A RSP (relação sexual programada), apesar da nomenclatura recente, é praticada como coito programado desde antes de ser incorporada às técnicas de reprodução assistida, desenvolvidas pela medicina reprodutiva atualmente.
Originalmente, o coito programado era realizado através do acompanhamento cotidiano do ciclo reprodutivo da mulher, para uma melhor identificação do período fértil, momento no qual a mulher tem mais chances de engravidar.
Esse processo era feito pela própria mulher, com base em um calendário fixo, que determinava o período fértil por volta do 14º dia após o começo do ciclo menstrual.
Com o avanço das técnicas desenvolvidas pela medicina reprodutiva, o coito programado passou a ser incrementado por procedimentos como a estimulação ovariana e a indução da ovulação, que aumentaram consideravelmente as chances de sucesso desta técnica.
Atualmente, todos os ciclos de RSP incluem estas duas etapas iniciais, realizadas com a administração de medicamentos hormonais.
Apesar de sua aparente simplicidade, quando bem indicada, para os casos mais simples de infertilidade feminina, a RSP é uma saída de ótimo custo-benefício.
Objetivo desse texto é apresentar a RSP, ou coito programado, e como esta pode ser uma saída de sucesso para o tratamento dos casos de infertilidade feminina leve.
A RSP (relação sexual programada) é uma técnica de reprodução assistida considerada de baixa complexidade, pois a fecundação ocorre dentro do corpo da mulher e não há manipulação de gametas em laboratório, nem de óvulos, nem de espermatozoides, como ocorre na fertilização in vitro (FIV).
Assim como a maior parte das técnicas de reprodução assistida, a relação sexual programada é um procedimento dividido em etapas sequenciais e interdependentes. Vamos compreender melhor como acontece cada uma das etapas.
A primeira consulta deve ter como objetivo o início da investigação das causas da infertilidade conjugal.
Somente com base em diagnósticos precisos é possível realizar a indicação da melhor técnica de reprodução assistida, já que cada uma delas oferece restrições e devem ser indicadas de forma individualizada.
Em alguns casos, o casal chega à primeira consulta já com conhecimento prévio dos motivos que levaram a essa condição, expressos em diagnósticos precedentes. No entanto, em outros casos, o casal descobre a possibilidade de infertilidade quando tenta engravidar e não consegue.
Mesmo tratando-se de situações diferentes, em ambos os casos podem ser solicitados exames básicos para investigação da infertilidade, tendo como objetivo ou a confirmação dos diagnósticos precedentes, ou a busca por diagnósticos que expliquem a infertilidade conjugal.
Os exames mais solicitados nessa fase incluem espermograma, dosagens hormonais para homens e mulheres, exames de imagem, especialmente a ultrassonografia pélvica transvaginal, com potencial para identificação de doenças como miomas uterinos, pólipos endometriais, e endometriose.
Além dos exames laboratoriais e de imagens, o casal deve também passar por uma profunda investigação do histórico de saúde, familiar e individual, em busca de doenças genéticas e hereditárias que possam ter causado o quadro de infertilidade.
Após a análise de todos os exames solicitados, o casal e a equipe médica que o acompanha devem decidir, conjuntamente, qual a técnica de reprodução assistida mais adequada para o caso e evidenciado pelos exames, dando início ao tratamento.
A primeira etapa da RSP deve ser realizada no início do ciclo reprodutivo da mulher. Nesta fase, doses específicas dos hormônios sexuais FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) por cerca de 10 dias, com o propósito de aumentar as chances do recrutamento e amadurecimento folicular.
A mulher recebe doses diárias desses hormônios e simultaneamente passa pelo monitoramento dos processos ovulatórios, com auxílio da ultrassonografia transvaginal.
Esse acompanhamento é fundamental para determinar o momento certo para o início da segunda fase do tratamento com a RSP, que acontece quando os folículos atingem o seu pico de desenvolvimento, entrando em fase pré-ovulatória.
Quando o monitoramento da fase anterior indica que os folículos estão com o tamanho adequado, a mulher recebe uma dose de hCG (gonadotrofina coriônica humana), com o objetivo de estimular o rompimento do folículo para liberação do óvulo (ovulação).
O hCG também auxilia na conservação do corpo-lúteo, responsável pela produção de progesterona nos primeiros momentos da gestação.
É importante que essa estrutura seja adequadamente assistida pelo hCG, já que os hormônios produzidos por ela são fundamentais tanto para fecundação, quanto para a fixação do embrião no endométrio.
A fase de indução da ovulação marca também o início das relações sexuais programadas em si, já que após a administração de hCG provoca o rompimento do folículo e liberação do óvulo. Quando sabemos quando o processo ovulatório vai acontecer, orientamos o casal a manter relações sexuais nesse período.
Aproximadamente 20 dias após esse período, o casal pode realizar o teste de gravidez.
As indicações para RSP incluem principalmente os casos de ISCA (infertilidade sem causa aparente), quando mesmo após a investigação das causas da infertilidade não é possível determinar com precisão quais os motivos levaram o casal não conseguir engravidar.
Esta técnica também é indicada para os casos em que a infertilidade é causada por fator feminino leve, como mulheres com ciclos anovulatórios frequentes, porém sem o diagnóstico de anovulação, como miomas ou pólipos de pequenas dimensões e em número bastante reduzido. Dependendo do estágio da síndrome dos ovários policísticos (SOP), a RSP pode também ser indicada.
As contraindicações da RSP incluem principalmente todos os tipos de infertilidade masculina e os casos de infertilidade feminina por fator tubário, anovulação e alterações graves na receptividade endometrial.
Quando indicada para os casos adequados, a relação sexual programada tem uma taxa de sucesso aproximada de 20% a cada ciclo de tratamento.
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