O desenvolvimento embrionário é um processo bastante complexo, que tem início com a fecundação e culmina na formação do feto. Ao longo desse caminho, todas as etapas são determinantes para que o embrião se desenvolva corretamente, originando um feto e posteriormente um bebê saudável.
A mórula é uma dessas etapas cruciais e seus eventos celulares desempenham papéis essenciais no desenvolvimento embrionário e principalmente na formação do blastocisto – termo conhecido dos casais que passam pela reprodução assistida por FIV (fertilização in vitro), como também veremos neste artigo.
Compreender esses processos é fundamental para casais que buscam realizar o sonho da maternidade, seja ela por reprodução assistida ou naturalmente – e por isso convidamos você a seguir conosco nesta leitura, para entender melhor o que é a mórula e sua importância nas gestações naturais e por reprodução assistida.
A mórula é uma fase vital do desenvolvimento embrionário e ocorre cerca de três a quatro dias após a fecundação, quando o zigoto – célula resultante da união do espermatozoide com o óvulo – inicia um processo intenso de divisão celular conhecido como clivagem.
É importante lembrar que, antes da fecundação, tanto o óvulo quanto o espermatozoide possuem metade do material genético da mulher e do homem, respectivamente. Durante a fecundação, o espermatozoide penetra no óvulo e esses materiais genéticos se fundem, resultando em um DNA completo e na formação do zigoto.
Nesse momento, as clivagens (divisões celulares) se iniciam, formando células-filhas que carregam consigo o mesmo DNA do zigoto. Esse aumento no número de células forma a mórula.
A mórula é morfologicamente semelhante a uma amora – daí o nome –, em que as células ficam próximas, como uma estrutura maciça. Cada célula da mórula carrega consigo o potencial de se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo humano (que chamamos totipotência), o que é essencial nas fases seguintes do desenvolvimento embrionário.
Com a formação da mórula, o embrião entra em uma fase chamada blastulação, que marca o surgimento do blastocisto, uma estrutura também esférica, mas já composta por duas camadas de células diferentes: o trofoblasto (externa) e o embrioblasto (interna).
O trofoblasto é fundamental na implantação do embrião no útero materno, além de ser precursor dos anexos embrionários, como cordão umbilical, líquido amniótico e placenta, responsáveis por estabelecer a comunicação entre o embrião e o organismo materno. Já no embrioblasto, encontramos as células responsáveis pela formação do embrião em si.
Entre o sexto e o oitavo dias após a fecundação, o embrião realiza a nidação – quando o blastocisto se fixa na parede uterina, iniciando a gestação propriamente dita – e tem início outra fase do desenvolvimento embrionário, a gastrulação.
Durante a gastrulação, algumas células do embrião se diferenciam e se reorganizam, originando três camadas germinativas, precursoras dos primeiros tecidos do corpo humano:
Após a gastrulação, os órgãos começam a se diferenciar e se desenvolver, num processo que chamamos organogênese e que termina por volta da oitava semana após a fecundação, inaugurando a fase de desenvolvimento do feto – e não mais do embrião.
Nas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), a fecundação e a formação da mórula ocorre nas tubas uterinas, assim como nas gestações naturais.
No caso da RSP, o procedimento começa com a estimulação ovariana, que consiste no uso de medicamentos para estimular o crescimento dos folículos ovarianos e a produção de óvulos, realizada junto com o controle ultrassonográfico da ovulação, que acompanha o desenvolvimento dos folículos e determina o momento ideal para induzir a ovulação – e para orientar o casal a manter relações sexuais com mais chances de engravidar.
Já na IA, o procedimento segue etapas semelhantes à RSP – estimulação ovariana, controle ultrassonográfico da ovulação e indução da ovulação. Nesse momento, no entanto, realiza-se a coleta de sêmen do parceiro e o preparo seminal, em que os espermatozoides de melhor qualidade são selecionados e inseminados diretamente no útero da mulher, durante o período fértil.
A FIV (fertilização in vitro) é a principal técnica de alta complexidade disponível atualmente e sua classificação deve-se justamente ao fato de que a fecundação e a formação da mórula ocorrem de maneira diferente das gestações naturais.
Assim como a RSP e a IA, o tratamento com a FIV envolve várias etapas.
Primeiramente, a estimulação ovariana é feita com medicamentos hormonais para estimular o crescimento de múltiplos folículos ovarianos e a consequente disponibilização de vários óvulos.
Durante esse período, é realizado o controle ultrassonográfico da ovulação para acompanhar o desenvolvimento dos folículos e determinar o momento ideal para a coleta dos óvulos, feita por aspiração folicular.
Ao mesmo tempo, é realizada a coleta de sêmen do parceiro, por masturbação ou recuperação espermática, e o preparo seminal.
Com os óvulos e o sêmen disponíveis, a fecundação é induzida geralmente por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que um espermatozoide é injetado diretamente em cada óvulo com ajuda de uma agulha especial.
Após a fecundação, os embriões são cultivados em condições adequadas de laboratório e monitorados de perto quanto ao seu desenvolvimento. É durante este período que a mórula é formada, depois de algumas clivagens do zigoto.
Por fim, os embriões selecionados, já em estágio de blastocisto, são transferidos para o útero materno, onde continuam seu desenvolvimento, realizando a nidação e dando início à gestação.
Toque neste link e aprofunde seu conhecimento sobre a FIV.
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