O sistema endócrino é formado pelas diversas glândulas espalhadas pelo corpo, que produzem hormônios e muitas vezes fazem parte também de outros sistemas – como os testículos e ovários, consideradas glândulas sexuais humanas e, ao mesmo tempo, parte dos sistemas reprodutivos de homens e mulheres, respectivamente.
Os hormônios são moléculas orgânicas produzidas pelas glândulas que funcionam como sinalizadores, induzindo e inibindo eventos celulares – ou seja, coordenando todas as funções fisiológicas ou o que também chamamos metabolismo.
As glândulas sexuais e outras glândulas, como as adrenais e a tireoide, são coordenadas por duas glândulas mestras: o hipotálamo e a hipófise, localizados no sistema nervoso central e que interagem entre si.
O GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) é um dos muitos hormônios produzidos pelo hipotálamo. Sua produção visa principalmente estimular ou inibir a hipófise a liberar hormônios que interagem diretamente sobre os ovários e testículos.
Quer saber mais sobre o GnRH? Neste texto falaremos sobre este hormônio e seu papel na fertilidade, tanto nas gestações por vias naturais como na reprodução assistida.
Continue conosco e aproveite a leitura!
O hipotálamo é uma estrutura do sistema nervoso central – mais especificamente localizado no diencéfalo – que estabelece a conexão com o sistema endócrino interagindo diretamente com a hipófise: uma glândula que armazena os neuro-hormônios hipotalâmicos e produz hormônios próprios.
Além das funções reprodutivas, associadas também à hipófise, o hipotálamo também controla diretamente outros aspectos do ajustamento do corpo às variações externas, como:
O hipotálamo apresenta duas formas distintas de ação: a liberação de neuro-hormônios que são armazenados na hipófise e liberados ocasionalmente (como a prolactina) e a secreção de “liberadores de hormônios” – como o GnRH –, que induzem a hipófise a liberar seus próprios hormônios na corrente sanguínea.
Na fertilidade humana, o GnRH é o início de toda a sequência de acontecimentos hormonais que controlam todos os processos: da produção de óvulos e espermatozoides ao amadurecimento do aparelho reprodutivo e a possibilidade de gestar.
O hormônio liberador de gonadotrofinas ou simplesmente GnRH, é produzido desde antes do nascimento de homens e mulheres, embora na maior parte da vida a produção desse neuro-hormônio seja uma tarefa do hipotálamo.
Todas as funções reprodutivas do homem e da mulher, de certa forma, dependem do GnRH.
Após sua liberação pelo hipotálamo, o GnRH interage com a hipófise, induzindo a liberação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) na corrente sanguínea.
Tanto FSH como LH interagem com células específicas do aparelho reprodutivo de homens e mulheres, dotadas de receptores para esses hormônios:
Os hormônios esteroides, como os estrogênios, a testosterona e a progesterona desempenham papéis fundamentais na reprodução humana, pelas modificações celulares que provocam, desde a formação e amadurecimento dos gametas (óvulos e espermatozoides) como nos processos de preparo endometrial.
No entanto, esses hormônios também têm como função a regulação ou controle do GnRH. Isso significa que ao atingir concentrações específicas (normalmente mais altas), os hormônios esteroides inibem a produção de GnRH pelo hipotálamo, interrompendo sua interação com a hipófise.
Essa dinâmica, no entanto, acontece de formas diferentes ao longo da vida de homens e mulheres. Na infância a produção de GnRH é pequena, aumentando somente com a puberdade – o que resulta também no amadurecimento sexual do corpo e no início da vida fértil.
A puberdade acontece quando a produção de GnRH passa a ser pulsátil, alterando as concentrações de FSH e LH no organismo e assim levando ao amadurecimento sexual e reprodutivo.
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas que buscam potencializar e até mesmo reproduzir algumas etapas do processo reprodutivo, para auxiliar casais inférteis e atender a outras demandas reprodutivas.
Cada técnica de reprodução assistida, no entanto, segue metodologias bastante próprias, que têm em comum apenas alguns aspectos das etapas iniciais: a estimulação ovariana e a indução da ovulação.
A estimulação ovariana é feita com a administração de medicamentos hormonais que consigam promover os processos pré-ovulatórios de recrutamento e amadurecimento folicular e monitorada por ultrassonografia pélvica transvaginal.
Esses medicamentos podem ser à base de GnRH e das próprias gonadotrofinas FSH e LH e são utilizados pela mulher diariamente, a partir do primeiro dia da menstruação e por volta dos próximos 12 dias, apenas no ciclo em que o tratamento com reprodução assistida será realizado.
O monitoramento da estimulação ovariana mostra o momento em que ao menos um folículo ovariano evoluiu para folículo dominante e está pronto para a ovulação. Neste momento, administra-se uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que induz o rompimento do folículo dominante.
Neste momento, cada técnica segue seus próprios passos:
A FIV utiliza, no entanto, doses mais robustas dos hormônios necessários à estimulação ovariana, inclusive o GnRH, para que mais de um folículo dominante seja formado e a coleta de óvulos possa obter células suficientes para a fertilização em laboratório.
Leia mais sobre a FIV tocando neste link.
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