Os testículos e a bolsa testicular desempenham papéis fundamentais na fertilidade masculina, embora sejam formados por tecidos delicados e complexos. Isso significa que alterações nessas estruturas podem afetar a capacidade reprodutiva dos homens – como é o caso da torção testicular, uma condição preocupante que requer atenção médica imediata.
A cirurgia para correção da torção testicular é o tratamento padrão e, quando realizada prontamente, pode evitar complicações graves, como a infertilidade masculina.
Assim, ainda que as possíveis dificuldades reprodutivas resultantes da torção testicular possam ser tratadas pelas técnicas de reprodução assistida, a prevenção é sempre a melhor abordagem. Por isso, estar ciente dos fatores de risco e procurar ajuda médica assim que surgirem sintomas é fundamental para preservar a saúde e a fertilidade masculina.
Neste artigo, abordaremos o que é a torção testicular, os fatores de risco associados, os sintomas e o diagnóstico dessa condição, mas especialmente o tratamento padrão e sua metodologia, bem como as possibilidades oferecidas pela reprodução assistida.
Como mencionamos, a torção testicular é uma condição médica extremamente delicada e urgente, que afeta especialmente os testículos, órgãos fundamentais para a fertilidade masculina.
Essa condição ocorre quando o testículo sofre uma rotação anormal em torno de seu próprio eixo, dentro da bolsa escrotal, podendo levar à obstrução do fluxo sanguíneo para o testículo afetado.
Quando o fluxo sanguíneo é bloqueado pela torção testicular, ocorre uma diminuição na oxigenação do testículo e, se a situação não for corrigida prontamente, pode resultar em danos irreversíveis ao tecido testicular.
Isso também significa que, nos casos mais graves de torção testicular, a falta de fluxo sanguíneo adequado por um longo período pode levar à gangrena e à perda completa do testículo afetado.
A torção testicular pode acometer homens de todas as idades, no entanto, é mais frequentemente observada em adolescentes e jovens adultos.
Alguns homens podem apresentar uma anatomia em que os testículos não estão adequadamente fixados dentro da bolsa escrotal. Essa condição, conhecida como testículos móveis, torna essas estruturas mais suscetíveis a movimentos excessivos, aumentando o risco de torção testicular.
Traumas na região genital, como pancadas ou lesões acidentais, também podem ser um fator desencadeante para a torção testicular, já que o impacto pode levar a uma rotação anormal do testículo, resultando em obstrução do fluxo sanguíneo.
De forma semelhante, algumas atividades esportivas, como o ciclismo, apresentam riscos potenciais para torção testicular, pelo atrito constante da bolsa escrotal.
Os principais sintomas da torção testicular incluem uma dor súbita e intensa na bolsa escrotal, que abriga os testículos. Essa dor pode ser tão severa que muitas vezes é o motivo que leva à busca por atendimento médico imediato.
Além da dor, é comum haver inchaço na área afetada e aumento no volume testicular, que também pode apresentar vermelhidão, devido ao aumento do fluxo sanguíneo nessa região.
Ao procurar atendimento médico, o médico realiza um exame físico detalhado, durante o qual examinará o escroto em busca de inchaço, vermelhidão e sensibilidade, além de acolher o relato dos sintomas.
Para confirmar o diagnóstico de torção testicular, a ultrassonografia testicular com Doppler costuma ser solicitada, por ser uma ferramenta útil para identificar a posição do testículo, avaliar o fluxo sanguíneo e determinar se há de fato uma torção.
O diagnóstico precoce da torção testicular é de extrema importância para garantir o tratamento adequado e a preservação do testículo afetado.
Quando há uma torção, o fluxo sanguíneo para o testículo é obstruído, o que pode levar rapidamente à morte do tecido testicular se não for tratado a tempo. Por isso, a intervenção médica rápida e precisa é essencial para reverter a torção e restaurar o suprimento sanguíneo adequado ao testículo.
A cirurgia é o tratamento mais comum e efetivo para a torção testicular e deve ser realizada com a máxima urgência, logo após o diagnóstico. A intervenção cirúrgica visa restabelecer o fluxo sanguíneo para o testículo afetado, evitando complicações graves e preservando a função reprodutiva.
A cirurgia para correção da torção testicular é uma intervenção geralmente realizada sob anestesia geral ou local, e em que o acesso ao testículo afetado é feito por uma incisão cuidadosa, que permite ao médico colocar o testículo de volta em sua posição correta e restaurar o fluxo sanguíneo.
Após a correção da torção testicular, o médico pode optar por fixar o testículo na bolsa escrotal – para prevenir recorrências futuras – utilizando pontos cirúrgicos e outros métodos que melhorem a estabilidade do testículo na posição correta.
Quando a torção testicular causa a morte do tecido testicular, pode ser necessária sua remoção cirúrgica, o que normalmente acarreta alterações na produção de espermatozoides, afetando a fertilidade masculina.
O testículo restante pode compensar parcialmente a função reprodutiva, mas é comum que se constate uma diminuição na qualidade e quantidade de espermatozoides produzidos.
Assim, caso a fertilidade seja comprometida pela torção testicular, técnicas avançadas de reprodução assistida ainda podem ser uma opção viável para casais que desejam ter filhos – principalmente a FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), uma das técnicas mais utilizadas nesse contexto.
Na FIV, o óvulo é fertilizado em laboratório pelo espermatozoide, e o embrião resultante é transferido para o útero da mulher, onde poderá se desenvolver e levar à gravidez.
Quando a quantidade ou a qualidade dos espermatozoides está comprometida, a ICSI ajuda a superar essa dificuldade por precisar de um único espermatozoide para a fecundação, que é selecionado e injetado por uma agulha diretamente no óvulo.
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