Muitas vezes, as mulheres são culturalmente levadas a acreditar que sentir dor é uma parte comum da vida feminina. No entanto, é importante reconhecer: sentir dor não é normal e pode ser um sinal de problemas de saúde subjacentes que precisam ser investigados.
A dor pélvica, por exemplo, pode ser comum durante o período menstrual (cólicas menstruais) somente quando a dor não é incapacitante. Se a mulher passa pela experiência de dores intensas durante a menstruação e fora do período menstrual, é importante buscar ajuda médica para descartar condições como endometriose e infecções no aparelho reprodutivo.
Além disso, dor na relação sexual também não é normal e pode ser sinal de infecção, inflamação ou problemas com a anatomia genital. Ignorar esses sintomas pode levar a problemas mais graves de saúde, incluindo a infertilidade feminina.
É importante que as mulheres entendam que sentir dor não é normal e que devem procurar ajuda médica quando sentirem dores intensas ou persistentes. Na mesma medida, é fundamental que os profissionais de saúde levem a dor das mulheres a sério, fornecendo diagnóstico e tratamento adequado, o que inclusive melhora a qualidade de vida da mulher.
Neste texto você vai conhecer melhor a DIP (doença inflamatória pélvica), uma condição infecciosa mais grave que pode trazer tanto prejuízos para a própria qualidade de vida, como para a fertilidade e a capacidade de ter filhos.
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A doença inflamatória pélvica – ou simplesmente DIP – é uma infecção provocada por diversos microrganismos simultaneamente e que afeta o trato genital feminino superior, incluindo o útero, as tubas uterinas e os ovários.
A DIP é geralmente causada por bactérias que provocam ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), especialmente a clamídia e a gonorreia, embora a doença também possa contar com a participação de outros microrganismos, incluindo superpopulações de bactérias típicas da flora vaginal e vindas do trato intestinal, como a E. coli.
Normalmente, a DIP tem origem em infecções prévias, que afetam o trato reprodutivo inferior – vulva, canal vaginal e colo do útero – e, principalmente quando não há tratamento adequado, se espalham para os órgãos reprodutivos internos.
Isso acontece especialmente nos casos inicialmente assintomáticos, quando a mulher não sabe que contraiu a infecção e, por isso, não busca diagnóstico e tratamento.
Nesse sentido, a DIP pode se manifestar de forma aguda, quando os sintomas estão presentes desde o início e a identificação da doença é mais fácil, ou crônica, se o início da infecção é silencioso, favorecendo a formação do quadro crônico.
Por ter origem principalmente em bactérias sexualmente transmissíveis, a prevenção da DIP envolve o uso de preservativos durante as relações sexuais e a realização de exames regulares de detecção de ISTs. A abstinência sexual durante o tratamento da doença também é fundamental para evitar o contágio de outras pessoas.
Os sintomas da DIP são a principal ferramenta para o diagnóstico da doença, assim como os exames laboratoriais que identificam os microrganismos envolvidos na infecção.
Alguns sintomas comuns da DIP incluem:
Como comentamos, a mulher pode apresentar sintomas semelhantes antes da ascensão da infecção para o trato reprodutivo superior e é importante buscar atendimento médico e diagnóstico preciso justamente para evitar a contaminação das estruturas mais internas.
Nos casos mais graves de DIP, a doença pode levar a complicações como infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica.
O diagnóstico da DIP geralmente envolve a abordagem dos sintomas, se estiverem presentes, e o exame clínico inicial, que inclui a observação do colo do útero com auxílio do espéculo, e a palpação para verificar a existência de dor pélvica.
Após a primeira consulta, a mulher normalmente recebe indicação para a realização de exames laboratoriais capazes de detectar a presença de bactérias e identificá-las adequadamente.
O processo diagnóstico pode ser complementado por ultrassonografia pélvica e ressonância magnética, que verificam se há inflamação nos órgãos pélvicos, além da formação de cicatrizes e aderências que possam ser inclusive permanentes após o tratamento.
O tratamento da DIP normalmente é feito após a confirmação diagnóstica e envolve antibióticos específicos ou de largo espectro para eliminar a infecção. A medicação pode ser administrada por via oral e intramuscular, sendo prescrita geralmente em doses únicas ou em tratamentos continuados de 7 a 10 dias.
Nos casos mais graves, especialmente na presença de febre alta, a mulher pode precisar ser hospitalizada para a administração de antibióticos intravenosos e um acompanhamento mais intensivo.
É importante lembrar que a DIP sem tratamento oferece risco de sepse – infecção generalizada – que pode levar a óbito. Por isso, o tratamento da DIP deve ser feito o mais cedo possível, buscando evitar complicações e prevenir a disseminação da infecção para outras áreas do corpo.
Nem todas as mulheres com DIP desenvolvem quadros de infertilidade, mas a doença tem potencial de provocar danos à fertilidade de diversas formas.
Quando a infecção atinge as tubas uterinas, pode causar cicatrizes ou obstruções, impedindo que o óvulo se mova do ovário para o centro das tubas ou impedindo que o sêmen alcance o óvulo e realize a fecundação.
Além disso, a DIP pode alterar o ambiente tubário e uterino, provocando falhas na implantação embrionária e causando danos aos óvulos e aos espermatozoides, o que dificulta ainda mais as chances de que a gestação seja bem-sucedida.
A reprodução assistida pode ser indicada quando a infecção já foi tratada e as dificuldades reprodutivas permanecem. A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais utilizada nesses casos, por permitir a fecundação em laboratório, dispensando o papel das tubas nesse processo.
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