É bastante comum que as doenças que provocam infertilidade masculina – ou ao menos a dificuldade de engravidar a parceira – sejam resultado de variações nos parâmetros seminais, envolvendo principalmente a quantidade de espermatozoides.
A azoospermia, ou ausência de espermatozoides no líquido ejaculado, é uma dessas condições.
Considerada das mais conhecidas e temidas, pois pode caracterizar infertilidade severa ou esterilidade masculina, a azoospermia pode ter duas principais causas: problemas na espermatogênese – formação testicular dos espermatozoides– ou obstruções no trajeto percorrido por essas células durante a ejaculação.
Dependendo das origens da azoospermia, sua reversão pode ser realizada com o tratamento das alterações, no entanto na maior parte os casos apenas a reprodução assistida – e entre as técnicas disponíveis atualmente, somente a FIV (fertilização in vitro) é indicada – é capaz de reverter o quadro de infertilidade, estabelecido por essa condição.
Uma das grandes vantagens da FIV para homens diagnosticados com azoospermia, é a possibilidade de realizar a recuperação espermática, que utiliza técnicas de punção testicular para coletar gametas masculinos, antes mesmo de estas células comporem o sêmen.
Quer entender melhor como a FIV pode ajudar homens com azoospermia a realizar o sonho da paternidade? Então acompanhe a leitura do texto a seguir!
O sêmen é o resultado da união entre as células reprodutivas masculinas, produzidas nos túbulos seminíferos, e os líquidos produzidos pelas glândulas anexas – próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais – que acontece nos epidídimos.
Nos quadros de azoospermia, o sêmen é composto apenas pelos líquidos glandulares e outras partículas, já que os espermatozoides ou não estão sendo produzidos adequadamente, ou não conseguem sair dos epidídimos, por motivos obstrutivos, e por isso não estão presentes no sêmen.
Quando os problemas que geram a azoospermia são resultado de falhas na espermatogênese, chamamos azoospermia não obstrutiva.
Já os casos em que o sêmen não contém espermatozoides porque, ainda que essas células sejam produzidas normalmente, encontraram obstáculos no trajeto até o ducto deferente, são chamados azoospermia obstrutiva.
A ejaculação é a única forma de expelir células reprodutivas masculinas de forma natural e, numa relação sexual, é através do sêmen que acontece o transporte, proteção e nutrição dos espermatozoides, até o encontro com o oócito para fecundação.
Nos casos de azoospermia, por motivos obstrutivos ou não obstrutivos, o líquido ejaculado não contém células reprodutivas, e por isso, mesmo que haja ejaculação, a fecundação não acontece – motivando o diagnóstico de infertilidade masculina.
A própria cirurgia de vasectomia, a esterilização voluntária masculina, é realizada com o intuito de produzir um quadro de azoospermia, que funcione como forma contraceptiva. Neste procedimento, a azoospermia é obstrutiva, provocada pela interrupção do trajeto epididimário, o que é feito com clips ou grampos cirúrgicos, e também por cauterização.
A reprodução assistida com FIV (fertilização in vitro) tem sido uma das principais indicações de tratamento para a reversão da infertilidade em homens com azoospermia, obstrutiva ou não.
O principal motivo deve-se ao fato de que, nesta técnica, os gametas masculinos podem ser coletados diretamente dos testículos, através de algumas tecnologias complementares, como as técnicas de recuperação espermática e a realização da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), posteriormente.
Cada técnica é indicada para atender a demandas específicas das diferentes formas de azoospermia, e todas apresentam boas taxas de sucesso na recuperação espermática.
Na FIV, após a coleta dos gametas masculino e feminino, a fecundação é realizada em ambiente laboratorial e os embriões obtidos são cultivados – e têm seu desenvolvimento e integridade cuidadosamente analisados – de 3 a 5 dias, quando são transferidos para o útero da mulher.
A ICSI é um procedimento aplicado à fase de fecundação da FIV, que consiste em injetar o espermatozoide selecionado diretamente no interior do oócito, com auxílio de uma agulha especial. Esta técnica complementar é muito utilizada para aumentar as chances de gestação para os casos de infertilidade por azoospermia.
As técnicas complementares que atuam sobre a etapa de coleta de gametas masculinos, para a FIV, são formas diferentes de obter espermatozoides diretamente dos testículos, como é o caso dos procedimentos PESA e MESA, ou dos túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos, como acontece com as técnicas TESE e Micro-TESE.
As técnicas que coletam espermatozoides nos epidídimos (PESA e MESA) são indicadas para os casos de azoospermia obstrutiva, em que a produção de espermatozoides é constante, contudo essas células não chegam a compor o sêmen, por obstruções nos ductos deferentes ou nos próprios epidídimos.
A azoospermia causada por alterações na espermatogênese, tem suas demandas mais bem atendidas pelas técnicas que vasculham os túbulos seminíferos, local onde acontece o amadurecimento dos espermatócitos e a produção de espermatozoides, em busca dessas células (TESE e Micro-TESE).
Outra diferença entre as técnicas é a forma como a recuperação espermática é realizada, por via cirúrgica ou por punção, com uso de microscópios ou não – além do local de onde são obtidos os espermatozoides:
De forma geral, podemos dizer que as metodologias empregadas são, respectivamente, punção epididimária e microcirurgia (também epididimária), nas técnicas de PESA e MESA, e microcirurgia testicular sem microscópio e com microscópio, para TESE e Micro-TESE.
Apesar de distintas quanto à metodologia e indicações, todas as técnicas complementares mencionadas apresentam taxas satisfatórias de sucesso na recuperação espermática dos homens com diferentes formas de azoospermia.
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