Considerada uma doença estrogênio-dependente que afeta o útero, mas mais especificamente o espaço de transição entre o endométrio e o miométrio, a adenomiose é uma condição comum principalmente em mulheres com filhos e com mais de 40 anos.
Na adenomiose, essa região do útero passa a apresentar lesões, que se tornam inflamadas especialmente por estímulo dos estrogênios.
As lesões do útero com adenomiose são decorrentes de lesões prévias, provocadas por situações específicas, principalmente a própria gestação e o parto, além de cirurgias uterinas.
O tratamento do útero com adenomiose, bem como as causas da doença e as possíveis abordagens da infertilidade, principalmente pela reprodução assistida são assuntos do texto a seguir.
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Localizado no centro da cavidade pélvica e conectado aos ovários pelas tubas, o útero é um órgão oco – e por isso sua estrutura se resume nos tecidos que formam a parede uterina: endométrio, miométrio e perimétrio.
O útero é dividido em fundo do útero, a região em contato com as tubas, e colo do útero, a região em contato com o canal vaginal. Nesse sentido, o útero é também parte do trajeto percorrido pelos espermatozoides em direção à fecundação.
A cada ciclo menstrual os ovários liberam um óvulo para as tubas, onde a fecundação pode acontecer no período fértil da mulher, enquanto o útero se prepara para receber um possível embrião, favorecendo a nidação (receptividade endometrial).
A região de transição entre os tecidos que compõem a parede uterina é chamada zona juncional.
Nessa região, normalmente forma-se um gradiente de tipos celulares dos dois tecidos em contato. Esse limite é fundamental para que cada tecido do útero exerça suas funções específicas, sem interferência dos outros tecidos.
A adenomiose tem origem em lesões anteriores diversas, que podem favorecer a formação de lesões específicas na zona juncional, dissolvendo o limite entre endométrio e miométrio (nas regiões afetadas).
As lesões da adenomiose podem ser difusas, com um espalhamento do endométrio em diversos pontos do miométrio, ou focal, em que lesões normalmente maiores, mais concentradas e menos numerosas formam o quadro geral.
Assim como na maior parte dos processos inflamatórios, as lesões da adenomiose provocam algumas alterações físicas (como o aumento na permeabilidade dos vasos) e celulares (como a chegada de células imunológicas de defesa e para cicatrização das lesões). Essas alterações coordenadas prejudicam o funcionamento uterino como um todo.
Os sintomas da adenomiose, quando presentes, são resultado dessas lesões e do mecanismo inflamatório desencadeado por elas na zona juncional:
A infertilidade nem sempre é uma consequência da adenomiose, embora muitas mulheres com adenomiose possam apresentar dificuldades reprodutivas. Nestes casos, a infertilidade pode se manifestar tanto na dificuldade para engravidar, como na ocorrência de abortos espontâneos sequenciais (aborto de repetição).
Como a adenomiose tem origem normalmente em lesões uterinas anteriores, as causas mais frequentes das lesões adenomióticas são:
É possível perceber que as causas da adenomiose estão relacionadas aos fatores de risco para a doença, que é mais frequente em mulheres que já passaram por alguma das situações mencionadas.
Mulheres com idade próxima à menopausa também têm mais chance de desenvolver adenomiose, embora, como a maior parte das doenças estrogênio-dependentes, a própria menopausa seja um fator de proteção importante.
O diagnóstico da adenomiose é complexo principalmente porque os sintomas e os resultados de boa parte dos exames de imagem tendem a confundir as doenças estrogênio-dependentes entre si.
A ultrassonografia pélvica costuma ser um dos exames iniciais, indicado para verificar a presença de nódulos no útero, e a ressonância magnética pode aprofundar as conclusões do ultrassom.
No mesmo sentido, a histeroscopia diagnóstica também colabora no diagnóstico de exclusão das outras doenças, permitindo a avaliação do tecido uterino por biópsia, e melhorando a precisão das suspeitas sobre adenomiose.
Quando os sintomas da adenomiose são leves, a doença pode ser contornada por medicação hormonal, que equilibra a dinâmica do estrogênio. A maior parte dos casos, no entanto, recebe indicação para histerectomia – mas somente após extenso processo diagnóstico, pela radicalidade da cirurgia.
Assim como para outras condições uterinas associadas à infertilidade, a reprodução assistida pode ser uma saída para a mulher com adenomiose que deseja engravidar – mesmo nos casos em que há necessidade de histerectomia.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais complexa entre os tratamentos com reprodução assistida, por permitir a fecundação fora do corpo da mulher. Os embriões podem ser transferidos para um útero de substituição ou para o útero da mãe, dependendo das necessidades especiais de cada casal.
A adenomiose é uma doença complexa. Encontre mais informações sobre a adenomiose tocando neste link.
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