Bastante conhecida por seus sintomas dolorosos e pela possibilidade de provocar infertilidade feminina, a endometriose é uma das doenças estrogênio-dependentes mais recorrentes entre as mulheres em idade reprodutiva.
O conjunto de sintomas da endometriose, no entanto, pode variar entre as mulheres, principalmente devido aos locais em que os implantes se instalam – que é uma das variáveis importantes para a classificação dos tipos de endometriose.
A endometriose profunda é uma das formas da doença – e neste texto falaremos mais sobre ela.
Boa leitura!
A endometriose é uma doença crônica e estrogênio-dependente, predisposta geneticamente e que pode disparar processos inflamatórios locais, responsáveis pela maior parte dos sintomas.
A principal característica da endometriose, comum a todas as formas da doença, é o surgimento de focos de tecido endometriótico – semelhante ao endométrio original, que reveste a cavidade uterina –, aderidos a diversas estruturas da cavidade pélvica, que crescem e tornam-se inflamados sob ação dos estrogênios do ciclo menstrual.
Atualmente, considera-se a existência de alguns tipos de endometriose, que dependem do local em que os implantes se instalam e a profundidade que alcançam:
As origens da endometriose são incertas. Sabe-se que a doença é predisposta geneticamente, mas diversos genes são associados hoje à manifestação da endometriose, impulsionados por aspectos ambientais, como o estresse.
A teoria mais aceita para o surgimento da endometriose acredita que a doença seja precedida de um quadro de menstruação retrógrada (normalmente assintomático), em que parte do sangue menstrual – que é formado pelo endométrio que descama no final do ciclo menstrual – retorne à cavidade uterina e possa se espalhar pela cavidade pélvica através das tubas.
Segundo os estudos mais recentes, a endometriose profunda pode ser definida pelo aparecimento de lesões formadas por tecido semelhante ao endométrio e que se estendem sobre a superfície peritoneal ou logo abaixo dela, especialmente na cavidade pélvica.
É importante saber que o peritônio é uma espécie de tecido de preenchimento da cavidade pélvica, que envolve praticamente todos os órgãos e estruturas aí localizados. Por isso, os implantes de endometriose profunda geralmente são nodulares e capazes de invadir essas estruturas.
Outra característica da endometriose profunda é que nessa forma da doença as lesões frequentemente também apresentam fibrose e oferecem risco de ruptura da anatomia normal das estruturas em que os implantes se instalam.
Esse conjunto de aspectos específicos da endometriose profunda faz dessa uma das formas mais graves da doença, normalmente produzindo sintomas dolorosos mais intensos, além de alterações mais significativas no funcionamento dos órgãos onde os implantes se encontram.
Os sintomas da endometriose profunda são marcadamente intensos e incluem principalmente:
Os sintomas da endometriose superficial normalmente são os mesmos da endometriose profunda, porém muito mais fortes e marcantes – e esse é um dos fatores do diagnóstico diferencial das duas formas da doença.
Na maior parte das vezes, a endometriose profunda é um quadro que resulta do agravamento da endometriose superficial peritoneal e um dos principais motivos do porquê isso acontece está na dificuldade de realizar o diagnóstico.
Como as lesões iniciais da endometriose são geralmente mais superficiais e espalhadas, nem sempre os exames de imagem são capazes de detectá-las, atrasando o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento da doença – fazendo também com que as lesões se aprofundem e se tornem mais graves.
Nesse sentido, os exames sensíveis às lesões da endometriose profunda são a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética.
O tratamento inicial da endometriose, mesmo nos casos em que a doença já evoluiu para o tipo profundo, pode ser feito com medicação hormonal, que regula o ciclo menstrual e controla a secreção de estrogênios.
No entanto, na maior parte dos casos de endometriose profunda, a abordagem farmacológica pode não ser suficiente para controlar os sintomas e a mulher pode receber indicação para retirada cirúrgica dos implantes – realizada geralmente por videolaparoscopia.
A infertilidade pode ser uma consequência da endometriose profunda quando os implantes se instalam nas tubas uterinas e provocam o bloqueio da passagem no interior dessas estruturas – impedindo a fecundação e aumentando as chances de gestação ectópica.
Nesses casos, a reprodução assistida – mais especificamente a FIV (fertilização in vitro) – pode ser a única forma de lidar com a infertilidade decorrente da endometriose profunda.
Isso porque, na FIV, a fecundação é reproduzida em laboratório e, após alguns dias, os embriões são transferidos diretamente para o útero, dispensando o papel das tubas uterinas, prejudicado pela endometriose.
Entenda melhor a complexidade da endometriose tocando neste link e acessando nosso conteúdo completo sobre a doença.
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