Embora culturalmente mais negligenciada, a infertilidade masculina é um assunto muito importante para a maior parte dos casais que desejam ter filhos.
Para entender melhor o que é a fertilidade dos homens, é fundamental conhecer os órgãos reprodutores masculinos e suas funções – especialmente os testículos e a bolsa escrotal, que possuem papel crucial na produção de espermatozoides.
Alguns problemas que afetam essas estruturas podem ser identificados ainda na infância, como a criptorquidia, que ocorre quando um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal durante o desenvolvimento fetal ou logo após o nascimento.
É fundamental entender melhor a criptorquidia e seus tratamentos para identificar a condição de forma precoce e diminuir os riscos de infertilidade.
Continue lendo o texto para saber mais sobre a criptorquidia, seus sintomas e principalmente para descobrir as melhores alternativas de tratamento.
A formação do sistema reprodutivo masculino começa no período embrionário, com a diferenciação sexual das gônadas e a produção de hormônios para a formação dos ductos deferentes, epidídimos e túbulos seminíferos.
Os testículos se desenvolvem a partir de um tecido chamado crista gonadal, que se diferencia nas células de Sertoli e nas células germinativas. As células de Sertoli são importantes para a formação dos túbulos seminíferos (que compõem a maior parte dos testículos) e para a sustentação das células germinativas, enquanto as células germinativas são as próprias precursoras dos espermatozoides.
Esse processo acontece no interior da cavidade abdominal e, no final do período fetal, os testículos descem para a bolsa escrotal, que é uma estrutura externa ao corpo.
A descida dos testículos é importante para a sobrevivência e a função adequada dessas estruturas, já que a temperatura na bolsa escrotal é menor do que a temperatura corporal – o que é fundamental para a espermatogênese (processo de formação dos espermatozoides).
Esse processo ocorre normalmente até o nascimento, mas em alguns casos, os testículos não descem completamente para a bolsa escrotal, resultando na condição conhecida como criptorquidia.
A criptorquidia é uma condição que afeta a descida dos testículos para a bolsa escrotal durante o desenvolvimento fetal e pode ocorrer em um ou ambos os testículos.
Existem diversas razões que podem levar à criptorquidia, como problemas hormonais e alterações no processo de formação dos testículos, frequentemente derivados de alterações genéticas.
A criptorquidia pode ser um fator de risco para infertilidade masculina, já que os testículos precisam estar na bolsa escrotal para produzir espermatozoides em condições ideais de temperatura. Quando os testículos permanecem na cavidade abdominal, a temperatura mais elevada pode afetar negativamente a produção de espermatozoides, prejudicando sua qualidade.
A criptorquidia pode ser identificada por meio de alguns sintomas – como a ausência dos testículos na bolsa escrotal, o que pode ser notado pela observação visual –, mas é importante destacar que em alguns casos a condição pode ser assintomática, o que significa que o indivíduo pode não apresentar sinais visíveis da condição.
Além disso, é importante destacar que a criptorquidia pode apresentar alguns fatores de risco, como histórico familiar da condição e nascimentos prematuros.
Para o diagnóstico da criptorquidia, é necessário realizar exames complementares, como a ultrassonografia testicular e abdominal, além da ressonância magnética, que fornecem informações sobre a localização dos testículos.
É importante reforçar que o diagnóstico deve ser realizado o mais cedo possível, pois a criptorquidia pode levar à infertilidade e outras complicações.
O tratamento mais comum para a criptorquidia é a cirurgia para correção da posição dos testículos, conhecida como orquidopexia.
Antes da cirurgia, pode ser necessário realizar exames pré-operatórios, como ultrassom, para avaliar a posição dos testículos e garantir que a cirurgia seja realizada da forma mais segura possível.
A cirurgia para correção da criptorquidia pode ser realizada com o auxílio da videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo, que utiliza pequenas incisões na virilha ou no abdômen, em vez de um grande corte.
Durante a videolaparoscopia, um tubo com uma câmera é inserido na região por esses orifícios, permitindo que o cirurgião visualize os órgãos internos em um monitor de vídeo. Isso facilita a identificação e correção da criptorquidia, já que o cirurgião pode observar com mais detalhes a posição dos testículos.
No entanto, nem sempre a videolaparoscopia é indicada para todos os casos de criptorquidia. O tipo de cirurgia depende da idade do paciente, do grau de descentralização dos testículos e da presença de outras malformações.
O pós-operatório da cirurgia é relativamente simples, mas é comum que haja inchaço, dor e desconforto na região da bolsa escrotal nos primeiros dias após a cirurgia, sintomas tratados facilmente com analgésicos. Também é importante evitar esforços físicos e atividades que possam causar impacto na região da bolsa escrotal, durante algumas semanas após a cirurgia.
A criptorquidia é uma condição que pode afetar a fertilidade masculina, especialmente quando não tratada durante a infância. Nesses casos, a reprodução assistida é a única opção para casais que desejam ter filhos biológicos.
Entre as técnicas disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial) são as mais indicadas: ambas permitem a manipulação do sêmen e a coleta por recuperação espermática, que busca os espermatozoides diretamente nos testículos. Além disso, a FIV também possibilita a fecundação com sêmen de um doador.
É importante lembrar que a escolha do tratamento dependerá da avaliação médica individual de cada casal. Se você está enfrentando problemas de infertilidade masculina decorrente de criptorquidia, não deixe de procurar ajuda médica especializada.
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