A orquite, também conhecida como orqueíte, consiste no processo infeccioso e inflamatório dos testículos, na maior parte das vezes por causa viral. Esse quadro pode acometer um ou os dois testículos e ocasionar diversas consequências para o homem, dentre elas, a infertilidade.
Essa infecção testicular pode ser causada mais comumente pelo vírus da família Paramyxoviridae, da caxumba. Acomete, inicialmente, as parótidas, glândulas salivares presentes na cavidade oral, localizadas abaixo e diante das orelhas.
A parotidite pode se resolver, espontaneamente, no período de 7 a 10 dias, porém pode evoluir, se disseminar e comprometer o sistema nervoso central, testículos, ovários, coração e até mesmo o pâncreas.
Vale ressaltar que a caxumba pode ser prevenida por vacinação. Apesar disso, a cobertura vacinal nem sempre abrange a população completamente, o que não assegura a imunização completa dos indivíduos e permite a circulação do vírus e novos casos da infecção.
Além da caxumba como causa principal, a orquite pode ocorrer também a partir de infecções bacterianas, trauma local ou torção.
Algumas bactérias possuem alto potencial de lesar diretamente tecidos os quais infectam, como Escherichia coli, patógeno muito comum em casos de infecções das vias urinárias.
Os testículos, ou gônadas masculinas, são um órgão par (direito e esquerdo) do sistema reprodutor masculino. São responsáveis pela produção hormonal androgênica (testosterona, por exemplo) e de espermatozoides, gametas masculinos que fecundam os óvulos, gametas femininos.
Ficam localizados no bolsa testicular (escroto), uma bolsa musculocutânea que os mantém na temperatura adequada para produção dos gametas.
A orquite pode acometer, também, os epidídimos, estruturas tubulares que ligam o testículo aos ductos deferentes e onde os espermatozoides são maturados. Quando isso ocorre o diagnóstico passa a ser denominado orquiepididimite.
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O paciente pode apresentar uma variedade de sintomas que podem não ser identificados como algo patológico, mas que devem ser investigados minuciosamente em casos de aparecimento.
A orquite pode se manifestar de forma aguda ou crônica. A forma aguda, de início súbito, apresenta sintomatologia mais significativa, podendo provocar:
Outros também podem surgir, como náuseas, prostração e dores musculares generalizadas. Além disso, o paciente pode relatar “peso na região” acometida.
Todos esses sinais e sintomas desencadeiam um grande desconforto e devem ser aliviados até que haja resolução para o quadro. Existe ainda a possibilidade de infertilidade masculina.
Isso porque a orquite interfere no processo de formação normal dos espermatozoides, a espermatogênese, o que pode gerar quadros de oligospermia (poucos espermatozoides) ou azoospermia (nenhum espermatozoide) no sêmen do paciente.
Por se tratar de um processo infeccioso e inflamatório, as ações de invasão do vírus da caxumba somadas às de defesa do organismo, podem atingir a arquitetura do órgão e afetar as células responsáveis pelo processo de produção e maturação dos gametas masculinos.
Além dos danos às células germinativas, a infertilidade pode resultar da isquemia do órgão.
Assim que for confirmado o diagnóstico e descoberta a causa as medidas terapêuticas são estabelecidas. É realizada a análise da história clínica do paciente, sintomas que apresenta e alguns exames podem ser solicitados para confirmação, como a ultrassonografia com Doppler.
Para todas as opções, a sintomatologia, como febre, dores e náuseas, do paciente deve ser tratada. Podem ser prescritos analgésicos, anti-inflamatórios, antitérmicos e antieméticos.
A orquite, como um quadro infeccioso, persiste se o agente agressor não for impedido. Portanto, medicações de princípio antibiótico podem ser utilizadas como opção de tratamento em casos de infecção bacteriana.
Em casos de infecção viral, como pelo vírus causador da caxumba, é recomendado repouso e tratamento de suporte para alívio dos sintomas do paciente.
Os tratamentos são eficazes na maioria dos casos, porém sequelas como atrofia testicular e infertilidade podem ocorrer.
Uma alternativa promissora, que pode auxiliar no tratamento, são as técnicas de reprodução assistida, como a inseminação intrauterina (IIU) ou fertilização in vitro (FIV).
A inseminação intrauterina (IIU) prevê a estimulação ovariana na mulher e a introdução de espermatozoides viáveis na cavidade uterina para que a fecundação ocorra de forma semelhante a natural.
Já na FIV, a fecundação é realizada fora do corpo da mulher, em laboratório. Após isso, o embrião é transferido para a cavidade uterina da mulher de forma segura. Esse método é de alta complexidade, mas envolve mais assertividade para os pacientes.
Existe ainda a técnica de FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), que torna o método mais eficaz a partir da introdução de cada espermatozoide diretamente no óvulo.
A orquite, então, possui várias formas de tratamento e a sequela de infertilidade pode ser contornada por meio das técnicas de reprodução assistida.
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