A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma condição que afeta o sistema reprodutor feminino e é geralmente causada por uma infecção bacteriana. O nome “doença inflamatória pélvica” refere-se à inflamação que ocorre nos órgãos reprodutivos internos da mulher, em decorrência da atividade infecciosa.
Ainda que o termo DIP seja bastante genérico, ele se tornou amplamente utilizado na comunidade médica para se referir a qualquer inflamação dos órgãos reprodutivos femininos que seja causada por uma infecção bacteriana.
Com a leitura deste texto você vai aprender a identificar os sintomas da DIP e assim prevenir a possibilidade de infertilidade em decorrência da doença.
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A dor é uma sensação desagradável e complexa que envolve tanto aspectos físicos quanto emocionais. Ela é essencial para a sobrevivência, pois alerta sobre lesões e disfunções que podem trazer prejuízos grandes à saúde e ao bem estar.
Existem basicamente três tipos diferentes de dor, com mecanismos biológicos específicos: a dor nociceptiva (nociceptores cutâneos), a dor neuropática e a dor visceral (nociceptores viscerais) – como é o caso dos sintomas dolorosos desencadeados pela DIP.
No caso da dor decorrente da DIP, que chamamos dor visceral, a sensação dolorosa emana dos órgãos internos do corpo, como o útero, tubas, ovários e o peritônio – camada de revestimento da cavidade pélvica, em contato com todos os órgãos aí situados.
Os nociceptores viscerais são diferentes dos nociceptores cutâneos: menos numerosos, mais distribuídos e mais sensíveis a estímulos químicos e mecânicos, porém com pouca capacidade de discriminação dos estímulos dolorosos.
Por isso, a dor visceral na DIP pode ser difusa, aparentemente afetando uma área maior e bem menos precisa.
A dor visceral também pode ser referida, ou seja, pode ser sentida em uma região diferente daquela onde está a lesão. Isso ocorre porque os nervos que transmitem a dor visceral convergem em regiões comuns do sistema nervoso central, o que pode levar à confusão na interpretação dos sinais de dor.
Como comentamos, a DIP é uma infecção, normalmente provocada por diversos microrganismos ao mesmo tempo e que afeta as estruturas do trato reprodutivo feminino superior, ou seja, útero, tubas uterinas e ovários.
Entre os agentes etiológicos mais frequentes na DIP então algumas bactérias cuja infecção é transmitida sexualmente, como a Chlamydia trachomatis (clamídia) e a Neisseria gonorrhoeae (gonorreia), além de outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).
A infecção normalmente tem início no trato reprodutivo inferior – vulva, canal vaginal e colo do útero – e se espalha para as estruturas mais internas.
A falta ou demora no tratamento dessas infecções iniciais são o principal fator de risco para o desenvolvimento da DIP, assim como a prática de sexo sem preservativos de barreira – as camisinhas feminina e masculina.
Os sintomas da DIP podem variar entre as mulheres e podem ser leves ou graves, dependendo do caso. Alguns dos sintomas mais comuns da DIP incluem:
É importante ressaltar que nem todas as mulheres com DIP apresentam sintomas: em algumas mulheres a infecção pode ser silenciosa (assintomática), especialmente em seus estágios iniciais – o que pode desincentivar a busca por atendimento médico.
Nesse sentido, é importante realizar exames ginecológicos regulares, mesmo na ausência de sintomas, para detectar e tratar precocemente condições como a DIP – além de outras doenças.
É importante lembrar que a DIP é uma infecção séria e, se não tratada corretamente, pode causar complicações graves, como infertilidade, dor crônica e até mesmo a morte.
O processo diagnóstico da DIP – assim como acontece para muitas outras doenças – começa com a coleta de informações sobre os sintomas apresentados, além de abordar o histórico de saúde da mulher e o exame físico.
No exame físico geralmente se realiza um exame pélvico, com a observação do canal vaginal e palpação para verificar a presença de inflamação, inchaço e hipersensibilidade.
O diagnóstico, no entanto, deve ser sempre confirmado por exames laboratoriais, como a análise de amostras de urina e de secreções vaginais para detectar a presença de bactérias ou outros microrganismos causadores de infecção.
Os exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, também podem ser úteis para detectar sinais de inflamação ou infecção no trato reprodutivo, como a presença de cicatrizes, aderências e obstruções nas tubas uterinas.
A DIP é uma das principais causas de infertilidade feminina.
Isso porque a inflamação e infecção nos órgãos reprodutivos, especialmente endométrio e tubas uterinas, pode levar à formação de cicatrizes e aderências, com potencial para prejudicar o preparo uterino (atrapalhando a nidação), além de obstruir as tubas (impedindo a fecundação).
Quando a doença atinge os ovários, também pode afetar a qualidade dos óvulos e reduzir as chances de uma gravidez bem-sucedida.
Nesse sentido, o tratamento precoce e adequado da DIP é fundamental para prevenir a infertilidade.
O tratamento para a DIP é feito com antibióticos, para erradicar a infecção, e anti-inflamatórios para controlar os sintomas dolorosos. Nos casos mais graves, a mulher pode precisar de hospitalização para tratamento com antibióticos intravenosos.
A FIV (fertilização in vitro) é especialmente útil para mulheres com obstrução das tubas uterinas devido à DIP, uma vez que a fertilização ocorre fora do corpo, evitando as tubas obstruídas.
Esta técnica também ajuda mulheres com cicatrizes e aderências uterinas associadas à DIP, que prejudicam a implantação do embrião no útero, por proporcionar a possibilidade de um trabalho mais preciso sobre a receptividade endometrial, antes da transferência dos embriões.
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