva por ser uma doença estrogênio-dependente.
Apesar de as suas causas ainda estarem em debate, sabemos que ela é definida pela presença de tecido semelhante ao endométrio, a camada interna uterina, em outros locais do corpo feminino.
O endométrio se torna mais espesso ao longo do ciclo menstrual para receber o embrião em uma possível gravidez devido à ação do estrogênio.
Da mesma forma, os focos da doença também respondem a esse comando, provocando um processo inflamatório que resulta em lesões e aderências nos órgãos atingidos. Resultado: sintomas como as dores pélvicas e a dificuldade para engravidar.
Neste artigo, o nosso objetivo é mostrar a relação entre a endometriose e a reprodução assistida, uma alternativa procurada por muitos casais com problemas para engravidar.
Boa leitura!
A endometriose pode se manifestar em diversos locais do corpo feminino. Os mais atingidos estão perto do útero, como os ovários, as tubas uterinas, os ligamentos uterossacros o intestino e a bexiga. No entanto, é comum que a mulher tenha focos da doença em mais de uma área simultaneamente.
Ela se manifesta sob a forma de 3 subtipos: a endometriose peritoneal, a ovariana e a profunda. A seguir, confira as principais informações sobre cada uma delas.
A endometriose peritoneal compreende os estágios mínimo e leve da doença. Os implantes (outro nome dado para as lesões) possuem, no máximo, 5 mm de profundidade e estão localizadas no peritônio, membrana serosa que reveste os órgãos da região pélvica.
A endometriose ovariana é caracterizada pela presença de cistos nos ovários, chamados de endometriomas. Eles são formados por um líquido espesso de cor achocolatada, por isso, são conhecidos pelo nome de “cistos de chocolate”.
O estágio mais grave é a endometriose profunda, caracterizada por implantes com mais de 5 mm de profundidade. Os seus sintomas são mais intensos em comparação aos casos anteriores, além de ser o tipo mais relacionado à infertilidade, por reunir também as características dos outros dois.
Ser diagnosticada com endometriose não significa que a mulher terá alguma dificuldade para engravidar. Porém, a infertilidade é uma realidade para muitas pacientes com a doença.
A presença de lesões, aderências e alterações na anatomia dos órgãos do sistema reprodutor podem causar problemas na ovulação e na fecundação e desenvolvimento da gravidez.
A liberação do óvulo para as tubas uterinas e o encontro entre os gametas feminino e masculino, respectivamente, são dois processos fundamentais para que a gestação aconteça de forma natural.
Além disso, ela também está associada a problemas na implantação embrionária no endométrio, dificultando que ele se fixe na cavidade uterina e dê início à gestação.
A endometriose é uma doença crônica, por isso, não há uma cura definitiva para ela. O tratamento visa controlar os sintomas e deve ser definido de acordo com a realidade de cada paciente.
Para os casais com dificuldade para engravidar, a reprodução assistida tem se tornado uma alternativa com excelentes resultados. A escolha da técnica depende de fatores como a idade da mulher e a saúde reprodutiva tanto dela, quanto do seu parceiro.
Entre as opções disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) é a mais moderna e a que apresenta a maior taxa de sucesso. Ela é indicada para os casos mais graves de endometriose, principalmente, quando a doença provocou alguma alteração nos ovários ou nas tubas uterinas.
Na FIV, os gametas do casal são coletados e passam por uma análise para que apenas os que estiverem nas melhores condições participem do processo, que é realizado em laboratório.
Para a fecundação, o espermatozoide é inserido diretamente no útero por uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
Após alguns dias de desenvolvimento no laboratório, os embriões são transferidos para o útero da paciente. Caso seja necessário, técnicas complementares podem ser utilizadas ao longo do processo da FIV para aumentar as chances de o procedimento ser bem-sucedido.
A endometriose está entre as principais causas de infertilidade feminina, com. risco de lesões e aderências nos ovários e nas tubas uterinas, que podem levar a dificuldade para engravidar.
Assim, a reprodução assistida é uma excelente aliada para que os casais realizem o sonho de ter filhos.
Nesse artigo mostramos a relação entre essa doença que afeta milhares de mulheres e a reprodução assistida. Para se aprofundar no tema, confira outro texto sobre a endometriose!
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