A vídeo-histeroscopia cirúrgica é um procedimento ginecológico minimamente invasivo, no qual um histeroscópio, com sistema de iluminação e câmera acoplada, transmite as imagens para um monitor em tempo real, possibilitando o tratamento de diversas patologias intrauterinas.
A vídeo-histeroscopia pode ser ambulatorial ou cirúrgica. A ambulatorial visualiza, identifica e investiga alterações na cavidade uterina, facilitando o diagnóstico precoce de diferentes condições, que são tratadas pela vídeo-histeroscopia cirúrgica.
Em muitos casos, diagnóstico e tratamento são realizados em um mesmo procedimento, prática conhecida como see and treat (ver e tratar).
Este texto explica a vídeo-histeroscopia cirúrgica, destacando os casos em que o procedimento é indicado.
Apesar de ter sido introduzida na prática ginecológica desde o início da década de 1970, a técnica tinha um uso mais limitado. Com as novas tecnologias e a incorporação de instrumentos modernos, atualmente proporciona a visualização detalhada, assim como a iluminação adequada da região que será operada.
No entanto, para ser submetida à cirurgia, a mulher preferencialmente não deve estar menstruada no período, pois o sangramento atrapalha a visibilidade, não pode estar grávida ou com infecção vaginal.
A cirurgia é realizada com a paciente em posição ginecológica, em ambiente ambulatorial ou hospitalar e prevê a o uso de anestesia geral ou local, definida de acordo com o procedimento que será realizado. Porém, se a geral for necessária, é recomendado jejum nas 12 horas anteriores.
Um anti-inflamatório também pode ser administrado uma hora antes da realização do procedimento, assim como, se houver estreitamento do canal vaginal, um comprimido pode ser aplicado para induzir a dilatação.
O histeroscópio é introduzido pela vagina e chega pelo colo uterino até a cavidade uterina iluminando a região. Filamentos de fibra ótica são utilizados para a condução de substâncias, como o soro fisiológico, importante para a distensão do útero.
A duração depende do tipo de procedimento realizado. No entanto, na maioria dos casos, a paciente é liberada logo após ou em poucas horas.
É indicada para diferentes procedimentos, como a remoção de pólipos endometriais, facilitando a separação da parede uterina, de miomas maiores do que 3 cm, permitindo a distinção entre eles e o miométrio e evitando assim danos ao útero, e de aderências provocadas pelo tecido ectópico característico da endometriose sem danificar o endométrio.
Da mesma forma, é a principal indicação quando há obstruções nas tubas uterinas, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, possibilitando a orientação mais precisa da trajetória dos cateteres diretamente para as tubas, sem atalhos, eliminando possíveis contrações involuntárias que tendem a dificultar o processo de desobstrução.
Mulheres com alterações uterinas congênitas que dificultam o desenvolvimento gestacional, como o útero septado, também podem ser beneficiadas pela técnica. Caracterizada pela divisão do útero em dois por uma parede, a condição dificulta o desenvolvimento do feto, resultando em abortamento. O procedimento prevê a retirada da parede que inibe a gravidez.
É ainda considerada a opção mais adequada para retirada de dispositivos intrauterinos (DIUs), uma vez que permite a avaliação das condições e localização dos que sofrem deslocamento, evitando traumas desnecessários ao útero, comuns a procedimentos realizados sem visualização.
Quando o sangramento uterino anormal provocado pela endometriose não responde ao tratamento hormonal, a vídeo-histeroscopia também proporciona a destruição, com segurança do tecido ectópico. O procedimento é chamado ablação endometrial, e as taxas de sucesso obtidas pela técnica são bem mais expressivas do que as dos métodos tradicionais.
Nos casos em que há necessidade de biópsia, possibilita a coleta adequada da amostra de tecido para ser submetida a várias análises, ao contrário do procedimento tradicional, em que a cada análise uma coleta é necessária.
Após a cirurgia, quando o procedimento é mais simples, é recomendado apenas um repouso de 24 horas. Já nos casos mais complexos, como a remoção de miomas maiores, a recomendação é de repouso por mais dias, de acordo com orientação médica.
A atividade sexual deve ser evitada por pelo menos uma semana ou enquanto existir sangramento para prevenir infecções, independentemente do tipo de procedimento realizado.
Sintomas como sangramento ou manchas avermelhadas, muitas vezes acompanhados por cólicas abdominais, são normais nos primeiros dias após a realização da cirurgia.
No entanto, quando eles se manifestam em maior severidade, incluindo sangramento abundante com presença de coágulos e cólicas que não aliviam com analgésicos, além de corrimento vaginal com odor mais forte, febre e calafrios, é importante procurar auxílio médico com urgência.
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