A gestação é um processo importante para a mulher por diversos motivos, entre eles as expectativas que antecedem a concepção, angústias e satisfações sobre o processo, já que ter filhos pode fazer parte dos planos de vida de um casal.
Além dos aspectos mais subjetivos, a gestação como um todo também inclui inúmeras mudanças fisiológicas e emocionais, desde os primeiros momentos após a fecundação, até o acompanhamento do desenvolvimento do bebê ao longo dos 9 meses.
O período inicial da gestação é o mais delicado, já que o embrião, além de desenvolver-se, precisa contar também com o sucesso da implantação embrionária e das primeiras etapas do desenvolvimento, resultado da integridade genética do concepto e da boa receptividade endometrial.
É no início da gravidez também que existe mais chance da ocorrência de abortos espontâneos, normalmente resultado de alterações no ambiente endometrial ou anomalias genéticas no embrião.
Quando a mulher passa por dois ou mais abortos espontâneos seguidos, é recomendado que busque investigar com o seu ginecologista as possíveis causas desse quadro de infertilidade feminina.
É importante que a investigação sobre porque está ocorrendo abortos de repetição seja também acolhedora, já que a experiência emocional da perda gestacional é intensa e dolorosa – e o bem-estar da mulher é fundamental inclusive para o restabelecimento da fertilidade e o sucesso dos tratamentos.
Este texto busca tratar das principais causas dos abortos de repetição e como a reprodução assistida pode ajudar mulheres que estão passando por essa experiência.
A infertilidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a não ocorrência de gravidez para um casal em idade fértil, sexualmente ativo sem a utilização de contraceptivos, pelo período mínimo de 12 meses.
Aproximadamente 15% da população mundial encontra problemas para ter filhos, sendo por isso diagnosticada com infertilidade. No entanto, nem sempre esse quadro se manifesta pela não ocorrência da gestação, mas sim porque a gravidez não chegou ao final e a mulher perdeu o feto ou embrião por abortamento.
Quando isso acontece mais de duas vezes sequenciais, pode tratar-se de um caso de aborto de repetição, especialmente antes da 22ª semana de gestação.
As causas para os abortos de repetição são diversas e dependem diretamente das doenças e condições que desencadearam a perda gestacional.
Interessante dizer que aborto e abortamento não são palavras com o mesmo significado. Embora muito utilizada, a sinonímia entre abortamento e aborto não ocorre na comunidade médica, já que aborto é o produto do abortamento, que seria o processo da perda gestacional em si. Esse produto poderia ser o feto, nos casos de perdas gestacionais em estágios mais avançados, ou do embrião, quando o abortamento acontece nas fases iniciais da gestação.
As causas do aborto de repetição podem ser diversas e incluir problemas com a receptividade endometrial, de ordem genética ou com consequência de outras doenças, como os miomas, especialmente os submucosos, a presença de pólipos e também em casos de tumores endometriais ou uterinos.
Nos casos de mulheres na perimenopausa ou com mais de 35-40 anos, a maior parte dos abortamentos ocorre por problemas genéticos no embrião.
As mulheres com malformações uterinas, de ordem anatômica, como útero septado, bicorno e didelfo, também podem ter abortos de repetição, já que as deformações da anatomia uterina podem prejudicar a receptividade endometrial e a elasticidade uterina, que permite a este órgão acompanhar o crescimento fetal.
Quando o abortamento acontece por problemas na receptividade endometrial, de qualquer etiologia, o processo acontece normalmente no início da gestação, e a perda é decorrente da impossibilidade de o embrião fixar-se no endométrio (implantação embrionária).
Em alguns casos, o embrião até consegue realizar a implantação, porém o endométrio não consegue manter o desenvolvimento inicial do embrião, que pode ser eliminado do útero.
Para que possam ser delineados tratamentos para as mulheres que apresentam aborto de repetição, é necessário que o diagnóstico das causas desses eventos seja feito.
A abordagem inicial sempre será o tratamento para as doenças e síndromes que podem ter levado às perdas gestacionais.
Nesse sentido, a realização do tratamento medicamentoso, quando for possível, como é o caso das endometrites, ou cirúrgico, como a retirada de miomas, pólipos, focos endometrióticos e a metroplastia ou septoplastia, para os casos de malformações uterinas.
Na maior parte dos casos, o tratamento das doenças e condições que estavam por trás das perdas gestacionais costuma restabelecer a fertilidade das mulheres.
Em alguns casos, porém, a infertilidade persiste e para eles a reprodução assistida é o tratamento mais indicado.
A técnica de reprodução assistida mais indicada para os casos de aborto de repetição é a FIV (fertilização in vitro), especialmente por ser o método cujas taxas de sucesso são mais altas.
A FIV pode incluir a realização do teste ERA (teste de receptividade endometrial), que busca por alterações genéticas que possam estar modificando a composição do endométrio e assim prejudicando a receptividade endometrial, e também do PGT (teste genético pré-implantacional).
O PGT permite a busca por alterações genéticas nos embriões que estejam impedindo a implantação embrionária e causando perdas precoces, além de outras doenças genéticas, e a seleção daqueles que não possuem tais alterações.
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