Podemos dizer que a fertilidade é a somatória das capacidades feminina e masculina de ter filhos, na mesma medida. No entanto, compreender como funciona o ciclo menstrual – uma exclusividade do corpo da mulher – pode ser muito importante para o casal que está tentando engravidar.
O ciclo menstrual é dividido em fases para uma melhor compreensão dos acontecimentos hormonais e celulares que regem a fertilidade feminina: a fase folicular, ovulação e a fase lútea.
A ovulação é o centro do que chamamos período fértil: uma janela de tempo determinada pela e que por isso acontece somente uma vez por ciclo reprodutivo, justamente alguns dias após a chegada da menstruação.
Se você está tentando ter filhos e quer saber “quantos dias depois da menstruação posso engravidar?”, este texto é para você.
Boa leitura!
O ciclo menstrual ou ciclo reprodutivo é uma sequência de eventos hormonais e celulares, envolvendo principalmente o hipotálamo, a hipófise e os ovários – o que chamamos eixo HHO ou hipotálamo-hipófise-ovariano. Para compreender melhor esses acontecimentos, o ciclo menstrual foi dividido em três fases (folicular, ovulação e lútea) e convencionou-se considerar a chegada da menstruação como marco inicial de cada ciclo.
Com o aparecimento da menstruação, a própria descamação do endométrio sinaliza ao hipotálamo que retome gradualmente a produção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), cuja ação é dirigida para a hipófise, justamente induzindo a liberação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
As gonadotrofinas são lançadas na corrente sanguínea e alcançam os ovários, onde encontram receptores específicos, nas células de cada folículo ovariano (que contém os óvulos, um a um, em seu interior), iniciando a produção de estrogênio e recrutando esses folículos para a ovulação.
Além de atuar no crescimento do folículo dominante (único que participa efetivamente da ovulação), os estrogênios também provocam um espessamento do endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina –, aumentando sua espessura e iniciando o preparo endometrial.
Ao longo da fase folicular, as concentrações de FSH, LH e estrogênios aumentam sistematicamente até atingir seu pico máximo, aproximadamente na metade do ciclo, que leva à ovulação – rompimento do folículo dominante e a liberação do óvulo em direção às tubas uterinas.
Após a ovulação, o óvulo permanece nas tubas uterinas de 36h a 48h e somente nesse momento a fecundação pode acontecer – por isso dizemos que a ovulação é o centro do período fértil.
O período fértil, contudo, deve incluir também o tempo médio de sobrevivência dos espermatozoides no trajeto até as tubas – que é de cerca de 72h.
Isso porque as relações sexuais pouco tempo antes da ovulação podem fazer com que, ao chegar nas tubas uterinas, o óvulo já encontre espermatozoides vivos prontos para a fecundação.
A ovulação marca também o início da fase lútea, quando as células do folículo que restam aderidas aos ovários após seu rompimento formam o corpo lúteo, que responde ao LH produzindo progesterona.
A progesterona finaliza o preparo endometrial, iniciado pelos estrogênios e inibe a produção de GnRH, evitando uma nova ovulação no mesmo ciclo.
Se a fecundação não acontece, os níveis de progesterona e estrogênio caem e, ao atingirem suas concentrações mínimas disparam a descamação do endométrio, que resulta na chegada da menstruação – e início de um novo ciclo.
Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico de infertilidade pode ser dado ao casal em idade reprodutiva que passa mais de 12 meses tentando engravidar e levar a gestação ao parto, sem sucesso.
Tentar engravidar conhecendo o ciclo menstrual pode melhorar as chances de conseguir a gestação, mas é preciso considerar que nem todas as mulheres apresentam ciclos menstruais regulares – em que é possível prever com mais precisão o período fértil.
Além disso, em alguns casos, o casal pode ser infértil ou ter problemas reprodutivos dos quais desconhece a existência – já que muitas condições que afetam a fertilidade podem ser assintomáticas.
Por isso, é importante que o casal que vem encontrando dificuldades para engravidar preste atenção aos possíveis sinais de infertilidade e busque atendimento médico para compreender as causas do quadro de infertilidade.
A investigação para as causas da infertilidade é feita primeiramente com a abordagem dos possíveis sintomas prévios e uma conversa sobre o histórico de saúde do casal – individual e familiar – em busca de hipóteses diagnósticas.
Essas hipóteses precisam ser confirmadas por exames – laboratoriais e de imagem, dependendo das especificidades de cada caso – que possam confirmar as alterações que estão impedindo a gravidez e direcionar melhor as opções de tratamento.
Entre os principais exames do processo diagnóstico da infertilidade conjugal, os mais frequentes são:
Dependendo das causas da infertilidade, o casal pode recorrer a tratamentos medicamentosos – como o uso de antibióticos para combater ISTs e medicamentos hormonais para regulação do ciclo menstrual – e cirúrgicos – como a retirada de mioma, pólipo e implantes endometrióticos, além da cirurgia de varicocele e outras.
A reprodução assistida pode ser indicada em algumas situações específicas:
Cada técnica de reprodução assistida realiza uma metodologia própria.
Enquanto a FIV (fertilização in vitro) reproduz a fecundação fora do corpo da mulher, transferindo os embriões já em desenvolvimento para o útero, as técnicas de baixa complexidade, como a IA (inseminação artificial) e a RSP (relação sexual programada), buscam monitorar o ciclo menstrual para determinar com mais exatidão o período fértil.
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