A FIV (fertilização in vitro) é uma das técnicas de Reprodução Assistida mais procuradas no Brasil nos últimos anos. Dados apontam um aumento de 175% no número de embriões criopreservados no Brasil, que pulou de 32 mil em 2012 para 88 mil em 2019.
A maior parte dos diagnósticos de infertilidade, masculina ou feminina, pode ser revertido com o auxílio da FIV, porém, por ser uma técnica de alta complexidade, sua indicação é feita somente após uma investigação individualizada ou quando os tratamentos menos complexos não resultaram em sucesso.
Considerada uma técnica de alta complexidade, a FIV é um procedimento dividido em etapas, que começam na estimulação da ovulação e terminam na transferência embrionária, etapa sobre a qual trataremos em detalhes.
O sucesso das etapas permite que seja feita então a seleção dos melhores embriões e a sua transferência para o corpo da mulher, concluindo a última e importante etapa da FIV.
Quer saber mais sobre essa importante etapa da FIV, a transferência embrionária? Nos acompanhe na leitura do texto a seguir!
A FIV é um procedimento de alta complexidade realizado em 5 etapas:
É a primeira etapa da FIV e consiste em estimular a maturação de diversos folículos por meio da administração de gonadotrofinas que estimulam a produção de LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante). São feitas ultrassonografias ao longo da estimulação para identificar quando os folículos podem ser aspirados. Quando a ultrassonografia mostra folículos maduros, os medicamentos fazem a indução da ovulação.
A coleta dos folículos maduros, no entanto, ocorre antes da ovulação. Este é um procedimento em que a mulher é levemente sedada para que não sinta dor. Recomenda-se que a mulher faça um repouso mínimo de 30 minutos até passar o efeito anestésico.
Nesta etapa também acontece a coleta de espermatozoides, por masturbação ou por punção diretamente nos testículos ou epidídimos, quando há também fator de infertilidade masculina.
A fecundação é feita in vitro, em laboratório, com a injeção do espermatozoide no óvulo com o auxílio de uma agulha desenvolvida para tal fim.
Atualmente, o método de fecundação é a ICSI ou injeção intracitoplasmática de espermatozoide. Trata-se de uma técnica complexa que aumenta as chances de fecundação em relação ao método clássico de fecundação.
Os embriões formados durante a fecundação são cultivados de 3 a 5 dias em incubadoras antes da transferência embrionária. Essas incubadoras simulam as condições do útero para que o embrião possa se desenvolver.
Durante essa etapa, o embriologista acompanha o desenvolvimento do embrião e pode ser feito o teste genético pré-implantacional (PGT) para avaliar se os embriões têm doenças genéticas.
A transferência embrionária é a etapa final da FIV. Existem detalhes importantes nesse momento, portanto vamos detalhá-la.
A transferência de embriões é o último estágio da FIV e consiste em inserir os embriões em desenvolvimento no útero materno, com o mínimo de traumas possível ao endométrio, para que o processo de implantação aconteça.
A implantação dos embriões, também chamada de nidação, acontece quando os embriões se fixam na parede uterina, dando início ao desenvolvimento das estruturas embrionárias que acompanharam o desenvolvimento do feto até o fim da gestação.
A transferência do embrião ocorre entre o 3º e o 5º dia após a fecundação, mas também pode utilizar embriões criopreservados que não foram utilizados em outros ciclos.
O procedimento de transferência embrionária na FIV é indolor e dispensa anestesia ou internação. A preparação da mulher para a transferência embrionária pede apenas que venha para o procedimento com a bexiga cheia. Isso cria uma “câmara acústica” na cavidade abdominal que potencializa as imagens obtidas por ultrassonografia.
A mulher deve ficar em posição ginecológica enquanto o médico introduz, através do canal vaginal, um fino cateter de plástico flexível conectado a uma seringa, contendo um ou mais embriões. Quando o cateter alcança o colo uterino, penetra no órgão e deposita ali os embriões no intuito que se implantem no útero, especificamente no endométrio, dando início à gestação.
Todo o processo é acompanhado por ultrassom, fornecendo imagens ao vivo que auxiliam tanto o médico na manipulação dos embriões, quanto mostram detalhes do processo para a mulher ou o casal que está passando pela FIV.
A transferência embrionária é muito importante para o sucesso geral da técnica, porém não saber em detalhes como acontece o procedimento leva a mulher e o casal a preocupações como medo de que seja invasivo, que cause dor, ou que seja necessário o uso de anestesia e internação, demandando cuidados especiais com a mulher.
No entanto, não há necessidade de repouso após o procedimento e a mulher pode voltar para casa no mesmo dia, retomando a rotina normal no dia seguinte à transferência embrionária.
Uma das peculiaridades da FIV é que ela demanda a coleta de mais óvulos e fecunda mais embriões do que serão usados no ciclo – as taxas de sucesso para fecundação costumam ser maiores com a coleta de um número maior de óvulos, uma vez que existem chances de os óvulos coletados não resistirem à coleta ou o desenvolvimento embrionário não acontecer como esperado, e a coleta dessas quantidades diminui as chances de insucesso.
Todos os embriões que forem produzidos pela FIV e não forem implantados devem ser criopreservados e não podem ser descartados durante os primeiros 5 anos.
A quantidade de embriões que pode ser implantada na FIV depende diretamente da idade da mulher, sendo 4 o número máximo. Esse limite busca diminuir as chances de gestações múltiplas, que trazem riscos para a mulher e para os embriões.
Essas diretrizes são determinadas pela Resolução Nº 2168 (2017) do Conselho Nacional de Medicina, que define os parâmetros legais para realização de todas as técnicas de reprodução assistida.
Saiba mais sobre a FIV tocando aqui.
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