A azoospermia é uma das condições mais graves de infertilidade masculina e pode ser resultado de duas formas principais de alterações: a obstrução dos ductos que conduzem o sêmen e problemas na formação dos espermatozoides.
Na azoospermia não obstrutiva, a produção de espermatozoides é insuficiente ou nula, enquanto na azoospermia obstrutiva o sêmen é ejaculado sem os espermatozoides que, embora formados adequadamente nos testículos, são impedidos de chegar aos ductos deferentes e compor o sêmen pelas obstruções.
A infertilidade masculina pode ser resultado de doenças e alterações diversas, mas também pode ser induzida de forma proposital pela vasectomia – como chamamos a cirurgia de esterilização voluntária para homens.
Conheça mais sobre a vasectomia e sua relação com a azoospermia nos acompanhando na leitura do texto a seguir.
A partir da puberdade, os testículos passam a interagir mais intensamente com alguns hormônios produzidos pela hipófise e pelo hipotálamo, aumentando a produção de testosterona e promovendo o amadurecimento dos espermatozoides, que acontece precisamente nessas estruturas.
Os testículos são formados principalmente pelos túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são formados, e pelo cordão espermático, que inclui os epidídimos, ductos deferentes, vasos, nervos e tendões.
Os epidídimos recebem os espermatozoides dos túbulos seminíferos e auxiliam na formação da cauda espermática, que confere mobilidade a essas células, e conduzem os espermatozoides aos ductos deferentes, onde devem encontrar os líquidos seminais, para a formação do sêmen.
A cada ejaculação, uma quantidade de espermatozoides e líquidos seminais é expelida dos ductos deferentes para a uretra e daí para o exterior do corpo do homem. A fecundação acontece após as relações sexuais sem preservativos de barreira e durante o período fértil da mulher, quando os espermatozoides atingem as tubas uterinas, para fecundação.
A vasectomia é uma opção para a prevenção de gestações indesejadas por homens, seja porque já têm filhos, seja porque não desejam viver a paternidade.
Atualmente, a legislação brasileira só permite a esterilização voluntária de homens e mulheres dentro de algumas condições: apenas pessoas com dois ou mais filhos vivos ou com mais de 20 podem realizar o procedimento.
A vasectomia é feita por um procedimento cirúrgico simples, realizado na própria clínica, com anestesia local.
O tempo de recuperação é relativamente rápido, porém antes de confirmar a capacidade contraceptiva da vasectomia, ou seja, o sucesso da cirurgia, é necessário realizar alguns espermograma, até que a contagem espermática se mostre zerada.
Ao contrário do que muitos pensam, a vasectomia não interfere na dinâmica dos hormônios sexuais e por isso não interfere de forma alguma na virilidade masculina, tampouco em qualquer outra função, que não a capacidade reprodutiva.
Para atuar como contraceptivo, a vasectomia é realizada com o intuito de impedir que os espermatozoides componham o sêmen, provocando um quadro proposital de azoospermia obstrutiva.
A vasectomia, portanto, consiste na interrupção do trecho inicial dos ductos deferentes, com a colocação de anéis e clips cirúrgicos A metodologia também pode incluir cauterização e sutura, embora não sejam procedimentos realizados com muita frequência atualmente.
O bloqueio dos ductos deferente faz com que essas estruturas não consigam receber os espermatozoides vindos dos epidídimos, levando o homem a ejacular um sêmen estéril, ausente de espermatozoides.
Como a vasectomia é um procedimento definitivo, é comum que os homens possam se arrepender da cirurgia, caso o desejo por ser pai se manifeste. Isso também acontece muitas vezes quando damos início a um novo relacionamento e a parceria deseja ter filhos.
No entanto, a decisão para realizar a vasectomia deve ser tomada com calma justamente porque, ainda que o procedimento possa ser revertido, nem sempre as chances de sucesso da cirurgia são boas.
A indicação da reversão da vasectomia ou da reprodução assistida, nestes casos, normalmente depende de alguns fatores, além da própria vasectomia, como:
Embora nenhum desses aspectos isolados possa determinar o sucesso ou não da reversão da vasectomia, normalmente nestes casos a reprodução assistida pode ser mais eficiente.
A escolha da melhor técnica de reprodução assistida também depende dos fatores mencionado, embora duas técnicas possam ser indicadas, a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro), pela possibilidade de coletar espermatozoides por recuperação espermática.
Como a vasectomia não prejudica a formação de espermatozoides, é possível obter células reprodutivas masculinas diretamente dos epidídimos, por técnicas complementares como PESA e MESA.
A recuperação espermática também pode ser indicada para formas mais agressivas de azoospermia, inclusive não obstrutiva – em que se utiliza a técnica de micro-TESE, para buscar espermatozoides ainda imaturos diretamente dos túbulos seminíferos.
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