Uma das doenças mais comuns entre as mulheres em idade reprodutiva é a endometriose, que se caracteriza pelo crescimento de tecido endometrial fora da cavidade uterina. As lesões podem causar sintomas incômodos, além de problemas graves como a infertilidade feminina.
Existem três tipos de endometriose, classificados de acordo com sua localização e gravidade. A endometriose superficial peritoneal é a menos grave e atinge órgãos da região do peritônio. A endometriose ovariana, também conhecida como endometriomas, atinge os ovários. Já a endometriose infiltrativa profunda é considerada grave e suas lesões possuem mais de 5 mm de profundidade.
Os endometriomas apresentam grande relação com a infertilidade feminina, pois prejudicam a reserva ovariana. Para que isso possa ser evitado, é necessário diagnosticar o problema e identificar o melhor tratamento. Saiba mais sobre o assunto no texto a seguir:
Os endometriomas são cistos que se formam nos ovários a partir do tecido endometrial, em consequência da endometriose ovariana. Eles possuem um líquido escuro em seu interior e podem ter tamanhos variados, podendo, em casos mais graves, modificar o tamanho e a anatomia dos ovários.
Sua relação com a infertilidade se dá pelo fato de que os cistos podem prejudicar o funcionamento dos ovários e seu tratamento pode causar a queda da reserva ovariana. Os ovários são os responsáveis pelo armazenamento dos folículos ovarianos, além da produção de hormônios importantes para a fertilidade da mulher.
A presença dos cistos nos órgãos pode causar distúrbios hormonais, além de prejudicar a maturação e afetar a qualidade dos gametas femininos. Ainda, quando há a necessidade de realizar a intervenção cirúrgica, em casos graves, existem chances de comprometer a reserva ovariana — a quantidade de óvulos que a mulher possui em determinado momento de sua vida.
Quando a reserva ovariana está baixa, é possível que a paciente encontre dificuldade para engravidar de forma natural. Quando ela se esgota, a mulher se torna infértil e passa pela menopausa. O esgotamento da reserva é chamado de falência ovariana, um processo natural que acontece por volta dos 50 anos. Em alguns casos, como quando a retirada dos endometriomas se faz necessária, isso pode acontecer de forma precoce.
O primeiro passo para o diagnóstico dos endometriomas é a identificação dos sintomas. É preciso ter atenção, pois muitos deles se assemelham aos sintomas comuns do período menstrual ou de outros problemas.
Um dos sintomas mais comuns são as dores abdominais fortes, que se intensificam ainda mais quando um cisto se rompe. Dores durante as relações sexuais e cólicas menstruais também podem acontecer. Outros sintomas que devem ser avaliados com atenção são os sangramentos fora do período menstrual e alterações no fluxo, principalmente quando há um aumento na quantidade de sangue.
A infertilidade também é considerada um sintoma dos endometriomas, pois muitas pacientes só são diagnosticadas após investigar os fatores que estão causando a dificuldade para alcançar uma gestação. Considera-se a infertilidade após 12 meses de tentativas regulares, ou seis meses caso a mulher tenha 35 anos ou mais, sem o uso de métodos contraceptivos.
A endometriose, em geral, é uma doença de difícil diagnóstico, principalmente porque muitas pacientes demoram a buscar ajuda médica. Por isso, é importante ficar atenta a qualquer sintoma e mudanças em seu corpo, para que seja possível diagnosticar e tratar a doença adequadamente e de forma precoce.
Para o diagnóstico dos endometriomas, a consulta médica se inicia com uma anamnese para que o profissional possa conhecer a paciente. São feitas perguntas sobre os sintomas apresentados, o histórico familiar da mulher, doenças já conhecidas, o uso de medicamento, entre outras questões consideradas importantes pelo médico.
A partir da anamnese, se houver a suspeita de endometriomas ou outros tipos de endometriose, são solicitados exames de imagem como a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética.
A ultrassonografia pélvica é um exame de imagem simples, que possibilita a visualização de órgãos como os ovários, o útero, as tubas uterinas, entre outros. Pode ser feita via suprapúbica (abdominal) ou transvaginal.
O objetivo é verificar a existência de alterações na estrutura pélvica e, no caso específico dos endometriomas, identificar a presença dos cistos e avaliar a anatomia dos ovários.
A ressonância magnética também pode ser solicitada para algumas pacientes. Apesar de ser um exame um pouco mais complexo que a ultrassonografia, ainda é considerado minimamente invasivo e oferece resultados ainda mais claros, aumentando a chance de um diagnóstico adequado.
Pode ser feita com ou sem contraste, e é solicitado que a paciente realize um preparo intestinal com o uso de laxantes de acordo com a orientação do laboratório ou do médico.
Quando há o diagnóstico de endometriomas, o tratamento é diferenciado de acordo com o desejo da paciente de engravidar. Se não há a intenção de gestação no momento, é possível administrar medicamentos hormonais e contraceptivos para inibir o desenvolvimento dos cistos e amenizar os sintomas.
Em casos muito graves, é necessário realizar uma intervenção cirúrgica para a retirada dos cistos. Porém, esse tratamento é evitado pois pode prejudicar a fertilidade feminina. Quando há a indicação para a cirurgia, a paciente é orientada a realizar a preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos.
Quando a paciente está tentando engravidar e não consegue de forma natural, a fertilização in vitro (FIV) pode auxiliar. A técnica de reprodução assistida pode ser realizada com os óvulos frescos ou congelados da paciente, ou ainda de uma doadora anônima quando a reserva ovariana está prejudicada.
Para mais informações sobre o assunto, leia o conteúdo completo sobre a endometriose.
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