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Inseminação artificial (IA): conheça a técnica

Inseminação artificial (IA): conheça a técnica

Atualmente, a medicina reprodutiva disponibiliza três principais técnicas de reprodução assistida, com níveis diferentes de complexidade e indicadas para casos específicos de infertilidade, de acordo com suas peculiaridades, restrições e com a própria metodologia na qual estão embasadas.

A RSP (relação sexual programada) é considerada a mais simples das técnicas, enquanto a FIV (fertilização in vitro) é a mais complexa. A RSP é uma técnica de baixa complexidade porque a fecundação acontece dentro do corpo da mulher e nenhum dos gametas é manipulado em laboratório.

Já a FIV é considerada uma técnica de alta complexidade, pois promove a fecundação fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial.

Também classificada como uma técnica de baixa complexidade, apesar de menos simples do que a RSP, a IA (inseminação artificial) é a técnica de reprodução assistida mais antiga e, até a década de 1970, com a solidificação da FIV, também a mais praticada.

Na IA, somente os gametas masculinos são manipulados, já que a metodologia compreende a utilização de uma amostra de sêmen conseguida por masturbação, porém a fecundação ainda acontece no interior das tubas uterinas, portanto dentro do corpo da mulher.

Quer conhecer melhor a técnica de inseminação artificial? Acompanhe a leitura!

O que é a IA (inseminação artificial)?

Principalmente por ter sido a principal técnica de reprodução assistida, difundida e aplicada até meados da década de 70, durante muito tempo a IA acabou sendo considerada um sinônimo para a própria reprodução assistida.

Atualmente, o termo mais utilizado é inseminação intrauterina (IIU), já que o sêmen é depositado dentro da cavidade uterina.

Em linhas gerais, a IA é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, que coleta amostras de sêmen para serem depositadas no interior da cavidade uterina durante o período fértil da mulher, potencializando as chances de fecundação pelos espermatozoides.

Assim como as outras técnicas de reprodução assistida, também a IA é um procedimento dividido em etapas, que devem acontecer em sequência e que são interdependentes – o sucesso de uma etapa é fundamental para possibilitar o início da próxima etapa.

Como a IA é realizada?

A primeira consulta para inseminação artificial, em alguns casos, é também o primeiro contato do casal com a possibilidade de investigação para as causas de um possível quadro de infertilidade. Nesses casos, normalmente a suspeita nasce após uma série de tentativas malsucedidas de engravidar.

Nessas situações, a primeira consulta deve abrir espaço para que um diálogo acolhedor e sincero possa sanar as principais dúvidas e angústias do casal, e também permitir ao médico a realização de uma entrevista aprofundada, abordando principalmente o histórico de saúde reprodutiva, individual e familiar, do homem e da mulher.

Ainda, quando a primeira consulta tem como objetivo buscar um diagnóstico para infertilidade, é também nesse momento que os primeiros e principais exames são solicitados.

Entre esses exames geralmente estão o espermograma, exame de sangue para dosagem hormonal, testagem para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e a ultrassonografia transvaginal, mas a lista pode variar, de acordo com o caso.

Após o delineamento do diagnóstico final, que deve ser baseado nos resultados desses exames, a escolha da melhor técnica de reprodução assistida deve ser compartilhada entre o casal e a equipe médica que o atende.

Etapas da inseminação artificial

Podemos dividir a inseminação artificial em 4 etapas:

Estimulação ovariana

Nesta técnica, a estimulação ovariana tem como objetivo aumentar o potencial de recrutamento de folículos dos ovários e o amadurecimento de ao menos um folículo durante um ciclo reprodutivo. Para isso, são administradas doses diárias das gonadotrofinas, hormônios responsáveis por ativar o ciclo reprodutivo da mulher.

É indicado que essa etapa seja concomitante com o início do ciclo menstrual, e que seja acompanhada por ultrassom transvaginal durante todo o tempo, até que este exame constate que ao menos um folículo ovariano atingiu o auge do seu desenvolvimento.

É nesse momento que tem início a segunda etapa da IA.

Indução da ovulação

Para induzir a ovulação, após o folículo ovariano completar o seu processo de amadurecimento, a mulher recebe uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que interage com as células foliculares, fazendo com que essa estrutura se rompa e possa liberar, para as tubas uterinas, o óvulo contido nelas.

O rompimento do folículo e a liberação do óvulo compõem um processo chamado ovulação, e é a partir desse momento que amostra de sêmen, futuramente utilizada para a inseminação, deve ser coletada.

Coleta de sêmen

A coleta de gametas masculinos para IA é realizada por masturbação, normalmente na própria clínica ou no laboratório em que o preparo seminal será feito.

O único preparativo necessário para esta etapa é que o homem respeite a janela de abstinência sexual, evitando ter relações por no mínimo 2 dias e no máximo 7 dias, durante o período que antecede a coleta.

Nesta etapa da IA, é também possível realizar o preparo seminal, indicado para os casos de infertilidade masculina, normalmente causada por alterações em aspectos seminais, como a concentração de espermatozoides, ou anomalias em sua capacidade de motilidade ou morfologia.

O preparo seminal é uma técnica que permite o fracionamento da amostra de sêmen, separando primeiro os espermatozoides dos líquidos seminais. Posteriormente, o processo aloca em diferentes estratos da amostra os espermatozoides viáveis e as outras células e partículas, coletando a fração com espermatozoides viáveis para a inseminação.

Inseminação artificial

Normalmente as duas etapas anteriores, a indução da ovulação e a coleta de espermatozoides, são realizadas de forma praticamente simultânea, já que após a administração de hCG a mulher tem aproximadamente 72 horas para receber amostra de sêmen.

A inseminação em si acontece na própria clínica de reprodução assistida, sem a necessidade de anestesia, pois trata-se de um processo pouco complexo. Nele, com auxílio de uma agulha especial conectada a um cateter, os espermatozoides são depositados no interior da cavidade uterina, e devem seguir naturalmente para as tubas uterinas, onde está o óvulo recém-liberado pela indução da ovulação.

Espera-se que aproximadamente 20 dias depois desse procedimento o exame de gravidez já possa ser realizado, confirmando o sucesso deste ciclo.

Indicações

As principais indicações para realização da IA são:

Taxas de sucesso

As taxas de sucesso da IA, quando indicada para os casos adequados, é de aproximadamente 20% para cada ciclo realizado.

Para saber mais, toque no link!

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