O aparelho reprodutivo masculino está ligado ao sistema urinário, ainda que seja independente dele, e é composto por diversos órgãos, incluindo a bolsa testicular, que acomoda os dois testículos, as glândulas sexuais masculinas.
A região mais interna dos testículos é composta por uma rede de canais chamados túbulos seminíferos, cuja parede interna contém as células germinativas primárias, formadas durante a vida intrauterina e que darão origem aos espermatozoides após a puberdade, em um processo chamado espermatogênese.
A saúde dos testículos influencia diretamente na fertilidade masculina, já que qualquer problema nessas glândulas pode afetar tanto a produção dos espermatozoides, quanto a sua qualidade e estabilidade genética. Por isso, é importante que o homem esteja atento a sinais como dor e sensação de peso na bolsa testicular, que podem indicar complicações como a varicocele.
Quer conhecer melhor os sintomas da varicocele e, assim, se prevenir da infertilidade de forma eficiente? Acompanhe a leitura do texto!
Os testículos são as glândulas sexuais masculinas de todos os mamíferos, inclusive do homem, e ficam localizadas dentro da bolsa testicular. Cada testículo está envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo, da qual partem filamentos semelhantes a septos, compostos por tecido fibroso.
Esses septos dividem o testículo e podemos encontrar uma série de túbulos enovelados chamados de túbulos seminíferos. As paredes desses túbulos estão repletas de dois tipos de células: as células intersticiais de Leydig e as células de Sertoli.
Enquanto as células de Leydig atuam principalmente na produção de testosterona, o hormônio sexual masculino por excelência, as de Sertoli têm papel fundamental na espermatogênese, ou seja, na formação dos espermatozoides. Estima-se que cada testículo possua entre 250 e 1000 túbulos seminíferos.
A varicocele acontece quando existem defeitos nas válvulas da rede venosa que irriga os testículos. Quando essas válvulas não funcionam bem, não são capazes de evitar o refluxo sanguíneo e o sangue se acumula nas veias, fazendo com que inchem e adquiram uma aparência arroxeada, semelhante às varizes.
A varicocele pode causar infertilidade, ainda que essa seja uma consequência da falta de tratamento. A dilatação das veias que irrigam os testículos resulta em aumento da pressão e temperatura internas dos testículos, afetando a espermatogênese e levando à infertilidade.
A varicocele pode ser identificada já a partir da puberdade e, por ser uma doença progressiva, quanto mais cedo descoberta e tratada, menores são as chances de infertilidade em decorrência dela.
O processo varicoso que acomete os testículos na varicocele leva a três principais sintomas: a sensação de peso e pressão interna nos testículos, o aumento da temperatura na região e a possibilidade de ver as veias com facilidade.
Esse aumento da pressão e temperatura é resultado da estagnação sanguínea característica da patologia, que também pode causar sintomas como dor nos testículos, variando entre o desconforto a dor intensa, dor que melhora ao deitar de barriga para cima e inchaço ou presença de caroços nos testículos.
Porém, no homem acometido pela varicocele, a função testicular mais afetada é certamente a espermatogênese.
A varicocele leva à infertilidade em duas etapas: na primeira age sobre as células de Sertoli, causando danos sobre o epitélio germinativo e alterando os processos que compõem a formação das espermátides e, consequentemente, a espermatogênese; na segunda etapa, afeta as células de Leydig, com diminuição dos níveis de testosterona, que também influencia a espermatogênese.
É importante lembrar que a Varicocele pode ser diagnosticada já na puberdade e que os quadros de infertilidades decorrentes dela podem ser evitados com sucesso por meio do tratamento cirúrgico precoce.
O diagnóstico é feito, num primeiro momento, durante o exame clínico de rotina, no urologista, que costuma solicitar ultrassom e espermograma, para a confirmação da patologia.
O exame clínico avalia a aparência dos testículos em busca das varizes que estejam mais aparentes, porém nem sempre é possível enxergar a olho nu essas alterações.
O ultrassom é fundamental para avaliar as condições da rede venosa afetada e estimar a gravidade da doença.
Porém, a medição ou avaliação da morfologia espermática feita a partir do espermograma permanece uma das ferramentas mais importantes nesse diagnóstico e também na tomada de decisão sobre a melhor abordagem em relação aos possíveis quadros de infertilidade resultantes da varicocele.
O tratamento indicado para a varicocele é a intervenção cirúrgica e, entre as técnicas disponíveis, a microcirurgia subinguinal o procedimento que alcança maiores taxas de sucesso, uma vez que, na via subinguinal, o procedimento é realizado com uma pequena incisão logo abaixo no anel inguinal externo, sem afetar a musculatura, e permite a identificação selecionada dos vasos que estão varicosos.
Como é um procedimento superficial, a anestesia é local e a recuperação é mais rápida com no pós-operatório menos doloroso, podendo ser feita com anestesia local.
Se a fertilidade masculina não puder ser recuperada pela microcirurgia subinguinal, recomenda-se que o casal recorra à FIV (fertilização in vitro), uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade em que a fecundação é feita fora do corpo da mãe, em laboratório.
Para os casais que já estão planejando recorrer à FIV e se deparam com um diagnóstico de varicocele, a microcirurgia subinguinal pode ser deixada para depois do procedimento, caso o portador seja assintomático.
Os espermatozoides podem ser coletados manualmente por punção direto nos testículos, possibilitando a seleção dos melhores espermatozoides.
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